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Muito orgulho em inegrar a comissão cienífica do
XVI Encontro de CTDI | XVI Conference on Sciences and Technologies of Documentation and Information
subordinado ao tema " Acessibilidade e segurança para o sucesso das organizações”, via zoom.
ISCAP – Instituto Politécnico do Porto
Licenciatura em Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação (CTDI)
a realizar em 16 de dezembro de 2022.
António Borges Regedor
O jornal Expresso foi alvo de um ciber ataque que lhes destruiu cinquenta anos de arquivo histórico.
O ataque ao Expresso levanta pelo menos três problemas
Este tipo de crimes são muito graves. É uma forma de criminalidade sofisticada, perigosa, que põem em causa diversos direitos fundamentais do nosso modelo civilizacional e do Estado de Direito. O roubo de dados económicos e principalmente os pessoais, para com eles chantagear e exigir resgates, pões em causa o direito à privacidade dos cidadãos, à protecção das suas informações pessoais, quer sejam fiscais, económicas, de saúde ou quaisquer outras.
O ataque ao Expresso, que aqui uso como exemplo e pretexto para reflexão, não é caso único. Sabemos que ocorrem ataques similares a este frequentemente a diversas instituições. Públicas, de soberania, de segurança, fiscais, de saúde, empresas, e muitas outras. O ataque às instituições é extensivo ás pessoas que dependem ou interagem com essas instituições. É portanto um ataque a todos. E um crime contra toda a sociedade deve ser tratado como tal.
Actualmente os arquivos da maior parte das instituições estão na “cloud”, que não e mais do que um servidor que armazena os dados de memória das instituições. É fornecido por empresas privadas, com inconvenientes que pode acarretar.
O armazenamento da produção digital de todo o tipo de informação para memória histórica deve merecer a maior confiança e não deve ser exclusivo. Para esta questão, tal como existe para os documentos analógicos (livros, jornais, discos e outros) deve colocar-se com grande rigor o problema do Depósito Legal (Lei que obriga os editores a depositar numa instituição do estado uma cópia da sua produção informativa.
A Lei do depósito legal para os vários documentos analógicos sempre foi uma garantia de memória.
A produção digital, deve merecer muita atenção quanto à sua preservação. Para além da questão de segurança coloca-se também a fragilidade do digital em manter, conservar e preservar a memória documental que produz. Fica evidente a necessidade de um repositório público em condições de segurança para memória futura. Para que a História se possa fazer.
Toda a actividade social, económica, de saúde, segurança, académica está assente em plataformas digitais. É a plena sujeição ao risco de colapso por falha dos sistemas, por acção criminosa, ou terrorista, ou ambiental. É um enorme risco estarmos dependentes exclusivamente do suporte digital. Risco por toda a nossa vida, em casa, no emprego, na segurança, na saúde, estar suportada em sistemas informáticos que quando menos se espera podem ter uma quebra, e em cadeia provocar um enorme blackout.
António Borges Regedor
Atenção: a foto é de um insecto e nada tem a ver com vírus.
Atenção: o título é uma metáfora.
São vários os “vírus” que atacam o livro. Não se trata de um vírus como o que agora bem conhecemos que saltando do seu hospedeiro natural, procura o ser humano para a sua continuidade biológica. É doutros “vírus”, com aspas porque com outros significados.
Começamos pela condição química que limita os livros no tempo. E para esse "vírus " do tempo, os cuidados de preservação e restauro são necessários. Mas também a condição mecânica do livro o fragiliza. O manuseio, transporte e acondicionamento. A página dobrada ou rasgada, o caderno solto; a areia, ou a chuva. Sim porque o livro é de todo o terreno, e isso naturalmente degrada-o. Até há alguns livros que servem para colocar por baixo da perna da mesa para a estabilizar. Também pode servir para colocar por baixo do monitor do computador. Outros livros vão parar ao sótão ou à cave. E tudo isso enfraquece o livro e lhe limita a vida. Mas há também o ataque dos “vírus” biológicos. De vez em quando lá aparece entre outros, um lepisma saccharina (1) para fazer dos livros o seu restaurante. E contra esses o melhor remédio é os livros não ficarem esquecidos por muito tempo. Serem lidos, consultados, mudados de lugar, reordenados é a melhor solução contra os insectos. Outro perigo para os livros é o inovador “vírus" técnico. O que dá por nome de computador. O e-book, e toda a sorte de suportes digitais que concorrem com o livro clássico em papel. A predição do seu sucesso não tem sido tão grande como a anunciada. O anúncio do fim do livro continua em anúncio. É verdade que o suporte digital do livro ganhou espaço nos nossos formatos de leitura, especialmente na literatura técnica e científica. Mas a leitura de lazer continua a fazer-se essencialmente em papel. E sem receio o livro em suporte papel vai coexistir com os outros suportes, tal como foi durante toda a história do livro. Os suportes mudaram, o livro sempre existiu. A grande preocupação, aquela que realmente importa é que é dos maiores perigos para o livro são os "vírus" sociais. Um deles é o "vírus" educativo. O que desvaloriza o livro em favor de outras formas de entretenimento. O livro não deixa de ser um brinquedo, com que se constroem aventuras, como com qualquer outro brinquedo. O “vírus” cultural que desvaloriza as humanidades a favor das tecnicidades. A técnica sem ética não é progressiva, não é construtiva, não tem utilidade nem humanidade. O “vírus” político é dos mais perigosos por desvalorizar os sistemas e redes de informação, por desvalorizar as bibliotecas e arquivos que são os repositórios públicos do conhecimento. Por desvalorizar a função e competência específica desses profissionais da informação social. Porque os desvalorizam, os "olvidam" e dessa forma não têm os melhores a cuidar da informação social como res publica. E estes vírus sem política formada para as bibliotecas e arquivos, são os piores bibliófagos.
