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Decorre simultaneamente em Espinho, Porto e Lisboa o FEST- Festival Novos Realizadores | Novo Cinema.
Fazer um festival de cinema é difícil. Muito mais nas actuais condições de confinamento, de limitação de mobilidade, de medidas adicionais de cautela em saúde pública e da retracção dos apoios, colaborações e parcerias.
E pelo que se sabe, o FEST tinha um festival preparado, e que devido à pandemia teve que reformular em pouco tempo, resultando num festival diferente.
A competição internacional, que este ano integra 10 obras de cineastas emergentes , vai decorrer, em simultâneo, em Espinho (Auditório da Junta de Freguesia de Espinho e Cinema Drive-in), no Porto (Cinema Trindade e Casa Comum/ Reitoria da Universidade do Porto) e em Lisboa (Cinema Ideal).
E os organizadores, o Director Filipe Pereira e a sua excelente equipa, tiveram a coragem de o fazer. Não se intimidaram com as dificuldades e imprevistos e tudo resolveram de modo a cumprir o FEST.
E se todas as dificuldades apontadas eram já suficientes para enorme preocupação com a organização em um local, o FEST, é ainda mais audaz e realiza em simultâneo o festival em três cidades.
O FEST nasceu em Espinho, pequeno, ainda me lembro, mas isso nunca o limitou. Desde sempre teve a preocupação de ultrapassar a barreira física do local onde nasceu para ganhar espaço mais amplo nacional e internacional. E sempre promoveu o Festival fora de Espinho, também me lembro porque assisti a algumas apresentações do FEST no Porto.
Do ponto de vista do programa é de uma cuidada escolha. Bons filmes, bons realizadores. Boas surpresas. Pessoalmente é nos festivais de cinema, com as ante-estreias ou ciclos ou trabalhos a competição que tenho visto dos melhores filmes que me recordo. E Espinho, terra de vários géneros de festivais de cinema tem-me dado essa oportunidade.
O que escrevo é resultado da observação da sessão de abertura, de uma sessão em sala e da experiência do drive-in.
Uma inovação e excelente forma de pensar o futuro de espectáculos em risco de pandemia é o drive-in. E esta inovação do FEST, devia servir para obtenção de conhecimento e competência para realizações futuras. A segurança sanitária é assegurada pelo distanciamento social. O modo de reservar o bilhete por contacto on-line com confirmação da reserva. É garantido o conforto. É possível a qualidade do visionamento do filme ou do espectáculo pelo posicionamento ordenado das viaturas de modo a que todas têm linha de visão. O som é fornecido pela sintonização de uma frequência no próprio carro. E tudo isto será ainda mais importante quando o tempo atmosférico não for tão favorável a espectáculos ao ar livre sem conforto.
E no caso concreto do drive-in do FEST, o controlo de entradas, a localização, a mobilidade das viaturas na entrada e saída tem sido feita de forma célere e eficaz e evoluindo com a experiência.
O FEST é um exemplo a seguir e arrisco a dizer que se formou uma equipa competente na organização deste tipo de evento. Parabéns a quem tem estado no terreno. O próprio director do festival afirma que “o sucesso se deve já ao grande número de colaboradores que dão corpo ao conjunto de tarefas necessárias à concretização do festival.”
O FEST tem enorme potencial de crescimento. É merecedor da nossa atenção e da nossa presença.
António Borges Regedor
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