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O espaço democrático de referência é a Europa. Onde a Democracia nasceu e onde mais exercícios de regimes democráticos foram experimentados. É na Europa que se substitui o absolutismo pelo parlamentarismo. A transição da soberania para o Povo. É na Europa que se inicia o exercício da separação de poderes. Que se vão constituindo e alargando os direitos políticos, sociais, económicos. É na Europa que se afirma o conceito de cidadania e se constroem as Repúblicas. O laboratório democrático é a Europa. E apesar dos enormes erros históricos do estalinismo, é na Europa que se experimenta a social-democracia, o socialismo com mais ou menos tiques liberais. E na Europa que evoluem os sistemas eleitorais, dos mais restritos até ao voto universal.
Os Estados Unidos da América só por grandes erros cometidos na Europa aparecem como espaço democrático de referência sem que tal corresponda à realidade.
O mito dos Estados Unidos com referência democrática esconde a verdadeira realidade de um país que se formou com o pecado original de genocídio. Que enriqueceu com a escravatura tardiamente abandonada e com as guerras para onde forneceu armas e mantimentos. Com uma longuíssima história de promover guerras, invasões e golpes de Estado. Com a estafada política de fomentar conflitos nos outros continentes para ocupar adversários e amigos. Teve a mão dos Estados Unidos da América vários movimentos de guerrilha em África. Iniciaram mesmo a guerra em Angola em 61 apoiando a UPA que realizou os horrorosos massacres desse ano. Tem a mão dos Estados Unidos o conflito no Afeganistão, Ex-Jugoslávia com o apoio descarado aos contrabandistas do UÇK ou mesmo na Chechenia. Ossetia e Ukrania. Fica muito a dever à democracia as guerras imperialistas que desenvolvem nos países onde existem significativas reservas de combustíveis fósseis. E não menos importante a sobranceria imperial como impõem aos aliados a cobrança de tributo feito em compra de armas correspondente a uma parte dos respectivos PIB.
Se dúvidas ainda restassem alas estão desvanecidas com a triste deriva selvagem das escolhas políticas do eleitorado americano ao escolher um criminoso para presidente e ao impedir os resultados das escolhas e a aceitação dos resultados.
Definitivamente há 75 milhões de razões para afirmar que os Estados Unidos da América não são exemplo democrático, não têm condições para dar lições de democracia, nem são exemplo a seguir no espaço democrático.
António Borges Regedor
Restam já poucas dúvidas da derrota de Trump. Mas mais do que isso há uma constatação que se impõe:
Os Estados desunidos da América.
Há claramente dois mapas dos USA. O do Litoral e o do Interior. O Litoral Democrata progressista, industrial, cultural e o Republicano conservador, retrógrado e proto-fascista nas suas expressões racistas, chauvinistas, supremacistas, agressivos, e ainda rural e bronco, nas suas expressões ignorantes, terraplanistas, negacionistas da ciência, efabuladores e fantasistas políticos, alimentados por mentiras (fake news na expressão local).
Mas não deixa também de espantar que nos votantes haja tão pouca consciência de si próprios, de auto.estima e respeito pela sua identidade, direitos e deveres.
O que espanta é que sabendo-se da relação hostil que Trump tem para com as mulheres, quase metade ainda veja no energúmeno algum argumento para votar nele.
Espanta também que após a campanha para colocar os hispânicos atrás do muro, que um em cada dois não tenha espelho. Que falando da Covid 19 como o vírus chinês, ainda haja um em cada asiático que vota nele. Depois espantem-se que os chineses não tenham respeito pelos vizinhos. E também espanta que apesar de poucos, um em cada dez de negros goste de bastonadas e de morrer com tiros da polícia.
Espanta também que quatro em cada dez votantes com ensino superior encontrem alguma afinidade com as mentiras, os negacionismos e as tretas da terra plana do Trump.
Bem precisa a Europa de se afirmar como espaço autónomo de referência civilizacional, ético, cultural, económico, de justiça e de segurança para não se afundar com o império em derrocada e poder afirmar-se face ao império emergente.
António Regedor
Porque o assunto é demasiado sério, fica o registo para memória futura.
Qasem Soleimani
AEra o general comandante dos Guardas da Revolução, a principal força do regime do Irão. E também das milícias Quds.
Foi o influente orientador do movimento militar Hezbollah. Este movimento está fortemente implantado no sul do Líbano. Conteve e derrotou Israel num ataque/invasão do sul do Líbano. O Hezbollah tornou-se um exército disciplinado, bem treinado, muito eficiente na guerra. Foi decisivo no combate contra os mercenários do Daesh contratados por toda a europa e médio oriente. O Hezbollah foi decisivo no terreno da Síria, na contensão do expansionismo sionista, e no apoio da política Persa/Xiita no Iraque. A coordenação dos vários grupos de combatentes Xiitas, dos seus resultados positivos em campo de batalha e de boa imagem das políticas xiitas foi obra de Qasem Soleimani.
Isto tornou-o no homem, mais temido e mais odiado dos Sunitas/Wahhabitas que reinam a Arábia Saudita e cuja política externa consiste na difusão do fundamentalismo wahhabita, na desestabilização dos países da região e no fomento do terrorismo. Qasem era odiado pelos sionistas de Israel que não conseguiram derrotar o Hezollah no sul do Líbano nem a sua estratégia na Síria. O Hezollah sendo movimento islâmico foi importante na derrota do fundamentalismo do Daesh e é hoje um elemento de estabilidade no sul do Líbano. Qasem Soleimani é odiado e temido pelos Estados Unidos por lhes ter anulado o derrube de Assad e revertido a guerra na Síria.
Qasem Soleimani foi o general da vitória na Síria, o comandante dos guardas da revolução iraniana, o orientador do Hazollah e actualmente o organizador de resistência à agressão americana no Iraque. Guerra iniciada com a mentira das armas que o Iraque não possuía.
Qasem Soleimani foi decisivo na derrota do terrorismo islâmico do Daesh. O Daesh era apoiado pela Arábia Saudita, Israel, Estados Unidos e Turkia. Qasem Soleimani simbolizava a derrota de todos eles.
A assassinato terrorista deste General vencedor, apresenta-se como vingança e acção não ponderada por representar escalada de acção de retaliação e propiciadora de guerra a mais larga escala. Os Estados Unidos saem do Iraque sem vitória, sem glória, sem moral. Arriscam a sair derrotados, anulados e humilhados. Por cada passo em falso, o império enfraquece.
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