. Propaganda da Fusão Nucle...
. Energia para a fusão nucl...
. Almaraz e outras coisas m...
. ALMARAZ E OUTRAS COISAS M...
. Um grão de areia em 40 an...
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Recentemente surgiu uma notícia de propaganda ao processo de produção de energia através da fusão nuclear.
A investigação científica tem sonhado com este processo que até agora consome mais energia do que a que consegue produzir.
Quer-se ter agora como novidade, ser a primeira vez que uma experiência terá produzido mais energia do que a que consumiu. No entanto não se disse quanto mais. Deduz-se que essa diferença nem sequer foi significativa, porque a ser, teria tido o maior dos relevos na notícia. Significa que simplesmente a notícia não passa de propaganda sem fundamento.
O que na realidade o programa nuclear quer é banalizar a expressão a abrir caminho à aceitação do nuclear clássico que todos já perceberam ser caro, ineficiente e principalmente perigoso como se torna cada vez mais evidente em clima de guerra.
É no entanto uma boa ocasião para colocar a questão, importante.
António Borges Regedor
É evidente o fracasso da energia nuclear por várias razões, desde a dependência financeira e de combustível, à questão de segurança das instalações e a gestão dos resíduos até ao elevado preço que se afasta muito da propaganda.
Para esconder esse fracasso, os inimigos das energias renováveis, acenam recorrentemente com a miragem da nuclear de fusão.
Mas deliberadamente não explicam que para produzir energia eléctrica precisam de gastar muito mais energia a aquecer hidrogénio a mais de 100 milhões de graus celsius. Que precisam controlar e guardar o plasma produzido num campo magnético até que se faça a fusão com libertação de energia.
E os resultados são tão indigentes que os Chineses conseguiram há três anos conseguiram a estabilidade do plasma a 50 milhões de graus celsius. E só o ano passado conseguiram aquecer o plasma a 100 milhões de graus celsius durante 10 segundos.
Está bom de ver que como experiência científica tem a sua importância. Mas para produção comercial de energia é claramente inútil.
Obviamente mais facilmente se produz energia eléctrica numa central hidroeléctrica ou eólica, ou fotovoltaica, ou até em equipamentos de maré ou ondas.
E cada vez mais há pequenos equipamentos adequados à autoprodução habitacional, em comunidade, condomínios e unidades industriais para maiores ou menores consumidores. Cada vez mais os consumidores poderão ser os produtores da energia de que necessitam.
António Borges Regedor
Recorrentemente surgem tentativas de reabilitar o nuclear através do segmento da produção de electricidade.
É sempre bom lembrar que a fissão nuclear foi desenvolvida para fins militares. Desenvolvidas no Projecto denominado Manhattan constituído especificamente para desenvolver armas nucleares. O resultado foi a explosão das armas nucleares “Trinity” como teste e das lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Durante a produção de materiais usados nas armas atómicas, essencialmente plutónio, produz-se muita energia que proporcionou a oportunidade de produzir electricidade.
É claro que as centrais nucleares não são mais que um segmento da actividade de produção de combustíveis nucleares. Actualmente além do plutónio é aproveitado o urânio já cindido, designado como urânio empobrecido para o endurecimento de munições. Daí que os campos de batalha sejam hoje literalmente semeados de resíduos radioactivos. Um dos assuntos que não tem sido referido quando se aborda o tema da guerra.
A pequena história da produção eléctrica pela nuclear, cerca de sessenta anos , está cheia de acidentes nas centrais nucleares, donde se salientam os de Three Mile Island nos Estados Unidos da América em 1979, Chernobyl na Ucrânia em 1986, Fukushima no Japão em 2011.
