. 26 indivíduos são donos d...
. O Liberalismo e as biblio...
. Liberalismo e neoliberali...
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
A Ponte da Misarela é conhecida pela ponte do diabo. E bem assim lhe podem chamar. E por várias razões. Por razões naturais. Localiza-se num profundo vale estreito, entre duas montanhas, e por onde se chega por carreiros serpenteados nas encostas de um e outro lado. É aqui bem perto que o rio Rabagão se une ao Cávado. E é aqui onde dois maciços rochosos, estreitam o rio que cai de uma fenda e o lança em caldeiras onde as pedras rolam até se polirem e formarem bolas graníticas, brinquedos de gigantes mitológicos ou do diabo, quem sabe. Dois rochedos que se elevam de um e outro lado do rio, são os contrafortes onde a ponte granítica encaixa e se comprime de robustez. Essa ponte medieval que foi reabilitada já no século XIX. Na sua vida foi palco de várias contendas, geralmente as motivadas pela independência e pela liberdade. Em Maio de 1809, durante as invasões francesas, neste lugar da freguesia de Ferral, juntaram-se oitocentos barrosões que ousaram travar caminho aos exércitos de Napoleão. Gente da terra, sem treino militar, mas calejada na rudeza da serra, conhecedora de todos os caminhos, atalhos e veredas onde emboscar, surpreender, golpear. No local, a placa indicativa do feito, afirma que sangrou o exército de Napoleão. E assim terá sido. Com as tropas em carreiros de pé posto, de largura nunca superior a suportar dois homens armados e equipados. Carregados da bestialidade da guerra. Na ponte onde há só lugar a passar uma carroça de cada vez. Fácil terá sido aos paisanos, tisnados do sol e esgueirando-se pelo arvoredo, fazer sangrar a tropa do imperador. Os lugares são muitos de onde com mosquete, ou só à pedrada se podia atingir a tropa fardada. As invasões fracassaram, o país manteve a independência. Mais tarde na luta fracticida entre liberais e absolutistas, a ponte voltou a receber os actores de mais um drama nacional. Desde 1870 que a nação estava dividida. Desta feita foram os liberais que vacilaram diante dos absolutistas comandados pelo General Silveira a caminho de espanha onde se refugiou. Quis o fado nacional que neste mesmo lugar a contenda entre os Constitucionais, Liberais do General Antas, derrotassem os cartistas absolutistas do Marechal Saldanha, do Duque da Terceira e do Barão de Leiria.
Do ponto de vista antropológico o local está ligado ao culto da maternidade. A mulher com dificuldade em ter filhos . As mulheres com dificuldades de maternidade, deveriam acompanhadas por mais dois homens aguardar o primeiro passante na ponte que lhes baptizaria a criança ainda na barriga. Os nascidos rapazes chamar-se-iam Gervásios e as raparigas, Senhorinhas.
António Regedor
A mais antiga Biblioteca Pública, na opinião de Nunes (1996), nasceu no Porto. A Biblioteca Pública Municipal do Porto foi criada a 9 de Julho de 1833, na sequência do movimento liberal pós-Revolução de 1820.
Era o tempo de entender a biblioteca como reforço da alfabetização, da afirmação da necessidade de incrementar o hábito da leitura, de dar continuidade à competência da leitura adquirida com a alfabetização, e de “aperfeiçoamento moral e intelectual” (Grattan, 1964, p.36).
O exemplo da revolução francesa e a criação das bibliotecas públicas a partir dos acervos dos conventos e mosteiros, e a semelhança com a revolução liberal na confiscação das livrarias conventuais leva à adopção do modelo conservacionista e patrimonial das bibliotecas. Assim, as bibliotecas públicas criadas no contexto da revolução liberal, em Portugal, afastam-se do
conceito das ‘free libraries’ em que tentam inspirar-se assumindo o nome.
Apesar de o ambiente político liberal ir, por razões ideológicas, criando bibliotecas públicas, a legislação regulando um sistema nacional bibliotecário só surge com a legislação produzida a 2 de Agosto de 1870.
A percepção de que as bibliotecas públicas então criadas têm carácter erudito e conservador, leva à proposta de criar bibliotecas populares em todos os concelhos, com objectivo político expresso de promover a aproximação ao conhecimento das classes populares, por meio da leitura moral e instrutiva (Decreto Régio de 2 de Agosto de 1870).
O Decreto Régio de 2 de Agosto de 1870 apontava para a criação de uma biblioteca popular por concelho, instalada na escola primária e superintendida pelos professores primários. Este diploma legislativo determinava também que os custos de funcionamento das bibliotecas populares deveriam ser suportados pelas câmaras municipais.
É uma política determinada centralmente para ser aplicada localmente, o que resultará em fracasso, como sabemos.
Paralelamente às bibliotecas públicas de característica erudita e conservadora, e às bibliotecas populares para a instrução e moral, em resultado da ilustração, do gosto burguês pela leitura, essencialmente de romance, da indústria da edição periódica e monográfica, surgem os gabinetes de leitura comerciais ou associativos populares.
Os gabinetes de leitura surgiram antes mesmo das bibliotecas populares. A leitura, pelo menos para a burguesia ilustrada, durante boa parte do século XIX era feita nos gabinetes de leitura, moda importada de França, onde tinha surgido em meados do século anterior. Os gabinetes de leitura foram inicialmente
constituídos por influência dos ideais de origem francófona, como espaços de socialização onde as relações e mundividências sociais, políticas e culturais da burguesia letrada se faziam sentir. A par, entre os homens instruídos, difundiu-se a ideia liberal de que havia que incutir e promover uma “cultura civilizadora”, que facultasse o acesso à leitura e à comunicação escrita.
