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Muita publicidade sobre os percursos pedestres das serras do Porto motivaram-ma alguma curiosidade. Também o facto de em jovem fazer percurso pedestres nessa zona de Couce e Rio Ferreira contribuíram para a vontade de regressar a esses locais. E mais recentemente o interesse pelos percursos nas zonas auríferas de exploração do período romano ditaram que escolhesse o percurso dos fojos. Está assinalado como Trilho das Minas de Antimónio e Ouro.
O interesse paisagístico do trilho é miserável. Decorre todo entre plantações industriais de eucalipto. O percurso serpenteia desnecessariamente. Tem troços de dificuldade desnecessária entre eucaliptal e sem serem alternativos. Decididamente não é para todos e por isso não querem as famílias a fazer percursos pedestres, nem querem promover a saúde e qualidade de vida para todos. O traçado não tem qualquer interesse botânico, ecológico ou paisagístico. A informação é fraca. Minas e referências não existem ou são sumárias e sem adequada interpretação. A sinalização do percurso a dado momento desaparece e não tem manutenção. Um projecto que é um fiasco, ou que foi feito por uns engraçadinhos, ou pior. A não continuar por estes maus caminhos.
António Borges Regedor
Em Vila Real abriram há pouco tempo os percursos naturais do Corgo. São percursos praticamente dentro da cidade, mas num excelente ambiente de ruralidade, beira-rio, entre escarpas e várias cascatas. Vila Real já tinha um caminho pelas margens do rio Corgo que designa por percurso geológico do Corgo. Estes dois percursos estão agora unidos. Há agora uma rede coerente de percursos que ligam a cidade, o rio Corgo e se pode prolongar pela ecopista do Corgo (canal de caminho de ferro desactivado). Começando na Vila Velha (o primeiro núcleo urbano da cidade), pode visitar-se o museu de arqueologia e a partir de vários pontos desse promontório ter vistas excelentes do território. Daí o percurso desce ao rio. Aproveita ao máximo os caminhos de terra batida existentes com passadiços que ajudam a vencer melhor as pendentes e a travessia do rio quando necessário. Daí também se ter a oportunidade de usufruir do espaço das duas margens. O percurso pode ainda derivar por caminhos de ligação a vários pontos da cidade. Liga ao Percurso Geológico do Parque Corgo com ligação ao Parque Florestal, às piscinas, parque de campismo e áreas fluviais com diversos caminhos e relvados muito bem tratados. Este percurso segue até Abambres com uma entrada junto à Ponte da Timpeira. Aqui se quiser pode continuar pela ecopista do Corgo ( o canal de caminho de ferro até Chaves). Para voltar à ”Bila” pode fazê-lo brevemente pela ecopista até à estação de caminho de ferro (hoje desactivada). No final merece provar os “covilhetes” de carne ou as “cristas” e os “pitos” da doçaria conventual que ainda hoje a “Bila” se orgulha de preservar.
Notas:
“Vila Velha” Núcleo primitivo da ocupação deste território até ao século XIII. Com a doação do Foral por D. Dinis em 1289, a vila desenvolve-se para Norte, expandindo-se para lá do promontório inicial. Para que é hoje Vila Real sempre em crescimento.
“Bila” a designação por que os locais tratam carinhosamente e com orgulho a sua cidade.
“Covilhetes” é um produto tradicional local. É um pastel de forma redonda, com recheio de carne de vaca.
“Cristas” e “Pitos” são alguns dos produtos da doçaria tradicional de Vila Real que terá origem conventual (Convento de Santa Clara, também conhecido por Convento de Nossa Senhora do Amparo).
António Borges Regedor
Percorrendo a Ecovia do Corgo
Segmento de Vila Real a Vila Pouca de Aguiar
Esta ecovia corresponde à desactivada linha de caminho de ferro do Corgo.
Tem o Kilómetro zero na Régua e termina em Chaves ao kilómetro noventa e seis.
Partimos à descoberta desta ecovia. A decisão foi começar pelo troço de Vila Real a Vila Pouca de Aguiar. A metodologia foi o de fazer os percursos nos dois sentidos. Primeiro em subida e depois o regresso em descida voltando ao ponto de partida. Isto a cada dia de percurso.
Vila Real corresponde ao Kilómetro 25 e inicia-se naturalmente na estação. Até Abambres o percurso está a receber obras de valorização. São três kilómetros, que corresponde ao perímetro urbano, onde, pelo que se percebe, está a ser colocado piso e iluminação.
