. Woodstock Agosto de 1969....
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São cinquenta e dois anos de distância e parece ainda soar a música de Woodstock. O enorme rumor de milhares de jovens e outros nem tanto.
Em destaque Jimi Hendrix. Parece que ainda estou a ouvir no vinil os sons metálicos, que fazia do hino dos estados unidos da américa, produzidos nas cordas da sua guitarra. Destaque também para Grateful Dead e Janis Joplin com direito a foto.
Três dias de paz e música. No dia 15 de Agosto de 1969 era uma sexta-feira. O cartaz anunciava Joan Baez, Arlo Guthrie, Richie Havens, Sluy and The Family Stone, Tim Hardin, Nick Benes, Swetwater. No dia seguinte, sábado 16 o programa prometia Canned Heat, Credence Clearwater, Grateful Dead, Janis Joplin, Jefferson Airplane, Santana, The Who e ainda Jack Harrison. Para o último dia, 17, a lista de subida ao palco seria The Band, Jeff Beck Group, Blood Sweat & Tears, Joe Cocker, Crosby Stills & Nash, Jimi Hendrix, Iron Butterfly, Ten Years After e por ultimo Jonny Winter.
Assistiram ao festival de três dias quinhentas mil pessoas. Os contratempos e atrasos não incomodaram os assistentes. Tudo em paz e amor. Vivia-se a contestação à Guerra do Vietnam em que os americanos se viam envolvidos desde 1965. O muro de Berlim tinha sido construído em 1961 e vivia-se a guerra fria. O catolicismo tinha virado uma página da história em 1962 com as mudanças resultantes do Concílio Vaticano II. Em 1967 iniciava-se a televisão por satélite. E nesse ano de 1969 tomou posse o Presidente Nixon, o homem pousou na Lua e os Beatles lançaram “Yellow Submarine. É neste caldo de cultura, ciência e movimentos sociais que se destaca o movimento hippie que dá corpo a Woodstock, à contestação à guerra e constitui significativa mudança cultural e social.
António Borges Regedor
José Afonso morreu há 30 anos.
E torna-se incontornável não falar desta voz da canção de Coimbra, deste estudante da Universidade mais antiga do País, desta autor, compositor, músico e cantor, símbolo de uma geração contestadora da ditadura e da guerra, e simultâneamente faminta de liberdade, cidadnia, paz, modernidade, conhecimento, progresso e bem estar social, fundamental para a realização pessoal.
Torna-se inevitável, lembrando José Afonso, recordar a geração que se radicalizou contra a ditadura, a academia que se radicalizou contra o obscurantismo, os estudantes das colónias que se radicalizaram contra a intransigência colonial, e os oficiais capitães, subalternos e milicianos que se radicalizaram contra a guerra
Torna-se memória a canção que foi senha de saída dos quartéis, para ir fazer um golpe militar desenhado num mapa de estradas, que caminhou por uma revolução de conquista de direitos políticos, laborais, sociais, culturais. Que deu expressão a quem tinha medo, rendimento a quem vivia de esmola, casa a quem vivia em barraca, escola a quem nunca lá entrara, passaporte a quem tinha dado o “salto”, europa a quem nunca tinha ido para além do “adro”, mundo a quem nunca tinha visto o “mar”.
Tanto tempo e tão pouco em 30 anos. Tanto tempo e tão pouco Zeca junto de nós.
António Regedor
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