A par dos gabinetes de leitura, com objectivos comerciais, formaram-se várias associações de promoção da cultura e da leitura junto da classe operária. Uma vez que os gabinetes de leitura, no sentido estrito do termo, estavam praticamente reservados à burguesia, as associações operárias concebem as suas próprias colectividades e os seus próprios mecanismos de promoção da leitura, entre os associados. Os leitores que frequentam as associações operárias emergem de diferentes camadas sociais, fruto da preocupação em alargar o processo de alfabetização a estratos populares da sociedade, nomeadamente a artesãos e trabalhadores, por via das próprias necessidades do processo de «industrialização» do país em curso.
Nestes círculos, pratica-se a leitura em voz alta–‘leitura em público’–, muitas vezes feita pelos próprios escritores. Com o tempo, esta leitura veio a cair em desuso, vindo o termo mais tarde a ter outro valor semântico. No dealbar do século XX, o termo ‘leitura pública’ veio a designar o tipo de biblioteca aberta ao público em geral, e não o modo de ler como na concepção tradicional.
António Regedor
No Parque Nacional da Peneda-Gerês, já do lado do Concelho de Montalegre, há uma ponte que se impõem pela altura a que se encontra em relação ao rio. A visão que se tem dela é a de algo que aparenta estar a ser comprimida pelas margens do rio e aimultâneamente suportando a massa rochosa das duas encostas. Chama-se Ponte da Misarela. Está construída sobre o Rio Rabagão à distância de um kilómetro da sua foz que é o Cávado.
É uma ponte de estilo românico, portanto construída na Idade Média. Sua reconstrução deu-se no século XIX. Sendo certo que em 1809 foi atravessada pelas tropas de Napoleão comamdadas por Soult. Numa placa colocad no local, há registo de enfrentamento com elementos da população.
Volta a ser palco de contenda em 1837 durante a guerra civil que opôs liberais a absolutistas.
A ponte é mais conhecida por motivo da lenda que a ela se liga e que respeita ao culto da maternidade. As mulheres com dificuldades de maternidade, deveriam acompanhadas por mais dois homens aguardar o primeiro passante na ponte que lhes baptizaria a criança ainda na barriga. Os nascidos rapazes chamar-se-iam Gervásios e as raparigas, Senhorinhas.
A ponte está classificada como Imóvel de Interesse Público desde de 30 de novembro de 1993.
António Regedor
“Falte-te, é verdade, ó nobre e histórica rua de Sant’Ana, faltate já aquele teu respeitável e devoto arco, precioso monumento da religião de nossos antepassados, e que, certo é, mais te vedava a pouca luz do céu “material” que tuas augustas dimensões deixam penetrar, mas era ele em sim mesmo, foco da espiritual luz de devoção que ardia no bendito nicho consagrado à gloriosa santa do teu nome.” Garret, Almeida - O Arco de Sant´Ana,
Desde o esboçpo e a publicação do 2º volume distam 19 anos.
Começa a ser escrito à época do cerco do Porto, após o desembarque liberal de 1832. Apresenta-se como sendo a cópia de um manuscrito acgado no convento dos grilos por um soldado do Corpo Académico, pseudo autor. Esta fórmula era usada pelos autores romanticos para imprimir veracidade à ficção.
Na realidade almeida Garrett foi alistado no Batalhão Académico aquartelado no Convento dos Grilos. Aí concebeu o romance para passar o tempo. O romance foi interrompido, e só em 1844 concluiu o 1º volume.
António Regedor
Vilfredo Pareto foi um economista liberal e sociólogo italiano do século XIX.
Era anti-socialista, defensor do mercado e do ponto de vista siciológico era defensor da dominação das elites.
Assim sendo, foi um dos teóricos do fascismo.
No âmbito da ideologia liberal considerava que a democracia era uma ilusão.
Do ponto de vista sociológico considerava que uma classe dominante sempre subsistirá enriquecendo-se cada vez mais.
A sua perspectiva económica é a da redução drástica do Estado
Ora foi isto que aconteceu no tempo de Mussolini: Destruição da liberdade política; Substituição da gestão estatal pela gestão privada; Diminuição dos impostos sobre a propriedade; Alberto De Stefani ministro das finanças de Mussolini reduziu impostos, aboliu isenções fiscais que beneficiavam contribuintes de de renda mais baixa, facilitou as transações com ações, desregulou os alugueis, privatizou os seguros de vida e transferiu a gestão do sistema de rádio para o setor privado
O século XXI foi nitidamente marcado pelo reanimar destas ideias, agora em movimento denominado neoliberal. O menos estado, a venda dos bens públicos a privados, o aumento das desigualdades por perda dos mecanismos de redistribuição da riqueza e a consequente concentração dessa riqueza, por destruição da classe média e alargamento da base de empobrecimento.
E tudo isto, já resultou em grandes tragédias como nos documenta a história.
A Universidade de Chicago é considerada o berço da ideologia neoliberal, pelo predomínio do pensamento de Milton Friedman, representante da escola monetarista, da absoluta liberalização do mercado e do não intervencionismo regulador estatal, a par das privatizações e da recusa dos gastos sociais.
Sabemos que o mercado por si é devorador. Impiedoso na obtenção de lucros que sem regulação e intervenção orientadora do estado, leva à concentração da riqueza num cada vez mais pequeno número. O actul 1% contra os 99%. É a intervenção do estado que pode traçar políticas e que através dos gastos sociais promove a redistribuição da riqueza produzida. A escolha é clara.
António Regedor
. Rebooting Public Librarie...