A partir de Abambres o piso é de terra batida e com algumas zonas de gravilha. A principal dificuldade é o perfil permanentemente ascendente. É sempre a subir até Vila Pouca de Aguiar numa extensão de vinte e nove kilómetros. A subida só alivia ligeiramente a partir de Tourencinho ao kilómetro 20. No Concelho de Vila Pouca de Aguiar o piso da ecovia é asfaltado e em muito bom estado. O andamento dos últimos 9 kilómetros faz-se mais facilmente.
Neste troço da ecopista, a partir de Abambres deixa de se encontrar qualquer ponto de apoio de comida ou bebida. A partir daqui tem de se prevenir com água, sumos, energéticos ou comida. O percurso é de travessia de serra e só voltará a encontrar apoio, dezassete quilómetros depois, em Tourencinho. E mesmo aí terá de fazer o desvio até à estrada nº2.
A partir daqui, mais nove kilómetros e chega a Vila Pouca de Aguiar.
António Borges Regedor
Eu preferia chamar-lhe trilho de Cambedo pelo simbolismo, paisagem e património arqueológico e cultural. É muito interessante até pela diversidade de troços que utiliza. Caminhos rurais, caminhos de contrabando, de fronteira e via romana.
O trilho circular é extenso (17,4 KM) mas pode ser dividido.
O que mais me motivou neste trilho foi a visita a Cambedo. Sobre ela pairam as histórias do acolhimento que deu a guerrilheiros anti-franquistas e que motivou um cerco, bombardeamento e assalto à aldeia na tentativa de acabar com a bolsa de resistência republicana e anti-franquista. A história da guerrilha será motivo de um futuro escrito meu.
Cambedo aldeia da raia foi em tempos designada de antigo povo promíscuo, por misturar portugueses e espanhóis e não fazer distinção na actividade do seu quotidiano rural e afastado dos centros de decisão de um e outro país. Vivendo uma realidade própria. Em 1864 na demarcação da fronteira estes povos promíscuos passaram para Portugal em troca das aldeais do Couto Misto que passaram a integrar o território de Espanha.
Relativamente perto da aldeia situa-se um castro de razoável importância. Terra do Rei Wamba, Visigodo (672-680). O Castro é hoje um amontoado de pedras que merecia uma intervenção cuidada que lhe desse a dignidade que merece. Também muito perto o caminho passa no marco 229 da fronteira Portugal-Espanha.
Escolhendo fazer o caminho misto há a oportunidade de passar por moinhos de cereal e azeite e pela “fonte da facha”.
Não faltam pontos de interesse, num trilho agradável e muito diverso.
António Borges Regedor
Legenda da imagem: A carta tem assinalado a vermelho o traçado da A24. E a azul o troço que acompanha paralelamente o talude da auto-estrada. Não podiam ter escolhido pior paisagem e pior caminho.
O que não se deve fazer em trilhos pedestres.
O trilho Vidago- Arcossó (PR2 CHV) é desinteressante, mal desenhado, de má qualidade e perigoso. Exemplo do que não deve ser um trilho. Usa no percurso troços de estradas municipais onde obrigatoriamente se tem de caminhar pela via de circulação automóvel. Tem dois troços a ladear paralelamente uma auto-estrada, áridos e sem qualquer interesse paisagístico ou patrimonial. E no entanto é um trilho com potencial e agradável, se redesenhado utilizando a ecopista do Tâmega até Vilarinho das Paranheiras e retorno utilizando uma parte da via romana até Vidago. Este mesmo percurso permitia ainda uma extensão até à praia de Vidago ou manter aí o início e fim do trilho.
António Borges Regedor
A poucos kilómetros de Chaves, na estrada N 213 para Valpaços, há um trilho que combina vários traçados. A maior parte é feito por caminhos rurais. Atingir os passadiços que dão nome ao trilho implica, por um dos lados, descer uma encosta por um caminho a pé posto com a largura de uma só pessoa, escorregadio e onde toda a cautela é necessária. Os passadiços estão construídos junto à margem da Ribeira do Caneiro. Dada a dificuldade do terreno, os passadiços seriam mais úteis para vencer a pendente acentuada a caminho do rio. O ponto de interesse é agradável do ponto de vista do interesse patrimonial. É pena que os moinhos não estejam em melhor condição de conservação, dando a oportunidade de perceber como seria o seu funcionamento e até o percurso e funcionamento da levada que os fazia mover. A sinalização necessita ser conservada e rectificada nalguns pontos. Precisa de mais informação e sinalização. Este trilho confina com uma geira romana e esta nem tem informação, nem está sinalizada. Há um enorme potencial no trilho PR10 e no trilho da geira, mas necessitam de conservação, melhoria da informação e rectificação da sinalização. A ideia com que se fica é que depois de inaugurado foi abandonado.