António Borges Regedor
A leitura da informação não resulta da notícia solta, mas de uma relação de diversas notícias e da interpretação que essa relação lógica possibilita. Na gíria popular é o ler nas entrelinhas. Na Filosofia é hermenêutica. A comunicação de um dado é apenas informação. A interpretação dos dados é que nos possibilita conhecimento.
Analisando o caso TAP verificamos melhor o que é ter informação e produzir conhecimento.
No tempo de privatização da TAP. A companhia portuguesa de aviação tinha um pré-contrato de compra de aviões A350. Neelman teve 70 Milhões de euros de prémio por trocar os A350 por A320 e A330. Era o que a Airbus queria e o Neelman fez. Feito o acordo com a Airbus, foi com esse dinheiro que Neelman comprou a TAP.
Mais recentemente sabia-se que Neelman andava a tentar vender a TAP. Tinha um contrato de venda com a Lufthansa. Tendo Portugal 50% da companhia e esta ir ser vendida a outra companhia estrangeira, Portugal ia perder a companhia para outro país e ainda ia capitalizar a nova empresa alemã com 50% do capital. Isto é: financiar os alemães.
Percebemos que a justeza da solução que Portugal adoptou. Para defender os interesses dos Portugueses tomar a decisão sobre a companhia de bandeira nacional era fundamental. Portugal teria necessariamente de recuperar a sua posição estratégica na TAP ( transporte, diáspora, ligação aos cidadãos em qualquer parte do mundo como aconteceu na crise covid).
Paralelamente na actual crise covid percebemos a guerra comercial e económica entre países. A British Airways é dona a 100% da Iberia. Claro que quer por os seus cidadãos a viajar nos seus aviões. Daí que tenha interdito as viagens para Portugal e tenha aberto a porta às duas companhias inglesas. Mais claro não pode ser. Nada tem a ver com covid, mas apenas com negócio.
E assim se faz a interpretação das notícias para produzir conhecimento.
António Borges Regedor
A Era da informação naturalmente criou os seus contrários. A desinformação, e o fenómeno largamente conhecido por “fake news”.
Nada de novo. Desde Heraclito, o pai da dialéctica. (Cerca de 500 a.C. - 450 a.C.) que sabemos que a realidade não é mais que a alternância entre contrários.
Platão afirmava o dualismo ontológico, sendo que um deles era ilusão. Não correspondia á verdade.
Até a lógica aristotélica se apoiava em silogismos que podendo estar formalmente correctos podiam igualmente desviar-se da realidade.
O cristianismo medieval acentuou o maniqueismo. E no campo da ciência o conhecimento afirmava-se em disputas teóricas.
Mais modernamente Hegel enunciava a dialéctica para a compreensão do decurso e avanço histórico. Marx apoia-se nesses enunciados para os apresentar de forma positiva como processo civilizacional.
Mas se até aqui as várias interpretações dos contrários constantes da realidade eram tidos como aspectos positivos, eis que chegamos à era da informação em que é propositadamente que se recusa a verdade, se constrói uma pós-verdade e se propaga a falsidade intencionalmente. Eis as fake news e os seus sucedâneos ainda mais nefastos.
Uma nova realidade que preocupa a comunidade científica e que se constitui como objecto de estudo.
Os profissionais da informação têm este novo fenómeno em especial atenção.
A licenciatura em Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação (CTDI) e, no âmbito do Centro de Estudos Organizacionais e Sociais do Politécnico do Porto (CEOS.PP), organiza um Encontro subordinado ao tema “A desinformação na era da informação: Novos Desafios para a Gestão da Informação”.
São vários temas em estudo:
a desinformação e o papel do profissional da informação;
as causas da desinformação nas organizações;
a sobrecarga informacional;
os efeitos da desinformação;
as formas de combater a desinformação; a informação enquanto recurso;
boas práticas no uso da informação e das tecnologias no combate à desinformação;
a inclusão digital;
a literacia e outras de interesse.
A iniciativa está marcada para o dia 23 de Abril de 2020 e realiza-se no ISCAP do Instituto Politécnico do Porto.
Tenho pensado sobre o facto de as crianças e jovens se deixarem ser cada vez dependentes dos instrumentos de cálculo, perdendo as noções de quantidade, volume, espaço.
Uma falha de virgula numa máquina de calcular pode mudar o resultado sem que a pessoa menos competente dê por isso. Exemplo 5 X 0.5. A falta de noção da quantidade e proporção, pode incorrer num erro enorme para uma pessoa menos preparada.
O mesmo para equipamentos de orientação. Dou um exemplo: Agora todos os jovens se orientam por GPS. Antigamente ia-mos para o Gerês de bússola e de carta militar. Nos últimos anos têm vindo a ser batidos recordes de visitantes perdidos no Gerês. Basta acabar a bateria do telefone para deixarem de saber onde estão e para onde ir. Não conseguem orientar-se pelo sol, determinar pontos cardeais.
Ainda não há muito tempo uns estrangeiros perguntavam no Largo do Viriato, Porto, onde era o rio. Naquele ponto duas das três ruas descem. Não se entende que estando à procura do rio não tivessem optado de imediato pelas descidas. É lógico que se procuravam o rio, teriam de descer para o encontrar.
São casos como estes que não auguram nada de bom no caso de um enorme crash energético. Com os computadores, telefones e outros equipamentos a falhar, como sobreviverão as futuras gerações?
António Borges Regedor
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