. Percorrendo a Ecovia do C...
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Por volta do século primeiro os Romanos fixaram-se no território que hoje pertence ao Concelho de Vila Pouca de Aguiar para explorar ouro no local que denominamos por Tresminas. O ouro encontra-se sob a forma de partículas muito pequenas associado a sulfuretos minerais em filões e pequenos veios de quartzo que encaixam na rocha de xisto.
A exploração aqui praticada, difere de outras em galeria, e é idêntica no método utilizado em “Las Médulas”, na região de “El Bierzo” (terra natal da avó de D. Afonso Henriques), território fronteiriço entre Galiza e Léon, relativamente próximo de Ourense. O método consistia no desmonte da montanha.
Esse desmonte implicava a fracturação da rocha simultaneamente através de estacas que se espetavam em fendas, no alagamento dessas cunhas, com fogueiras na base da rocha e no lançamento de água criando choque térmico capaz de a fracturar.
Assim se ia sucessivamente desmontando a rocha que era esmagada na frente de trabalho. Logo aí era separadao xisto sem valor deixado ficar em enormes escombreiras. Os fragmentos com ouro eram posteriormente lavados, queimados e posteriormente moídos em moinhos de pisão e também em rotativos acionados à mão. Numa lavagem final, e por gravidade obtinha-se o ouro.
A visita a Tresminas é indispensável para a compreensão da razão da ocupação Romana nesta região, na sua relação com a restante ocupação do Noroeste Peninsular, nos métodos de exploração de ouro e do valor cultural e turístico do território.
António Borges Regedor
De Vidago a Vila Pouca de Aguiar
Vila Pouca de Aguiar fica no ponto mais alto da ecovia do Corgo, não contando com a necessidade de transpor o acidente montanhoso de Loivos. Podemos considerar que a ecopista desde Vila Pouca de Aguiar, desce para Chaves, e desce no sentido sul para Vila Real e Régua.
Na nossa metodologia de partir de um ponto e fazer um percurso com regresso, decidimos iniciar numa direcção de subida, para fazer o regresso em descida de forma mais suave.
Partimos de Vidago onde logo à saída a pista segue em terra batida e ligeira subida que vai acompanhando a estrada nº2 em cerca de dois kilómetros. A partir de Oura desvia-se da orientação da estrada para fazer uma das ascensões com maior pendente. A que sobe até Loivos. Se o estado da ecovia até aqui não ajuda a ascenção por má qualidade do piso, daqui em diante torna-se evidente o abandono da ecovia. Despejos de entulho e monos (frigoríficos e outros electrodomésticos) no canal. Daqui em diante a vegetação e silvados invadem a pista. E se isso não fosse já deplorável, a via está apenas com balastro. Retiradas as linhas nenhuma outra intervenção foi feita para a tornar ciclável nem pedestre. O que podia ser um caminho de Santiago ou caminho de Fátima está irremediável comprometido. O que podia ser caminho turístico, é impedimento a tirar potencialidade dessa forma de economia de que o país tanto carece.
O mau estado da ecopista situa-se na território do Concelho de Chaves. Em contraponto o traçado pelas localidades do Concelho de Vila Pouca de Aguiar é de boa ou razoável qualidade, está limpo e com a vegetação lateral aparada. É assim seguro para as práticas de lazer, ciclável ou peregrinação.
Obviamente, retomamos o percurso ciclável na ecopista que vai de Pedras Salgadas a Vila Pouca de Aguiar. Bom percurso feito a descer e muito agradável.
Do percurso Vila Pouca de Aguiar a Vila Real já o descrevemos no capítulo anterior, publicado no BIBVIRTUAL (sapo.pt) a 18 de Julho de 2021.
António Borges Regedor
Percorrendo a Ecovia do Corgo
Segmento de Vila Real a Vila Pouca de Aguiar
Esta ecovia corresponde à desactivada linha de caminho de ferro do Corgo.
Tem o Kilómetro zero na Régua e termina em Chaves ao kilómetro noventa e seis.
Partimos à descoberta desta ecovia. A decisão foi começar pelo troço de Vila Real a Vila Pouca de Aguiar. A metodologia foi o de fazer os percursos nos dois sentidos. Primeiro em subida e depois o regresso em descida voltando ao ponto de partida. Isto a cada dia de percurso.
Vila Real corresponde ao Kilómetro 25 e inicia-se naturalmente na estação. Até Abambres o percurso está a receber obras de valorização. São três kilómetros, que corresponde ao perímetro urbano, onde, pelo que se percebe, está a ser colocado piso e iluminação.
A partir de Abambres o piso é de terra batida e com algumas zonas de gravilha. A principal dificuldade é o perfil permanentemente ascendente. É sempre a subir até Vila Pouca de Aguiar numa extensão de vinte e nove kilómetros. A subida só alivia ligeiramente a partir de Tourencinho ao kilómetro 20. No Concelho de Vila Pouca de Aguiar o piso da ecovia é asfaltado e em muito bom estado. O andamento dos últimos 9 kilómetros faz-se mais facilmente.
Neste troço da ecopista, a partir de Abambres deixa de se encontrar qualquer ponto de apoio de comida ou bebida. A partir daqui tem de se prevenir com água, sumos, energéticos ou comida. O percurso é de travessia de serra e só voltará a encontrar apoio, dezassete quilómetros depois, em Tourencinho. E mesmo aí terá de fazer o desvio até à estrada nº2.
A partir daqui, mais nove kilómetros e chega a Vila Pouca de Aguiar.
António Borges Regedor
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