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Fomos jovens nos anos sessenta. Origens humildes. Habitações pouco confortáveis. Dificuldades económicas. Mas vencemos. Estudamos numa escola que o não era. Era a adaptação de uma casa rural a escola. Mas vencemos. Fomos homens com a ameaça da guerra. Uma guerra com um inimigo difuso, que emboscava. Um guerrilheiro desconhecido e em lugar ignorado, invisível, como agora. Mas vencemos. Aqui estamos. Fizemos uma revolução que mudou regime, política, costumes que já experimentávamos desde o tempo hippie. E vencemos. Continuamos a progredir nos respectivos empregos, estudamos ainda mais e vencemos. Apanhamos o início do século vinte e um numa crise de deflação. Esse nome com que nos assustavam nas aulas de economia política. Crise, deflação, desvalorização bolsista, desinvestimento, falência, desemprego. O cenário teórico aprendido nas aulas, apresentado ao vivo e em gráficos a preto na preta da vida. Mas vencemos. Agora confinados como reclusos, com medo de outro inimigo invisível, com saídas precárias furtivas como quem vai fazer golpe de mão ao supermercado, desviando-se dos outros como quem se desvia do inimigo, falando à distância com medo de granada, pisando o caminho com a cautela de quem evita a mina. Fechados no abrigo. Sabendo que desta vez, com mais de 65 anos, em caso de queda o nosso resgate não contará com o heli que nos ventile. Mas venceremos.
António Borges Regedor
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