. As portas da muralha burg...
. TRÊS MOMENTOS DA HISTÓRIA...
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A burguesia mercantil do Porto no século XIV vive já fora da cerca que o cabido domina. E o Porto vai ter nova muralha para o defender. São 3400 metros de perímetro com seis a dez metros de altura de uma muralha de dois metros e meio de espessura e torres de catorze a vinte metros mais E para maior reforço tinha como nos diz Armindo de Sousa, a muralha era reforçada com cubelos, adarves, torres adossadas, balcões providos de mata-cães, torreões, varandins. e cavas.
Para a comunicação com o exterior e para o funcionamento comercial a muralha era provida de portas localizadas na maioria a norte e de postigos na sua maioria de ligação ao rio. Não havendo certeza de quantas portas e postigos, sendo que alguns postigos passaram a portas, calcula-se que tenham sido dezassete.
Vamos percorrer a muralha numa viagem hipotética a partir da estação de S. Bento. Junto a este lugar, que originalmente foi o mosteiro beneditino feminino de S. Bento da Avé Maria situa-se a porta de Carros. Esta porta parece resultar da evolução da existência anterior de um postigo. E a própria porta só se construiu 145 anos após a construção da muralha. É portanto uma porta tardia construída por necessidade do aumento do movimento e de crescimento da cidade.
Antes da existência da porta de Carros, a muralha era servida pelo postigo das Hortas que também foi chamado de postigo do Vimial. Após a construção do convento dos Cónegos Seculares de S. João Evangelista (padres Lóios), veio a ser chamado de postigo de Santo Elói.
Subindo para o Campo do Olival, hoje a Cordoaria, havia a porta do Olival situada num ponto alto que estava defendida por um castelo. Um pequeno pedaço da muralha ainda hoje pode ser observado no interior de um café e de uma farmácia.
Continuando para oeste havia o postigo das Virtudes por referência a uma fonte antiga conhecida por Nossa Senhora das Virtudes. Posteriormente veio a ser porta com o mesmo nome.
Segue-se o postigo de S. João Novo também conhecido por postigo da Esperança.
Continuando a descer havia o postigo da Praia que deixava de fora a praia de Miragaia, uma zona baixa e plana onde desagua o Rio Frio. Posteriormente, por iniciativa de D. Manuel é elevado a porta com uma torre e um arco que lhe dá uma nobreza que a vem a considerar a porta principal. A porta Nobre, por onde entra a nobreza e o clero. Foi demolida em 1872.
Daí avançamos para o muro da ribeira e as várias ligações ao rio. Ligações fundamentais para a defesa e igualmente para o comércio e toda a actividade portuária indispensável à vida da cidade e ao principal modo de transporte da época. O barco. E a cidade liga-se ao rio pelo postigo dos Banhos, postigo da Lingueta que mais tarde passou a postigo do Pereira de acesso a um largo cais. O postigo do Peixe que posteriormente se designou postigo da Alfândega em frente ao terreiro da alfândega. Foi demolido em 1838. O postigo do Carvão que ainda existe.
Logo a seguir para nascente a porta da Ribeira ao centro da muralha virada a sul. Tinha torre fortificada mas destruída para erigir a capela de Nossa Senhora do Ó. Para leste da porta da Ribeira ficava o postigo do Pelourinho, o postigo da Forca, o postigo da Madeira e o postigo da Lada. A entrada seguinte fazia-se já no cimo da escarpa e virada a nascente pelo postigo do Carvalho, já que se situava no sítio chamado Carvalhos do Monte. Mais tarde postigo de Santo António do Penedo. Evoluiu depois para postigo do Sol e finalmente porta do Sol. Seguia-se na muralha a Porta de Cimo de Vila defendida por torres. A seguinte era a Porta de Carros por onde começamos esta viagem.
Bibliografia
Oliveira, Eduardo de Sá Oliveira - Duas muralhas, duas cidades. A História Militar do Porto Medieval. [Dissertação Mestrado] U Porto. 2013.
RODRIGUES, Adriano Vasco, As muralhas do Porto medieval In Ingenium: Revista da Ordem dos Engenheiros, nº 2. Lisboa, Julho/Agosto de 1986.
SOUSA, Armindo de, “Tempos Medievais”, in História do Porto, dir. de L. A. de Oliveira Ramos, Porto: Porto Editora, 2001.
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