.posts recentes

. Zélia Parreira - Biblio...

.arquivos

. Fevereiro 2023

. Janeiro 2023

. Dezembro 2022

. Novembro 2022

. Outubro 2022

. Setembro 2022

. Agosto 2022

. Julho 2022

. Junho 2022

. Maio 2022

. Abril 2022

. Março 2022

. Fevereiro 2022

. Janeiro 2022

. Dezembro 2021

. Novembro 2021

. Outubro 2021

. Setembro 2021

. Agosto 2021

. Julho 2021

. Junho 2021

. Maio 2021

. Abril 2021

. Março 2021

. Fevereiro 2021

. Janeiro 2021

. Dezembro 2020

. Novembro 2020

. Outubro 2020

. Setembro 2020

. Agosto 2020

. Julho 2020

. Junho 2020

. Maio 2020

. Abril 2020

. Março 2020

. Fevereiro 2020

. Janeiro 2020

. Dezembro 2019

. Novembro 2019

. Outubro 2019

. Setembro 2019

. Agosto 2019

. Julho 2019

. Junho 2019

. Maio 2019

. Abril 2019

. Março 2019

. Fevereiro 2019

. Janeiro 2019

. Dezembro 2018

. Novembro 2018

. Outubro 2018

. Setembro 2018

. Agosto 2018

. Julho 2018

. Junho 2018

. Maio 2018

. Abril 2018

. Março 2018

. Fevereiro 2018

. Janeiro 2018

. Dezembro 2017

. Novembro 2017

. Outubro 2017

. Setembro 2017

. Agosto 2017

. Julho 2017

. Junho 2017

. Abril 2017

. Março 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Maio 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Outubro 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Novembro 2007

. Setembro 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

. Novembro 2006

. Outubro 2006

. Setembro 2006

. Agosto 2006

. Junho 2006

. Maio 2006

. Abril 2006

. Março 2006

. Fevereiro 2006

. Janeiro 2006

. Dezembro 2005

. Novembro 2005

. Outubro 2005

. Setembro 2005

. Julho 2005

. Junho 2005

. Maio 2005

. Fevereiro 2005

. Janeiro 2005

.Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em destaque no SAPO Blogs
pub
Quarta-feira, 30 de Maio de 2018

Zélia Parreira - Biblioteca Pública de Évora

images.jpg

Zélia Parreira é Doutora Ciências da Informação e Documentação pela Universidade de Évora, e  dirige a  Biblioteca Pública de Évora que integra a Biblioteca Nacional de Portugal.

Recentemente a Biblioteca Pública de Évora fez 213 anos e surge  pela mão do  promotor da passagem das bibliotecas  da esfera privada para a esfera pública. Frei Manuel do Cenáculo  

Reconhecendo o trabalho interessante da Zélia Parreira na promoção da leitura e associando esse facto á característica particular da Biblioteca Pública dae Évora fica aqui registada uma conversa com esta bibliotecária.

1 O que te levou ao percurso profissional de bibliotecária.

Foi quase por acaso. Fui utilizadora da biblioteca pública desde miúda, mas fui fazendo o meu percurso escolar sem uma ideia muito definida do que queria ser. Entretanto, concorri e entrei para o quadro da Câmara Municipal de Moura, ainda estudante. Quando terminei a licenciatura, o Presidente da Câmara na época apresentou-me a proposta de um cargo dirigente, que recusei por considerar que me faltava a experiência necessária e ele respondeu com outra pergunta: “E para a Biblioteca, estaria interessada?”. Devido ao financiamento recebido através do Programa de Apoio às Bibliotecas Municipais, a biblioteca tinha obrigatoriamente que ter um bibliotecário e o lugar estava vago. Aceitei sem hesitar, com uma sensação esquisita, entre a surpresa total e a familiaridade de um processo natural. Quando contei à minha mãe, ainda muito surpreendida com a oportunidade, disse-me logo “Eu sempre soube que tu ias lá parar!”. Fiz a pós-graduação em Ciências Documentais na Faculdade de Letras de Lisboa, já a trabalhar na Biblioteca de Moura, como muitos outros colegas na época.