Reconhecidos estes falhanços o lóbi nuclear tenta contornar a péssima imagem com o anúncio de novos reactores tentando convencer que se trataria de uma nova geração. No entanto tudo isso é uma mistificação. O apresentado reactor EPR como de 3ª geração, não é mais do que o antigo reactor de água pressurizada (PWR) agora denominado Evolutionary Power Reactor (EPR) e que na europa se designa European Pressurised Reactor por ser desenvolvido pela Framatone e Electricidade de França (EDF). Todas as novas centrais em construção têm sofrido atrasos e aumento de custos. São os casos da Finlândia e França. No caso Francês a central que se dizia inovadora já triplicou o orçamento inicial e a central está longe de estar terminada. As centrais chinesas vão com atraso de quatro anos na conclusão. No Reino Unido as iniciadas em 2016 em Hinkley Point só deverão terminar em 2025.
Mas os inconvenientes não se fica apenas pelo objectivo militar que possuem, nem mesmo pela construção. Problemas maiores surgem quando ao seu desmantelamento. Este é mais demorado do que se promete no início. E muito mais caro do ponto de vista financeiros, do ponto de vista energético e do ponto de vista ambiental.
E pior ainda é a gestão dos resíduos. Há os que se destinam directamente ao segmento militar, caso plutónio e urânio empobrecido, entre outros. Há a suposta reciclagem de combustível que incide no plutónio, utilizado para fins militares, e que significa apenas 1% da totalidade dos resíduos. Há a ignorância do que poderá acontecer a resíduos que mantém a sua radioactividade que vão até um milhão de anos e ainda a gestão dos materiais e contentores e estruturas para acondicionar todos esses resíduos radioactivos por um tempo histórico que é difícil de imaginar. Um Milhão de anos que será certamente muito para além da existência humana.
Qualquer tentativa de reabilitar o nuclear, seja ele qual for, é de rejeitar de forma absoluta.
António Borges Regedor
Muitos portugueses conhecem bem os nefastos efeitos do nuclear. Entre eles estão as famílias dos mineiros da Urgeiriça que ainda hoje sofrem doenças relacionadas com a mineração feita nessas minas de urânio portuguesas. A associação AZU ( Associação das Zonas Urâniferas) tem sido porta-voz destas populações. Na generalidade os portugueses sempre tiveram uma posição de recusa do nuclear. Isso foi notório nas lutas que desenvolveram contra Ferrel, contra Sayago, perto de Miranda do Douro, contra Aldeadavila ou contra Almaraz, e mais recentemente cotra as minas de Retortillo.
Vários movimentos locais portugueses e espanhóis agrupados no MIA (Movimento Ibérico Antinuclear) desenvolvem permanente informação, reuniões e acções de defesa do ambiente e saúde das populações contra o nuclear.
Recentemente o Conselho de Segurança Nuclear Espanhol decidiu negar a autorização para a abertura de uma mina de urânio em Retortillo que se situa a cerca de 50 KM de Portugal, na zona do Parque Natural do Douro Internacional. Esta posição do Conselho de Segurança Nuclear constituirá mais um obstáculo a uma eventual decisão favorável do Governo Espanhol quanto à possibilidade de autorizar esta mina de urânio.
Não podem os ambientalistas anti nuclear ficar menos atentos apesar da nota de esperança que leve ao encerramento total da fileira nuclear na Península Ibérica.
António Borges Regedor
A luta contra o nuclear em Portugal começou há quarenta anos . Foi em 1978. Em Ferrel. Caldas da Raínha.
No entanto a opção nuclear tinha começado muitos anos antes, no rescaldo da guerra, em meados do século XX. No final da primeira metade do século XX passou a haver grande procura de urânio. Estados Unidos da América e Inglaterra eram os maiores compradores. Para as bombas nucleares, era necessário cindir Urânio em centrais nucleares. O resultado era a produção em larga escala de Plutónio necessário às bombas. Iniciou-se o paradigma da produção de electricidade pela nuclear.
Facilitava a Portugal ter minas de urânio e em 1947 ser o terceiro produtor mundial.
