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Estamos na 21ª Semana Europeia da Mobilidade, que decorre de 16 a 22 de Setembro.
E no entanto pouco fizemos pela melhoria da qualidade de vida urbana e da mobilidade.
Pouco se tem mudado na redução dos gases com efeito de estufa. Pouco se tem feito para a redução do consumo de hidrocarbonetos. E actualmente têm sido dados subsídios ao consumo desses mesmos hidrocarbonetos.
Pouco se tem feito pela transição energética. Pouco ou nada tem mudado na qualidade do ar das cidades. Pouco ou nada se tem feito na promoção da arborização urbana para o sequestro de carbono. Pouco ou nada se tem feito para a melhoria da qualidade da vida urbana.
Pouco ou nada se tem feito para tornar as cidades cicláveis e pedonais. Para reduzir os automóveis nas cidades e promover os transportes públicos.
Pouco ou nada se tem feito na mudança do paradigma de mobilidade.
António Borges Regedor
O trânsito automóvel privado é cada vez mais insustentável nas sociedades modernas. Causa enorme impacto no urbanismo. A mobilidade automóvel é a responsável por grande fatia de consumo de energia fóssil. Do ponto de vista da mobilidade, do urbanismo, da qualidade de vida, da humanização das cidades, o modelo automóvel está esgotado.
A cidade tem absoluta necessidade de se modificar para ganhar mais dimensão humana, mais qualidade ambiental, mais ordenamento do território, mais eficiência, mais economia e poupança de recursos.
A bicicleta nas suas formas tradicional ou eléctrica tem-se mostrado a melhor solução de mobilidade urbana. Estudos científicos aponta para a eficiência em pequenos percursos. A facilidade de uso, o baixo risco de acidentes, a versatilidade nos diversos espaços urbanos. Ainda os factores associados à saúde e a enorme vantagem do ponto de vista económico fazem da bicicleta o transporte ideal para todas as idades em meios urbano e até interurbano. Acresce que a mesma bicicleta pode ser usada de forma funcional, em lazer ou desportiva.
A partilha de vias de circulação com o trânsito automóvel não é problemática dentro do respeito do princípio da protecção do utilizador mais vulnerável. Princípio modernamente consagrado no código da estrada. Este princípio tem até a vantagem da moderação e acalmia das velocidades praticadas em meio urbano pelo trânsito automóvel.
As ciclovias são importantes para garantir o uso da bicicleta a cidadãos que não se sintam tão confortáveis, confiantes ou seguros na partilha das vias de circulação com o automóvel. Permitem possibilitar mais cidadãos a usar a bicicleta.
A condição para o uso das ciclovias em segurança e confiança é que sejam segregadas. Isto significa terem um canal próprio, bem delimitado, com separador e a um nível diferente da faixa de rodagem automóvel. Há níveis diferentes de ciclovias, mas quanto menos elementos protectores tiverem menos potenciais utilizadores captam para a utilização da bicicleta e mais ineficientes se tornam. Não se aumenta o número de utilizadores de bicicleta se não se lhes der adequadas condições de segurança.
Acresce ainda que as ciclovias resultam ainda em benefício dos automobilistas por lhes diminuir os riscos e aumentar a fluidez de trânsito.
As ciclovias serão assim entendidas como vantagem para o ordenamento do trânsito, para a segurança, para a fluidez do trânsito e para a mobilização de muitos mais cidadãos para a mudança de paradigma de mobilidade, para a cidade mais humana, para a melhor qualidade de vida, melhor saúde e melhor economia.
António Borges Regedor
Em meio urbano o prado é mais bonito
A plantação de relvado uniforme, é mais monótono e mais difícil de manter sem a interferência de outras espécies. A sua manutenção fica mais cara.
O prado não é um relvado monótono e admite relva com mistura e diversidade de espécies florais.
Um jardim ou um parque não tem de ser um relvado uniforme.
Nos parques e jardins urbanos, bem como em espaços de condomínios, cada vez mais gosto de ver prado e não apenas relvado.
O prado na floração é mais colorido, favorece a polinização, alimenta as abelhas após o período de carência invernal.
antónio Borges Regedor
Um dos problemas que se colocam às cidades é o da impermeabilização dos solos que provoca inundações e rupturas nos sistemas de escoamento de águas pluviais. Durante anos o modelo de casa com quintal cumpria essa função essencial dos solos urbanos, juntamente com parques e jardins.
A pressão urbanística foi ocupado os espaços de infiltração das águas pluviais que evitam inundações, sobrecarga dos sistemas de canalização e são necessários à reposição do lençol freático.
Os políticos e gestores urbanísticos foram cedendo a essa pressão e não têm cuidado de reservar entre núcleos de construção espaços de parques e jardins para cumprir entre outras a função de redução da impermeabilização do solo.
Mesmo nas urbanizações onde poderia haver espaços verdes, aparecem as chamadas pracetas completamente impermeabilizadas, o que constitui um dos maiores erros urbanos.
E este problema não se resolve com grandes parques urbanos de um lado e de outro núcleos urbanos completamente impermeabilizados, sem parques de médias dimensões, arborizados. A cidade precisa tanto de parques como de habitações. Todos temos vindo a perceber que as cidades sem arborização, sem parques, se tornam insuportáveis para viver.
António Borges Regedor
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