. XV Regata Cenário. Vela L...
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A Náutica e especialmente a Vela, é algo que me agrada. O som da água. A calma do navegar. As conversas a bordo. O vencer lento de grandes distâncias. O sol a queimar. O brilho da luminosidade. O vento que afaga o corpo. E também o escurecer. As luzes como ponto conspícuo. Os dias na água são excelentes.
António Borges Regedor
Não será certamente de resolução impossível a descarbonização do transporte marítimo.
A imagem deixa prever a retoma da solução eólica em barcos de passageiros e de grande envergadura que concomitantemente a outros sistemas produtores de energia poderá reduzir substancialmente ou mesmo anular a necessidade de consumo de combustíveis fósseis na marinha mercante e principalmente na de lazer.
António Borges Regedor
No passado sábado, dia 2 de Outubro, realizou-se mais uma regata da Cenário Associação Náutica da Ria de Ovar. Este ano fiz parte da tripulação do veleiro “almejo”.
O vento de sul tornou esta regata das mais trabalhosas em que participei. Foram necessários muitos “bordos” para executar a “bolina” a que o vento nos obrigava. Foi muito fatigante. Saímos da marina do Carregal e foi sempre assim em direcção à ponte da Varela. A chuva acompanhou-nos logo desde a saída, o que dificultou ainda mais as manobras. Vento desfavorável, chuva farta e persistente. Canal estreito e muito assoreado. Só quando voltamos para Norte, em direcção ao Cais do Puxadouro é que passamos a ter vento de “través”. Apesar de levarmos um motor, fizemos questão de velejar a todo o tempo. O reconfortante foi entrar no canal para o cais e depois o habitual convívio de fim de regata que este ano teve a presença do Vereador da Câmara de Ovar e o presidente da Junta de Freguesia de Válega.
António Borges Regedor
Já fiz alguma navegação em embarcações à vela e construídas em madeira. E também algumas regatas. Em quase todas as situações há uma peça a afinar, uma outra que se danifica, um parafuso que salta. E em momentos de condições atmosféricas mais agrestes, já testemunhei um brandal a partir e mesmo mastros quebrados. Tudo isto em ambiente de camaradagem e com várias embarcações e barcos de apoio, é fácil de resolver. Lançam-se uns cabos de reboque e ninguém fica para trás. Todos chegam a bom porto para nos dias seguintes se dedicarem a reparar os danos.
Estas pequenas experiências fazem-me imaginar, tanto quanto possível, a impressionante logística necessária para a navegação no tempo da expensão marítima portuguesa.
O pensar que no barco teria de ir tudo o que fosse necessário para as reparações. Madeiras em tábua, em tronco para o caso de partir mastros. Ferramentas para isso. Martelos, laminas de serra cravos, estopa, tecidos, cabos e diversas ferramentas e peças.
O mesmo para a alimentação das tripulações. O biscoito como alimento fundamental. Mas também farinha e diversos grãos secos onde o feijão seria rei. A carne seria de porco, vaca, carneiro toda salgada, mas também alguns animais vivos. Imagino galinhas para ter ovos frescos e alguma vaca para dar leite além da carne em algum momento. Talvez enchidos e queijos que era o habitual dos viajantes e peregrinos. Também pescando se comeria peixe fresco de modo a poupar ao máximo as provisões de secos e salgados. Os frutos seriam secos. Possivelmente figos, uvas, amêndoas, nozes, avelãs. E claro que não faltaria vinho e água. Esta em barricas e a piorar a qualidade com o tempo. Mas que com algumas paragens para fazer as aguadas. Ou seja, o abastecimento de água, o bem mais precioso. A navegação exigiria toda o equipamento disponível à época, como as cartas de marear, compassos para traçar rotas, astrolábios, quadrantes. Haveria equipamento de primeiros socorros em uso na época. E claro, as habituais bugigangas para trocar com os indígenas. Espelhos, sinos, facas, pentes, anéis e vidros coloridos, peças de roupa. E com tanto valor a bordo e vidas a salvaguardar, não poderia faltar espadas, lanças, escudos, arcabuzes e balas, canhões e respectivas bolas de ferro. Capacetes e couraças. Tudo metido em embarcações que hoje nos fazem espantar de tão pequenas para tão grande aventuras e feitos.
António Borges Regedor
Os netos, os descobrimentos portugueses, o gosto pela náutica.
Sempre que posso estar com os meus netos, procuro proporcionar-lhes programas educativos, coerentes e agradáveis.
Numa das últimas vezes, o programa foi subordinado à Náutica e à Expansão Marítima Portuguesa.
Visitamos o Museu das Descobertas em Miragaia, Porto. Está situado num local simbólico para a expansão marítima portuguesa. Miragaia. Local onde na idade média se localizava uma praia ribeirinha com inúmeros estaleiros navais a funcionar. Aqui se construiu a maior parte da Armada que zarpou à conquista de Ceuta. Daqui se deu início aos descobrimentos marítimos portugueses. O início da colossal aventura do domínio de meio mundo. O pequeno país em território mostrou-se grande em ciência e querer. Este museu fascina especialmente por conseguir a ambiência do porão de uma nau; Pelo exótico do jardim tropical; Pelos impactos sensoriais provocados com recurso a simulação de efeitos atmosféricos e ambientais ao longo do percurso. Um agradável museu .
Depois fomos visitar a Nau acostada em Vila do Conde. Aí foi o sentir dos espaços da embarcação, a utilização dada a cada um dos castelos, a coberta, o porão. O sentir como seria a navegação em tão aparentemente frágil embarcação.
Seguiu-se a visita ao farol da Boa Nova. Avistar o horizonte e saber como ser visto. Ter a noção da importância do farol para a boa navegação. Conhecer o número de relampagos e o tempo do ciclo luminoso. Com esse conhecimento, saber que a bordo e olhando os faróis ao longo da costa temos a indicação do local exacto onde estamos a passas.
Foi uma extraordinária aprendizagem sobre a navegação, os barcos, os sinais para a navegação.
E finalmente, já em casa, a construção de uma miniatura de nau com recurso a materiais tão simples como a casca de noz, palitos e pequenos pedaços de madeira.
Este programa demorou três dias a ser cumprido, sempre animado, com interesse, discutido, reflectido, com a informação a transformar-se em conhecimento.
Aprendemos imenso, todos nós
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