Em 1952 o Instituto de Alta Cultura (IAC) iniciou os estudos de energia nuclear em Portugal. Seguiu-se-lhe a Junta de Energia Nuclear (JEN) criada pelo Decreto-Lei n.º 39580, de 29 de março de 1954 e que ficou na dependência directa da Presidência do Conselho, ou seja, do ditador Salazar. Tal seria a importância que se lhe dava, por razões de estratégia militar , claro. Daí que na sua direcção viesse a estar o General Kaúlza de Arriaga e para um dos departamentos um Coronel.
Com um plano de construção aprovado em 1955, entrou em funcionamento no ano de 1961 o Laboratório de Física e Engenharia Nucleares.
Em 1971 um estudo previa que em 1978/1978 fosse instalado um primeiros grupo nuclear de 400MW ou de 600MW, seguindo-se um novo grupo de 2 em 2 anos ou de 3 em 3 anos.” (Redol, 2017). Um dos locais de instalação de grupos nucleares era O Guadiana. O primeiro grupo previa ser instalado em Ferrel.
No entanto a contestação à nuclear já tinha começado e era protagonizada por ambientalistas e mesmo por técnicos nucleares, “com base na perigosidade das radiações nucleares durante todo o ciclo do combustível, na possibilidade de fuga de produtos radioactivos para os meios líquidos (rios e mares) e o meio aéreo, nos problemas do armazenamento dos resíduos radioactivos e do desmantelamento dos grupos em fim de vida, agravada pela ocorrência de situações concretas, de casos de encobrimento de problemas graves verificados, de utilização abusiva de trabalhadores nas centrais e nas diferentes instalações do ciclo de combustível.” (Redol, 2017) Esta contestação já se fez sentir em 1975 no Encontro Nacional de Política Energética, realizada no Porto. Acresce ainda que o investimento é tão grande que o país ficaria na mão das entidades financiadores. Ficaria ainda dependente do fornecimento do combustível que só poucos países podem enriquecer, e ainda a “incapacidade das estruturas nacionais para licenciar, gerir e fiscalizar a construção e o funcionamento dos grupos nucleares.” (Redol, 2017). Além disso, a indústria nacional não estava em condições de contribuir para este programa.
O inevitável aconteceu. Em 1978 realizou-se nas Caldas da Rainha e em Ferrel, com Forum de discussão entre técnicos, ecologistas e população. Actividades lúdicas para as crianças, feira-mercado. Marcha ao local indicado para a construção da central nuclear, e aí plantação simbólica de batatas, piquenic e animação.
A construção ficou definitivamente afastada com a publicação nesse mesmo ano do Livro Branco Sobre a Energia Nuclear, a pedido do Governo, em que se concluía não haver vantagem da nuclear.
A Junta de Energia Nuclear (JEN) acabou por ser extinta em 1979, no ano do Acidente da Central Nuclear Three Mile Island nos Estados Unidos.
Em 1981, Portugal volta a mobilizar-se contra a nuclear. Agora é conta a construção em Sayago. Uma central projectada em 1973 que tinha iniciado as obras. Portugal, que tinha rejeitado a nuclear, via-se agora com uma central na sua fronteira norte, a escassos kilómetros de Miranda do Douro e a utilizar a água do rio Douro. “Percebemos o impacto que isso poderia causar nas populações. O impacto que teria no Rio, na economia, na imagem da região duriense e vinhateira”. (Regedor, 2017) A mobilização levou o protesto a Miranda do Douro onde se realizou um festival contra a central. A população não reconhecia qualquer vantagem em ter na vizinhança uma central nuclear. “ A cobertura mediática e nomeadamente com as imagens de televisão, o meio de maior impacto à época, ampliaram para todo o país o sucesso do protesto.a opinião pública nacional e o impacto internacional foi conseguido. A expressão da populações ficou expressa. O governo fez o seu trabalho respaldado na opinião e mobilização dos cidadãos. A central nuclear de Sayago não se construiu.” (Regedor, 2017). Parou definitivamente em 1984 ano em que o Plano Energético Nacional (PEN 84) e a Moratória Nuclear em Espanha afastaram de vez essa construção.