António Borges Regedor
Golfe não se joga contra o outro. Joga-se com o outro. Os jogadores têm níveis de jogo diferente. Respeita-se o nível decada um. Podem jogar em conjunto jogadores com níveis diferentes. Cada um procura melhorar o seu jogo. Em cada dia que passa quer aperfeiçoar. O objectivo não é o melhor ganhar ao outro. O objectivo é que os dois melhorem, todos melhorem as suas competências. É portanto um jogo de aperfeiçoamento pessoal.
É um jogo de cordialidade social. Os jogadores cumprimentam-se e desejam um bom jogo aos seus companheiros. Não o perturbam na sua vez de jogar. Ajudam-no a identificar o local de queda da bola e se necessário ajudam à sua procura. Só avançam após o último jogar e esperam sempre pelo que vai mais atrasado. Não deixam ficar ninguém para trás. Partilham da alegria de boas jogadas e felicitam o jogador que as faz. Podem jogar em conjunto homens e mulheres, adultos e jovens. Pode ser um jogo para toda a família.
Cada jogador marca as suas “pancadas” (vezes que bate a bola). Marca também a dos companheiros para conferência. Só precisa de regras, não de árbitros.
No final agradece a partilha do jogo.
Golfe e Ambiente
Joga-se em espaços abertos. Arborizados com preocupação de diversidade vegetal e de plantas autóctones. Sobreiros, Castanheiros, Carvalhos, Acer, Choupos. Fruteiras também. Conheço um campo onde uma das saídas é do meio de uma vinha. Há também arbustos como azevinhos, loureiros, giesta, tojo, carqueja e muito mais.
E também na presença de fauna diversificada. Aves, mamíferos, herbívoros, roedores, répteis, anfíbios. É comum verem-se coelhos, perdizes e até esquilos.
Há elementos estéticos presentes, como a proximidade de rios ou mar. A água está muito presente em lagos naturais ou artificiais. E é cada vez maior a preocupação com o consumo de água, conhecendo um campo onde há plantas purificadores da água num dos lagos, ou ainda a utilização de água de estação de tratamento de aguas residuais (ETAR) para a rega.
Golfe e o respeito pelo campo.
O princípio do golfe é que todos jogamos com as mesmas condições de campo. Isto implica que cada um deixe o campo como o encontrou. Limpo e conservado. Os jogadores causam impacto sobre a natureza, mas preocupam-se por minimizar. Pela extensão e tempo, os jogadores podem durante o jogo beber água ou comer alguma coisa. No entanto usam os caixotes de lixo do percurso ou no final deixam os seus lixos nos locais adequados. Nada fica no campo. Se por acção do jogo levantam alguma relva, voltam a colocá-la, minimizando o impacto e encurtando o tempo de reparação do campo. Se a bola causa impacto maior em zona mais sensível como é o green, usam uma pequena ferramenta denominada pitch repair para recolocar o green em boas condições.
O golfe não é só uma prática desportiva, é igualmente uma escola cívica.
Antóno Borges Regedor
Toda a natureza está humanizada. O homem é o construtor da paisagem ambiental que conhecemos. A floresta foi sendo moldada pelo homem. O espaço ocupado pela agricultura, pecuária, alteração de espécies de fauna e flora. Com intervenção nas linhas de água e na paisagem que modificaram com os socalcos, as pastagens, as culturas. O que visitamos hoje na natureza é obra humana. O que vemos é o resultado da capacidade transformadora do homem. Da acomodação e adaptação do meio.
Mesmo o Parque Nacional ou os Parques e Reservas Naturais estão concebidos para o desenvolvimento humano, económico e social das populações que neles habitam. Paralelamente fazem parte de uma rede de protecção da natureza.
A natureza é isto. Uma natureza com o homem e moldada pelo homem. Toda a acção humana tem impacto na natureza. Ela é o resultado desse impacto.
