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Com a banalização da comunicação em redes sociais, também os assuntos de ciência se banalizam.
Na verdade, é bom que as temáticas científicas sejam compreendidas pelo maior número de pessoas. No entanto não se verificam condições a essa boa compreensão.
A Ciência é uma prática social com determinadas condicionantes. Determina genérica e especificamente a resposta ao seu “Objecto” de estudo. Isto é importante porque se trata de fazer uma pergunta. Não uma resposta ao contrário do senso comum que facilmente dá respostas e tem opinião para tudo. A Ciência estabelece um “Método” de pesquisa, escrita e apresentação dos resultados e conclusão. O senso comum afirma sem provar nada e sem critério. O cientista é uma pessoa treinada para ser objectiva. Ao contrário o senso comum faz afirmações pessoais. O cientista é treinado para que as suas opiniões, as suas crenças, a sua religião, o seu gosto, o seu preconceito, a sua condição pessoal ou social, a sua cor, o seu género ou o seu estatuto, as suas opções políticas ou filosóficas não interfiram no seu estudo. Ao contrário, o normal é que a opinião que não é científica seja determinada pelo clubismo, pela religião, pelo costume ou preconceito. E sendo esta forma a que mais se verifica nas redes sociais, temos já o que se torna perigoso misturar ciência e opinião. Pior ainda é a discussão, nas redes sociais, de temas em que só a afirmação científica é útil. Nestes temas o melhor resultado virá das perguntas a fazer, que das opiniões a dar. O que deveríamos fazer nas redes socias seria o de perguntar para saber o que a ciência responde.
António Borges Regedor
Muitos ainda ficam chocados quando, de forma cada vez mais evidente, fornadas de jornalistas escrevem jornais (não fazem jornalismo) de veiculação de interesses económicos e políticos. É evidente que o jornalismo é difusor dos poderes que o influenciam.
Não é de agora. É da sua génese. O primeiro periódico, o “Gazeta em que se relatam as novas todas, que houve nesta corte, e que vieram de várias partes no mês de Novembro de 1641.”, saía sob a vigilância da Inquisição, O Santo Ofício criado em 1515. E saiu porque que foram concedidas “todas as licenças necessárias e privilégio Real”. Assim se dizia na época.
Um século depois da publicação da Gazeta e por influência das correntes iluministas, e acção do próprio Marquês de Pombal, algumas acções foram sendo tomadas para enfraquecer a Inquisição. Uma delas foi a criação em 1769 da Real Mesa Censória. Quis o destino que a colecção de livros da Mesa Censória viessem mais tarde a integrar, a Real Biblioteca Publica, e que mais tarde deu lugar à Biblioteca Nacional.
Apesar disso, a Inquisição perdurou até 1821 por acção da revolução Liberal. Nesse ano as Cortes Constituintes discutiram a liberdade de imprensa. Aquilo que os Iluministas iniciaram, os Liberais conseguiram. A anulação do controlo ideológico, científico e literário que a igreja teimava em exercer sobre o pensamento, a ciência e a política. O anticlericalismo dos liberais ajudou a liberdade de imprensa.
Claro que também o Liberalismo marcou as suas balizas de influência ideológica. Ficavam proibidos os abusos contra a Igreja, o Estado e os Bons Costumes.
Este novo enquadramento de liberdade de imprensa levou a que em pouco mais de três décadas, surgissem jornais que viveram a editar duas centenas de anos. O “Jornal do Comércio” em 1853, O “Comércio do Porto” em 1854, O “Diário de Notícias” em 1864, O “Primeiro de Janeiro” em 1869, o “Século” em 1881 e o” Jornal de Notícias” em 1888. E daí sempre a crescer, de tal modo que em 1910 havia 543 publicações periódicas. Tinha-se percebido que os jornais eram bons veículos para formar opinião. E havia jornais para todas as correntes de opinião política. Os Jornais tomavam partido, mas afirmavam-no abertamente.
O século XX abre novas formas de comunicação. Logo no início, em 1918 surge o cinema. A novidade não ficava alheia à anterior forma de comunicar. As sessões de cinema começavam com a projecção de magazine informativo. O que foi muito bem aproveitado politicamente pelos poderes como instrumento ideológico e de propaganda. O tempo era propício. Final da primeira guerra, grandes confrontos ideológicos saídos da vitória bolchevique, inflexão da grande influência anarquista para cada vez maior organização dos partidos comunistas e gestação dos movimentos fascistas de vários matizes. Preparação para guerra seguinte.