Desde o primeiro dia, a 1 de setembro de 1994, não me imagino a fazer outra coisa. Tenho o privilégio de fazer o que realmente gosto, de viver todos os dias num ambiente fantástico, e o orgulho de contribuir para uma instituição que tem verdadeiramente o poder de mudar o mundo para melhor.

 

2 Como é ser bibliotecária no grande e histórica biblioteca de depósito legal? Qual a diferença em relação às B Municipais?

Bem, em concreto, a grande diferença é que não há problemas com as aquisições e temos sempre todos os livros publicados em Portugal, embora com algum tempo de atraso relativamente à sua edição. Esse delay deve-se ao tempo que as tipografias ou editoras demoram a remeter os livros para a Biblioteca Nacional e, depois, como dependemos do apoio do Município de Évora para o transporte das caixas com o depósito legal para Évora, à disponibilidade dos serviços municipais.

É, inegavelmente, uma vantagem extraordinária, na medida em que nos permite ter sempre muitas novidades, o que é muito valorizado pelos nossos leitores. A disponibilização do fundo documental tem sido a grande mais-valia que tem feito crescer o número de utilizadores, de empréstimos domiciliários e de consultas presenciais.

É claro que há o reverso da medalha. Entram na Biblioteca Pública de Évora, em média, 150 a 160 livros por dia (40 mil por ano). Tem sido necessário um grande esforço de organização interna para criar fluxos de trabalho que garantam, por um lado, o processo de tratamento documental atempado e, por outro, a arrumação física das espécies num espaço que não se multiplica. Acresce ainda o trabalho de conversão do ficheiro manual (cerca de 170 mil registos) para o catálogo informatizado, bem como a catalogação de cerca de 20 anos de depósito legal que não recebeu qualquer tratamento ou registo (entre o momento em que foi decidido parar o catálogo manual e o momento em que o catálogo informatizado efetivamente começou).

Por outro lado, o DL só cobre documentos impressos, o que significa que estamos limitados a esse suporte.

Quanto à colecção patrimonial, é indescritível a riqueza do fundo que está à guarda desta Biblioteca. Estamos a proceder à inventariação e catalogação das espécies depositadas na Casa-Forte e têm sido frequentes as surpresas quando à qualidade e até quantidade de documentos que aqui se encontram. Este é um processo que as bibliotecas municipais raramente enfrentam e, mesmo quando dispõem de livro antigo, nada se assemelha a esta dimensão, riqueza e importância. Neste domínio, além do registo exaustivo de todas as obras, estamos também a proceder à sua virtualização, com o objectivo de disponibilizar o acesso aos documentos, ao mesmo tempo que garantimos a sua segurança e salvaguarda.

Esta é, como se pode constatar, uma biblioteca muito especial, na medida em que comporta duas bibliotecas numa só – a de leitura pública e a patrimonial - e que cada uma destas bibliotecas já se destaca, por si só, pela sua dimensão e pelo valor das suas colecções.

Depois, há ainda todo o trabalho de gestão de instituição e do edifício. Neste momento estamos a poucos dias de iniciar uma obra de recuperação que só peca por tardia, mas que foi muito difícil de concretizar. O facto de esta Biblioteca ser parte da Biblioteca Nacional de Portugal constitui uma enorme vantagem, dado todo o apoio técnico e logístico que daí recebemos, mas acarreta o peso da responsabilidade de representar uma instituição tão relevante para o nosso país. Ser a Bibliotecária desta Casa é, sem dúvida, o grande desafio profissional da minha vida e trabalho todos os dias para tentar corresponder a esse desafio.

 

  1. Como atingir o público-alvo adulto e já fora do sistema de ensino?

Nós estamos a desenvolver algumas estratégias que procuram concretizar um objectivo principal: aproximar as pessoas dos livros. E digo isto no sentido mais literal possível. A minha experiência destes 24 anos como bibliotecária é que o ser humano não resiste ao livro, se ele estiver por perto. Com base neste pressuposto, criámos serviços de proximidade através de parcerias com instituições do concelho de Évora e neste momento contamos já com 18 unidades fora das paredes da Biblioteca. Algumas fazem empréstimo domiciliário para o público, outras apenas para os funcionários/associados dessa entidade, outras são só para leitura presencial. Também fizemos um investimento importante no aumento do número de horas de abertura ao público, especialmente em horários que podem ser de maior conveniência para quem trabalha: a hora do almoço e o sábado. Por fim, a nossa grande aposta está na disponibilização de fundo documental para empréstimo, com um elevado índice de novidades. É curioso que a maior parte dos nossos leitores se dirige logo às estantes das novidades antes de seguir para o serviço de empréstimo.

