A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
As formas de associação dos cientistas em Academias são os primeiros instrumentos de reconhecimento social da actividade científica.
A legitimação da actividade e produção científica pelos pares foi fundamental para o posterior reconhecimento social. E isso foi feito inicialmente pela sociedades científicas. As Academias. Em 1603 surgiu a Accademia Nazionale dei Lincei de Roma. Foi sócio desta academia Galileu Galilei. Em 1635 foi fundada a Académie Française. Em 1660 foi a vez da Royal Society de Londres e logo em 1666 a Académie des Sciences de Paris. Já em 1700 funda-se a Academia das Ciências de Berlim e em 1779 a Academia das Ciências de Lisboa.
As observações, experiências, inovações eram inicialmente apresentadas presencialmente nas Academias, para logo de seguida passarem a ser publicadas. E isso fazia-se nas próprias revistas das diversas Academias. A de Londres era a Philosophical Transactions e a de Paris com o Journal des Savants. Era a publicação nas revistas científicas que garantia a autenticidade da autoria, o que ainda agora acontece.
O crescimento da produção científica justificou o aumento de publicações científicas e o seu crescimento. No século XIX a produção científica aumenta nas Universidades e nos laboratórios industriais. Deixa praticamente de haver investigadores independentes para toda a produção se fazer dentro e enquadrada pelas instituições. Este fenómeno leva a A. M. Weinberg a designar o novo momento como Big Science em contraponto com a ciência anterior feita pelo investigador isolado no seu laboratório. Derek de Solla Price estuda o crescimento exponencial da ciência. E José M. Lopez Piñero tratou estatisticamente. E a investigação agora feita em grandes centros de investigação remete para Bruno Maltras que aponta para a profissionalização dos cientistas.
O final do século XX tem já como panorama uma grande parte da investigação feita em instituições privadas e já não exclusivamente nas universidades. E o paradigma económico liberal facilita transformar a produção científica num rentável negócio editorial. Sendo que a validação científica da produção continua a ser feita pela publicação de modo a ser divulgada pelos pares e colocada à discussão, ao comentário dos pares, as industrias de edição científica passaram a ter quase que a totalidade da publicação científica. Surge assim o problema do acesso `à publicação científica que passa a ser paga e dependente de interesse económico lucrativo. O que é contrário ao princípio da publicação para o conhecimento e confronto com a opinião dos pares e validação científica.
O passo seguinte foi necessariamente o de caminhar para o livre acesso ao conhecimento científico. A sociedade online veio possibilitar em muito a resolução do problema. A ciência aberta aumenta o trabalho colaborativo. Já não se limita apenas à disponibilização em fonte aberta das publicações, ou seja, aos resultados, mas também aos dados que estão na base dessas publicações.
O modelo de publicação em fonte aberta é da criação de repositórios de produção científica nas diversas instituições que estão ligados entre si, e pesquisáveis em grandes plataformas. Para dar o exemplo de Portugal: Uma tese é publicada online num repositório de uma universidade, que está conectado no directório Rcaap ( Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal) que é o grande repositório nacional. O que significa que qualquer investigação científica produzida está acessível a uma pesquisa em linha. Esta é também uma linha de orientação política da Comunidade Europeia através de vários instrumentos de promoção da ciência aberta.
António Borges Regedor
Os Repositórios científicos merecem cada vez mais atenção e estudo por parte da Ciência da Informação. A Revista “Ponto de Acesso” - Revista do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahía, dedica um número especial ao tema.
|
Editorial | |
Lídia Maria Batista Brandão Toutain | 1-1 |
Apresentação | |
Flávia Rosa | 2-2 |
Clarisse do Ceu Pais, Paula Odete Fernandes, Jose António Sequeira Capela France | 3-17 |
Susane Barros, Flávia Rosa, Rodrigo França Meirelles | 18-34 |
O AUTOARQUIVAMENTO NOS REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS BRASILEIROS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO | |
Viviane Veiga, Luis Guilherme Macena | 35-47 |
RECURSOS DE INFORMAÇÃO NUMA IES: O REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL | |
Maria João Amante, Teresa Segurado, Bruno Marçal, Susana Lopes | 48-73 |
Rúbia Tatiana Gattelli, Maria Cristina de Carvalho Alves Ribeiro | 74-102 |
Caterina Groposo Pavão, Janise Borges da Costa, Manuela Klanovicz Ferreira, Zaida Horowitz | 103-116 |
Silvana Aparecida Borsetti Gregorio Vidotti | 117-132 |
Fabrícia Pires Pimenta | 133-148 |
ACESSO ABERTO: UMA NOVA POSSIBILIDADE DE MONITORAR E AVALIAR O FLUXO E O IMPACTO DA CIÊNCIA | |
Paula Xavier dos Santos, Nísia Trindade Lima |
. Livros que falam de livro...
. Dança
. Rebooting Public Librarie...