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Vila Real comemora o Dia Internacional dos Arquivos com um programa de visitas ao arquivo Municipal e uma Mostra Documental, e a que se associa o Presidente da Câmara Eng. Rui Santos numa sessão onde também será apresentado o filme do restauro do Foral de 1515.
Aproveito para felicitar a Mestre Carla Eiriz, arquivista. Só pessoas competentes científica e profissionalmente fazer bons programas como o que será realizado em Vila Real.
Devo referir a importância e utilidade que um Arquivo Municipal e a Lei do Acesso aos Documentos Administrativos (LADA). tem nas vidas dos munícipes. É no Arquivo Municipal que se depositam os documentos relativos aos pedidos de licenciamento de construção das suas casas e das obras de que necessitam. Para este arquivos vão as deliberações dos orgãos autárquicos e são depositados os documentos produzidos por toda a actividade municipal. Toda a História da Concelho aí está. É a grande memória colectiva da comunidade. Por isso se lhe deve dar a importância que merecem todos os Vila-realenses.
António Borges Regedor
Em 1289 D. Dinis concede Foral a Vila Real de Panóias.
A referência a Panóias tem a ver com a existência do Santuário Rupestre dedicado a Serápis. Foi o Senador Romano Caius Calpurnius Rufinus, na transição do século II para o século III mandou construir o santuário em Panóias. Serápis é uma divindade do período Helenístico cujo templo mais importante se situava em Alexandria.
O local devia ser de significativa importância ao longo do tempo, pois o Conde D. Henrique, o pai do nosso primeiro Rei, tinha atribuído em 1096, Foral a Constantim de Panóias.
Mais tarde, em 1272 foi a vez de D. Afonso III atribuir mais um Foral.
E é D. Dinis que delimita um Couto que será conhecido por a “Redonda” e que era constituído pelos seguintes lugares: Sesmires, Parada de Cunhos, Veiga do Cabril, Montezelos, Timpeira, e Vilalva. Foram ainda acrescentados Vila Seca e Vila Nova em 1293.
O promontório de onde originalmente Vila Real se desenvolve é conhecido pela Vila Velha. Foi o local escolhido para instalar o Museu de Arqueologia de Vila Real. No local resta ainda a igreja de S. Dinis e o cemitério.
Em Vila Real ainda se observam inúmeras casas com pedras-de-armas nas suas fachadas fruto de aí se ter fixado muita da Nobreza Portuguesa.
António Borges Regedor
Em Vila Real abriram há pouco tempo os percursos naturais do Corgo. São percursos praticamente dentro da cidade, mas num excelente ambiente de ruralidade, beira-rio, entre escarpas e várias cascatas. Vila Real já tinha um caminho pelas margens do rio Corgo que designa por percurso geológico do Corgo. Estes dois percursos estão agora unidos. Há agora uma rede coerente de percursos que ligam a cidade, o rio Corgo e se pode prolongar pela ecopista do Corgo (canal de caminho de ferro desactivado). Começando na Vila Velha (o primeiro núcleo urbano da cidade), pode visitar-se o museu de arqueologia e a partir de vários pontos desse promontório ter vistas excelentes do território. Daí o percurso desce ao rio. Aproveita ao máximo os caminhos de terra batida existentes com passadiços que ajudam a vencer melhor as pendentes e a travessia do rio quando necessário. Daí também se ter a oportunidade de usufruir do espaço das duas margens. O percurso pode ainda derivar por caminhos de ligação a vários pontos da cidade. Liga ao Percurso Geológico do Parque Corgo com ligação ao Parque Florestal, às piscinas, parque de campismo e áreas fluviais com diversos caminhos e relvados muito bem tratados. Este percurso segue até Abambres com uma entrada junto à Ponte da Timpeira. Aqui se quiser pode continuar pela ecopista do Corgo ( o canal de caminho de ferro até Chaves). Para voltar à ”Bila” pode fazê-lo brevemente pela ecopista até à estação de caminho de ferro (hoje desactivada). No final merece provar os “covilhetes” de carne ou as “cristas” e os “pitos” da doçaria conventual que ainda hoje a “Bila” se orgulha de preservar.
Notas:
“Vila Velha” Núcleo primitivo da ocupação deste território até ao século XIII. Com a doação do Foral por D. Dinis em 1289, a vila desenvolve-se para Norte, expandindo-se para lá do promontório inicial. Para que é hoje Vila Real sempre em crescimento.
“Bila” a designação por que os locais tratam carinhosamente e com orgulho a sua cidade.
