. magister dixit vs diálogo...
. E se deixassem os profess...
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Não é fácil ser professor. Acreditem, mesmo que nunca o tenham sido.
O cartaz mostra isso mesmo.
Perante um sucesso escolar da minha filha, e quando lhe perguntei quem lhe tinha ensinado, a resposta dela foi: “ninguém me ensinou, fui eu que aprendi”.
Tomei consciência que ninguém ensina nada a ninguém. A aprendizagem depende da pessoa que quer aprender. A imposição não produz os melhores resultados.
Conhecer, compreender quem está diante de nós. Agir no plano da confiança. A falta de confiança é um dos grande s obstáculos epistemológicos.
A motivação. Ninguém acredita num professor desanimado, triste. O entusiasmo do professor na acção de ensinar e na colocação de beleza daquilo que ensina é fundamental.
O fazer algo não habitual não tem de ser tão estranho que desvie a atenção, mas eu costumava levar caixas com inscrições em cada um dos lados para que todos vissem diferente, objectos ligados aos conteúdos a explorar também resulta. Fica a imagem marcante e de referência ao assunto, como que uma tag.
Também não é preciso contar uma anedota, nem acho positivo. Mas uma metáfora é coisa que uso muitas vezes. O pensamento divergente facilita a memória.
Obviamente o respeito e a confiança estão associados à satisfação de ensinar e à beleza do que se ensina. Só o entusiamo pelo que se quer aprender motiva os estudantes na sua curiosidade de investigar com autonomia e prazer. E é esse esforço pessoal do aluno que deve ser elogiado, incentivado, valorizado.
Dessa forma a avaliação deve ser entendida não como um juízo do professor, mas um reconhecimento e agradecimento do professor perante a aprendizagem do aluno.
António Borges Regedor
São Tomás de Aquino: “Teme o homem de um só livro”.
Acabei há pouco de ler o livro: “A oficina dos livros proibidos: o conhecimento pode mudar o mundo” de Eduardo Roca, cuja acção se desenvolve no século XV, abordando, ainda que tangencialmente, a relação professor aluno e o afastamento do modelo do “magister dixit”. É dedicado “àqueles que sonham e tornam possíveis os sonhos de outros” e inicia com uma citação de São Tomás de Aquino: “Teme o homem de um só livro”. O trecho que considerei interessante, do ponto de vista do paradigma que uso no ensino, aparece no livro da seguinte forma: “Tu sabelo bem, Johann, que tens assistido a alguma das minhas aulas. A propósito, aparecei lá quando vos aprouver visitar-me, tu e esse tal Lorenz. Sim, no diálogo, não só aprende o aluno como o docente. As opiniões que surgem enriquecem a todos, e as perguntas e dúvidas do aluno obrigam o professor a aprofundar mais o seu conhecimento, e estruturar o pensamento, a prevenir-se de possíveis falhas que pode haver nas suas teorias e a ver como resolvê-las.”p. 252. Roca, Eduardo – A oficina dos livros proibidos: o conhecimento pode mudar o mundo. Trad. Oscar Mascarenhas. Barcarena: Marcador Editora. 2013. Original de 2011, Ed. Planeta Madrid
António Regedor
Mais um comentário. Este numa perspectiva diferente, mas interessante.
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