Logo a seguir em 1924 começam as primeiras emissões de rádio. E rapidamente este meio de comunicação conquista a maioria do público. Torna-se o elemento de propaganda preferencial. É com a rádio que se difunde a propaganda de Hitler, Mussolini. É pela rádio que ficaram registados os mais carismáticos discursos de Salazar. Esses discursos são feitos sob o controlo da ditadura já que a censura foi instaurada com o golpe de estado de 1926 e durou até à Revolução de Abril de 1974. Em Portugal, ao Rádio Clube Português é de 1931, a Emissora Nacional de 1935 e a Rádio Renascença de 1936.
Segue-se na evolução comunicacional a Televisão, com a RTP a iniciar as transmissões em 1957. O último dos meios de comunicação do paradigma de informação de um para todos, e a que McLuhan (1) designava de meio de comunicação frio. A imagem passou a estar em casa de todos e a propaganda também. A televisão moldou as gerações da segunda metade do século XX. Alterou modelos de comportamento, hábitos de consumo, modos de relacionamento, ideologias. Só foi superada pela internet.
Um novo paradigma de comunicação surge com as comunicações em linha, em tempo real, com a capacidade de escrever de um para todos, mas essencialmente de todos a escreverem para todos. O tempo de estar em rede, comunicar em rede e construir pensamento em rede. Com tudo de bom e de mau que isso representa.
Deixou de haver na comunicação, a responsabilidade do profissional, o compromisso ético, o objectivo de narrar a verdade verificada. O burburinho próprio do adro, invadiu todo o quotidiano. No caos comunicacional, faz-se sentir a necessidade de construir um novo cosmos comunicacional.
(1) Marshall McLuhan. Os meios de comunicação: como extensões do homem. Editora Cultrix; 1974.
António Borges Regedor
Toas as ferramentas podem ser bem ou mal usadas. As redes sociais são o caso e o facebook em especial pela expansão e popularidade alcançada.
O facebook é como o largo da aldeia. É bom para comunicar. Mas no espaço público está boa e má gente.
Alguma da informação que circula no facebook é de má qualidade por inexperiência, descuido ou até mesmo ignorãncia. Mas há também péssima informação por má fé, falsa, incorrecta, maliciosa. E contra isso há que prevenir.
Seria bom que o fb fosse um espaço decente, de credibilidade, cordialidade. Mas nem sempre é assim. Há que executar um conjunto de procedimentos para usufruirmos de um espaço público mais limpo, saudável, verdadeiro.
Há que realizar algumas tarefsa contra as falsas notícias. A figura ajuda-nos a ordenar esses cuidados a ter.
Perante um post devemos:
Conhecer a fonte, de onde vem, que credibilidade temo site ou a pessoa ou a notícia. De onde vem a história ? quem lhe dá credibilidae?
O que estará por trás desse post? Que intenção? Que verdade?
Saber quem é o autor? Merece confiança? È um académico a falar de ciência é um especialista?
Que data tem a história? Foi posteriormente desmentida? Ou é uma piada?
Verifique se os seus próprios preconceitos fazem julgamento sem fundamento. E afectam a credibilidade da notícia.
Pergunte a especialista. Pergunte a um bibliotecário ou um especialista em informação eles ajudarão a identificar pontos importantes para a identificação das fontes, autores, datas e matérias.
António Regedor
As métricas alternativas são tema para a rvista AtoZ - novas práticas em informação e conhecimento
ISSN: 2237-826X
O formato da abordagem é em entrevista. E apresentam-se os conceitos e características das métricas alternativas (ou altmetria, em português), com especial destaque para a relação destas com as métricas tradicionais e potenciais riscos de manipulação de dados. Discutem-se os desafios para tais métricas e as ferramentas disponíveis para tal contagem.
As Palavras-chave são: Altmetria; Redes sociais; Bibliometria; Infometria
Souza, I. V. P. (2015). Altmetria ou métricas alternativas: conceitos e principais características. AtoZ: novas práticas em informação e conhecimento, 4(2), 58 – 60.
Recuperado de: http://dx.doi.org/10.5380/atoz.v4i2.44554
A entrevista pode ser consultado em http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/atoz/article/view/44554
António Regedor
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