Naturalmente, também desenvolvemos muitas actividades de animação e promoção da leitura, sempre em parceria, com o objectivo de trazer novos públicos à Biblioteca (106 actividades em 2017, com a participação ou assistência de mais de 8 mil pessoas), mas o que os fideliza como leitores é o contacto com o livro e a certeza de encontrarem permanentemente novos motivos – leia-se novos livros – que justifiquem a sua vinda à biblioteca.

Felizmente o crescimento tem sido consistente e neste momento temos quase 10 mil utilizadores inscritos (o que significa que, nos últimos 4 anos praticamente duplicámos o número de utilizadores) e uma média anual de 40 mil documentos utilizados, 25 mil dos quais em empréstimo domiciliário. Só em 2017 tivemos mais de 60 mil pessoas na Biblioteca!

 

  1. Algum aspecto importante/interessante que queiras referir?

Sim, há duas questões que considero importantes. A primeira poderia resumir-se em duas frases relativamente à postura dos bibliotecários perante a biblioteca, numa altura em que se constata algum desânimo: “É isto que temos, é com isto que temos que trabalhar” e “Não perguntes o que pode a biblioteca fazer por ti, pergunta o que podes tu fazer pela biblioteca”. Não há aqui qualquer sugestão de conformismo, pelo contrário. Devemos reivindicar melhores condições e lutar por elas, mas também temos que fazer tudo o que está ao nosso alcance para aproveitar tudo o que temos, tudo o que nos rodeia, em favor da biblioteca pública e da sua afirmação, porque essa afirmação abrirá novas possibilidades de crescimento e reconhecimento.

A segunda questão, que já referi no início, é que nós temos o privilégio de trabalhar numa instituição que pode, efectivamente, mudar o mundo. E isso faz-se através do impacto positivo que temos na vida de cada cidadão da comunidade que servimos.

Posso falar do meu caso pessoal: olho para trás e vejo que todo o meu percurso pessoal e profissional só foi possível porque, desde muito cedo, comecei a utilizar a biblioteca pública. Todos os livros que li contribuíram para aumentar a minha curiosidade, o desejo de aprender. Quanto mais sabia, mais queria saber: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original”. Foi também na biblioteca pública que encontrei os livros que precisei de ler e estudar ao longo do meu percurso académico. A minha vida teria sido muito diferente se não tivesse usufruído da biblioteca pública e hoje tenho a oportunidade de estar deste lado e ajudar a mudar outras vidas.

É por tudo isto que não posso, em circunstância alguma, baixar os braços e deixar de lutar para afirmar a biblioteca pública e a sua relevância na comunidade.

 

Curriculum vitae de Zélia Parreira

Zélia Parreira Bibliotecária. Doutorada em Ciências da Informação e Documentação pela Universidade de Évora. Licenciada em História pela Universidade de Évora e pós–graduada em Ciências Documentais pela Universidade de Lisboa. É diretora de serviços na Biblioteca Nacional de Portugal, tendo a seu cargo a direção da Biblioteca Pública de Évora desde Janeiro de 2014. É coordenadora do Grupo de Trabalho das Bibliotecas Públicas da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central. Foi bibliotecária responsável pela Biblioteca Municipal de Moura entre 1994 e 2013 e formadora na área das ciências documentais, variante de bibliotecas, entre 2003 e 2010. É investigadora do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora (CIDEHUS/UE) e foi professora assistente convidada na mesma Universidade entre 2014 e 2016.

.

 

 

 

 

publicado por antonio.regedor às 15:53
link do post | comentar | favorito

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Fevereiro 2023

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28

.tags

. todas as tags

.favorito

. Livros que falam de livro...

. Uma compra  no supermerca...

. Dança

. Elle foi à Pharmacia

. Tanto tempo e tão pouco ...

. Rebooting Public Librarie...

.links

blogs SAPO

.subscrever feeds