“Covilhetes” é um produto tradicional local. É um pastel de forma redonda, com recheio de carne de vaca.
“Cristas” e “Pitos” são alguns dos produtos da doçaria tradicional de Vila Real que terá origem conventual (Convento de Santa Clara, também conhecido por Convento de Nossa Senhora do Amparo).
António Borges Regedor
Estávamos já no século XVIII e o local seria um matagal até o 3º Morgado de Mateus, António José Botelho Mourão, aí iniciar a construção da casa. Ao gosto e estilo da época a arquitectura é barroca e atribuída a Nicolau Nasoni.
Haveria de ser terminada com o 4º Morgado, Luís António de Sousa Botelho Mourão, em 1744. A capela apenas terminou a construção em 1750 e é dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres.
A actual preservação da casa, espólio e arquivos está assegurada pela criação da Fundação da Casa de Mateus em 1970 por iniciativa de Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque ( 6º Conde de Vila Real), que também garante actividades científicas, culturais e pedagógicas. Entre elas o prestigiado “Prémio D. Dinis”, os Seminários de Tradução de Poesia e os Encontros internacionais de Música.
O que causa a primeira impressão forte, após passar uma azinhaga é o surgimento da fachada da casa e do seu reflexo no espelho de água que magnificamente O Arquitecto Ribeiro Teles desenhou com mestria, saber e sensibilidade. O forte primeiro impacto, de prazer, beleza e deslumbramento.
A casa continua a permitir-nos imaginar o que seria a sua actividade dos séculos XVIII e XIX. A azáfama nas adegas e celeiros. No piso térreo as cavalariças. Charretes aparelhadas no pátio interior. A enorme cozinha. E no piso superior com acesso por escadaria o Salão Nobre para onde derivam os outros espaços que acondicionam a bibliotecas, mobiliário, pintura, faiança e arte sacra.
Os jardins de buxo estão separados das hortas por uma romântica passagem em túnel de cedros que continuam por uma latada. Para lá ficam os terrenos de cultivo e as vinhas que se estendem até à mata.
Na adega da casa produz-se o vinho “Lavradores de Feitoria”. O lagar de , ainda funcional, está reservado aos vinhos de marca superior e ao vinho do Porto. A visita não fica completa sem o prazer de os provar.
António Borges Regedor
De Vidago a Vila Pouca de Aguiar
Vila Pouca de Aguiar fica no ponto mais alto da ecovia do Corgo, não contando com a necessidade de transpor o acidente montanhoso de Loivos. Podemos considerar que a ecopista desde Vila Pouca de Aguiar, desce para Chaves, e desce no sentido sul para Vila Real e Régua.
Na nossa metodologia de partir de um ponto e fazer um percurso com regresso, decidimos iniciar numa direcção de subida, para fazer o regresso em descida de forma mais suave.
Partimos de Vidago onde logo à saída a pista segue em terra batida e ligeira subida que vai acompanhando a estrada nº2 em cerca de dois kilómetros. A partir de Oura desvia-se da orientação da estrada para fazer uma das ascensões com maior pendente. A que sobe até Loivos. Se o estado da ecovia até aqui não ajuda a ascenção por má qualidade do piso, daqui em diante torna-se evidente o abandono da ecovia. Despejos de entulho e monos (frigoríficos e outros electrodomésticos) no canal. Daqui em diante a vegetação e silvados invadem a pista. E se isso não fosse já deplorável, a via está apenas com balastro. Retiradas as linhas nenhuma outra intervenção foi feita para a tornar ciclável nem pedestre. O que podia ser um caminho de Santiago ou caminho de Fátima está irremediável comprometido. O que podia ser caminho turístico, é impedimento a tirar potencialidade dessa forma de economia de que o país tanto carece.
O mau estado da ecopista situa-se na território do Concelho de Chaves. Em contraponto o traçado pelas localidades do Concelho de Vila Pouca de Aguiar é de boa ou razoável qualidade, está limpo e com a vegetação lateral aparada. É assim seguro para as práticas de lazer, ciclável ou peregrinação.
Obviamente, retomamos o percurso ciclável na ecopista que vai de Pedras Salgadas a Vila Pouca de Aguiar. Bom percurso feito a descer e muito agradável.
Do percurso Vila Pouca de Aguiar a Vila Real já o descrevemos no capítulo anterior, publicado no BIBVIRTUAL (sapo.pt) a 18 de Julho de 2021.
António Borges Regedor
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