Em 1986 deu-se o desastre de Chernobil, e em 2011 o de Fukushima, dando razão aos técnicos nucleares e aos ecologistas.
A nuclear está definitivamente enterrada. As energias renováveis são o futuro.
Redol, António Mota 2017. Uma auto(alter)biografia nuclear. In Eloy, António 2017. Almaraz e outras coisas más. Caldas da Rainha: Cooperativa Editorial Caldense. P.43-54
Regedor, António José 2017. Sayago na luta contra o Nuclear. In Eloy, António 2017. Almaraz e outras coisas más. Caldas da Rainha: Cooperativa Editorial Caldense. P. 40-43
António Regedor
No dia 7 de Dezembro, entre as 19 e as 21 horas, será o lançamento nacional será na Fábrica do Braço de Prata em Lisboa.
Um livro com depoimentos de mais de trinta colaboradores que narram as diversas situações de recusa do nuclear em Potugal e algumas interferências nas intenções Espanholas.
António Regedor
É um livro sobre o nuclear, coordenado por António Eloy.
Tem mais de trinta colaborações que abordam de diversas formas as questões e as actividades contra a poderosa indústria da produção de plutónio agregada ao nuclear de produção energético. É todo um mundo político, financeiro e industrial e militar que tem alguns combatentes e que neste livro dão testemunho na priemira pessoa.
A primeira apresentação do livro será em Cuenca no dia 24 de Novembro, onde estarão cerca de dez colaboradores.
No dia 7 de Dezembro, entre as 19 e as 21 horas, será o lançamento nacional será na Fábrica do Braço de Prata em Lisboa.
São colaboradores:
António J.Regedor,
António M. Redol,
António Sá da Costa
Carla Graça
Carlos Laia,
Carlos Pimenta & Henri Baguenier,
(Chema)José Mazon,
Francisca(Paca)Blanco,
Francisco(Paco)Castejon,
Francisco Ferreira,
Isabel do carmo,
João Joanaz Melo
João Paulo Cotrim,
José Luiz A. Silva,
José Martins de Carvalho
José Ramon Barrueco,
Manuel Collares Pereira,
Luís Silva,
Miguel Manzanera,
Mila Simões Abreu,
Nuno Farinha,
Nuno Sequeira,
Paulo T, Santos,
Pedo T.da Mota,
Raquel Montón,
Romão Ramos,
Susana Fonseca & Nuno Borge,
Viriato Soromenho Marques,
Yolanda Picaso.
“Um grão de areia em 40 anos de cidadania e ambientes” de António Eloy
Apresentação no Porto
Dia 4 de Março ás 18h30m no R’Domus, Rua da Arménia. (Miragaia).
António Eloy, na primeira pessoa, faz uma viagem de 40 anos pelo ambiente em Portugal.
O livro em que faz essa viagem tem por título: “Um grão de areia em 40 anos de cidadania e ambientes” com prefácio de Paulo Trigo Pereira, e foi editado pela Esfera do Caos.
Está lá o surgimento do movimento ecologista em Portugal, a Luta, ganha até agora, contra a nuclear e outras vitórias e derrotas na cidadania do ambiente e outras cidadanias.
O livro será apresentado no Porto, dia 4 de Março pelas 18h30m no R’Domus. O local é um bar simpático e acolhedor situado em Miragaia, na Rua da Arménia. (Frente ao edifício da Alfandega, hoje Museu dos Transportes).
A iniciativa tem o apoio de duas associações de ambiente:
FAPAS – Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens
e
CAMPO ABERTO
O autor estará, obviamente presente, para discussão, e a apresentação será feita por mim, António Regedor
. Livros que falam de livro...
. Dança
. Rebooting Public Librarie...