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Faz algum tempo que viajei na Linha do Douro. Já tinha feito a viagem de subida do Rio Douro em barco e fazia agora sentido ver o rio pela perspectiva do comboio. Viajei numa das famosas carruagens Schindler. O primeiro impacto é a grande dimensão das janelas. Panorâmicas, adequadas ao usufruto da maravilhosa paisagem. Excelente para fotografar. São confortáveis, espaçosas, agradáveis. Soube há pouco que havia treze destas carruagens abandonadas e espalhadas por vários pontos de país. Desde a célebre Resolução de 19 de Fevereiro de 1988 de Cavaco Silva que a ferrovia foi abandonada. Seguiu-se o tempo do betão, dos negócios das obras públicas, da rodovia e das parcerias público-privadas que roubaram o país. Deixou de haver manutenção nas linhas férreas. Várias linhas foram encerradas. O material circulante abandonado. Desses abandonos e desmantelamentos foram agora resgatadas as referidas treze carruagens Schindler iguais ás que circulam diariamente na Suíça. Pelo que sei, a recuperação implica a desmontagem de quase todos os componentes. Entre os quais, a estrutura, portas, janelas, iluminação, bancos, equipamento de segurança e obviamente pintura e embelezamento necessário.
Ficou a vontade de repetir a viagem. Agora transportando bicicleta para fazer uma das ecovias nos canais de circulação que resultaram do abandono das linhas que conectavam a Linha do Douro.
António Borges Regedor
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