Desde sempre o homem percorre a natureza. Por razões de assentamento demográfico, por razões de exploração mineira, agrícola ou pecuária. Também por comércio, transporte e peregrinação.
Modernamente os hábitos de lazer incluíram práticas de alpinismo e montanhismo. Trilhos insistentemente percorridos marcaram novas paisagens. E mais recentemente grupos de caminheiros popularizaram o contacto e passeios pedestres pela natureza. Deram até lugar a nova actividade económica.
Sou do tempo em que o caminhar pelas montanhas se fazia por orientação em carta militar e bússola. Com muita procura, e exploração, e uns aprendendo trilhos com outros mais experientes. O conhecimento dos trilhos ia passando de uns para outros e de exploração própria. Até que o negócio chegou a este campo do lazer.
Hoje muitas empresas se formaram para levar turistas a passear pela natureza. Muitos guias são remunerados para levar gentes por esses trilhos que só poucos conheciam. É o seu negócio turístico.
Entretanto comunidades isoladas, periféricas e economicamente mais vulneráveis reconheceram o potencial do território que os seus naturais construíram. A economia local faz-se com pessoas. E essas comunidades através dos passadiços acrescentam valor ao seu território. Atraem visitantes para o conhecimento da comunidade, da região, da paisagem, dos serviços e bens produzidos localmente e que dessa forma constituem a sobrevivência da comunidade.
Compreendo que possa tirar negócio às empresas que levam pessoas pelos trilhos. Mas o seu nicho de caminheiros mantém-se. Não têm de ser invejosos nem elitista exclusivos.
Afinal se os trilhos não estiverem marcados nem houver passadiços que ordenem e controlem os fluxos de visitantes da natureza, o negócio era apenas de uns quantos que ganhavam e não deixavam nenhum benefício para as economias locais. E é essa a verdadeira razão de tanta animosidade contra os passadiços.
Em vez da montanha ser apenas de alguns que possuem condição física e conhecimento dos trilhos, os passadiços são mais democráticos no acesso à montanha e sensibilizam mais para o valor da paisagem.
Os passadiços não impedem os caminheiros de continuar a percorrer os seus trilhos preferidos. Não impedem os montanhistas de continuar a fazer escaladas. O trilho não impede de quem quiser ficar apenas na praias fluvial, ou no parque de merendas onde se localizam ou nos parques de lazer onde os há.
Cada um deve poder usufruir da natureza segundo as suas possibilidades físicas e preferências estéticas.
António Borges Regedor
É um dos que produz mais impacto ao visitante. A região é maravilhosa. Possui ainda grande diversidade biológica. O Rio é límpido, com muito peixe. Comporta várias práticas desportivas e de lazer.
Para chegar, tomando a direcção de Arouca, deve seguir a partir daí pela Estrada ER 326-1.
O percurso total do passadiço têm a extensão de 8 650 metros na sua maioria em madeira, e com pequenas ligações em caminho de terra. Tem uma parte fracamente mais difícil. A do Areinho até ao Vau por ser mais acidentada e menos protegida por vegetação. Pasado esse troço mais difícil, é sempre a descer, ao longo do rio, pela margem muito arborizada, o que lhe confere frescura e agradável sensação de passeio na natureza.
Recomendo começar pelo Areino. É uma pequena praia fluvial. Arborizada. O primeiro kilómetro é plano em terra batida até ao sopé da encosta que será subida em escadaria. Não se entusiasmem. Subam lentamente, aumentando o ritmo cardíaco lentamente. Aproveitem a paisagem, tirem fotografias, conversem. A subida será tanto mais agradável quanto mais lenta. No cimo sentirão uma sensação de vitória, satisfação pelo que já percorreram e domínio da paisagem. Aí verão a construção da ponte pedonal na zona da Cascata das Aguieiras. Tal como na subida, agora é outra escadaria a descer a encosta até uma cota próximo do leito de cheia desse maravilhoso rio Paiva. A partir daí, o percurso vai sempre a descer dando a sensação de plano. Acompanha o curso do rio. Sensivelmente a meio há outra praia fluvial. A do Vau. Com apoios para refeição ligeira, sanitários e muita frescura para os dias de calor. Recompostos à medida que se aproxima o fim do passadiço, na Espiunca, fica a vontade de fazer mais. Divirtam-se.
António Borges Regedor
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