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Muitos terão a imagem deste rio ser um dos mais poluídos do Porto. Hoje é um rio relativamente limpo. Pelo menos de aspecto e claramente na maioria dos parâmetros. Tem, naturalmente, alguns parâmetros ainda a melhorar, mas está nitidamente melhor. E esta melhoria muito se deve a um movimento criado há vários anos para a defesa do rio. Persistentemente o movimento informal de defesa do Rio Tinto tem conseguido alertar e pressionar para que as entidades competentes assumam a sua responsabilidade na preservação deste curso de água.
A consciência para defesa da qualidade dos cursos de água tem aumentado e no passado dia 26 o MovRioDouro (movimento de cidadania em defesa dos rios da bacia hidrográfica do Douro, que congrega pessoas, membros da comunidade científica, grupos e associações para a defesa dos rios) organizou uma caminhada comentada ao longo do rio Tinto, desde o Parque Oriental do Porto até à Ribeira de Abade já na margem direita do rio Douro. Estiveram presentes várias pessoas da comunidade científica, de organizações ambientalistas e autarcas.
António Borges Regedor
Desde a revolução industrial, há cerca de duzentos e cinquenta anos, que são consumidos combustíveis fosseis que necessitaram de milhões de anos para de formarem. Primeiro o carvão, depois o petróleo e o gás. Se outra razão não houvesse para preocupação, esta seria suficiente. Estes duzentos e cinquenta anos são, entre outras, causa do aumento de alterações climáticas que são preocupantes e que se podem tornar irreversível e mudar a forma de vida na terra, tal como a conhecemos. Desde a revolução industrial a temperatura média da terra aumentou 1,5 graus centígrados. Até meados deste século pode aumentar mais 1 grau, o que poderá tornar irreversível o aquecimento. Há factores combinados que concorrem para as alterações climáticas que todos já testemunhamos no nosso quotidiano e que balizamos temporalmente e de forma evidente, na última década. A par da notícia de degelo, de recuo da costa por aumento do nível da água do mar, sentimos os fenómenos climáticos mais extremos. Os picos de calor cada vez mais fortes e frequentes no verão, e os picos de frio, a velocidade dos ventos, a intensidade das chuvas com cada vez mais inundações no inverno. Ou ainda a desregulação e descaracterização das estações dos equinócios, tendencialmente mais moderadas.
Sem dúvida que o planeta não tem capacidade de regeneração ambiental dos enormes consumos de combustíveis fósseis, essencialmente hidrocarbonetos. Sem dúvida que é um dos factores de maior desequilíbrio ambiental. Há que substituir urgentemente os combustíveis fósseis por outra energia renovável. As fontes são conhecidas e as tecnologias conhecidas e em constante aperfeiçoamento.
De há muito se usam painéis solares para aquecimento de água e agora estão disponíveis painéis fotovoltaicos para produção de energia eléctrica. Há que aumentar a produção de energia do vento, não apenas em eólicas de pás horizontais, mas também em helicoidais que se adaptam a dimensões mais reduzidas e a espaços domésticos. Aumentar a produção de energia hídrica, mesmo em mini-hídricas não apenas para produzir energia, mas também para a armazenar em energia potencial. Ao mesmo tempo faz-se reserva de um bem que é cada vez mais escasso, regulam-se caudais e pode mesmo gerir transvase. Há ainda a energia das marés e das ondas.
O novo paradigma energético deve passar a usar energias renováveis. Produzidas não apenas em regime de monopólio de grandes grupos geradores, mas também e essencialmente em auto produção de pequenas comunidades e em regime doméstico. A legislação vai neste sentido. A mobilidade terá de ser alterada para modos suaves, para a motorização eléctrica e de cada vez maior eficiência. A mobilidade terá de se reduzir no transporte individual em favor do transporte público. Com maior rede, frequência e qualidade. Devendo ter condições para comutar com a mobilidade suave (as bicicletas e outros meios nas suas formas clássicas ou eléctricas.
António Borges Regedor
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