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A cultura europeia herdou das culturas mais orientais as coisas boas da Filosofia, do conhecimento dos astros que muita utilidade tinha para a agricultura e bem estar, das técnicas de construção em perspectiva dos helénicos que produziu a beleza dos templos. Da Ética e da Estética, mas apenas do mundo dos Homens. A própria Democracia, era reserva dos Homens, deixando de fora dos direitos políticos as mulheres, os estrangeiros e os escravos. Os Mitos e os Deuses, a confluência de culturas e o relativismo dos modelos sociais que a europa pôde constatar no seu caminhar pelo Mundo através dos Mares, modificou o pensamento único, unificado e cristalizado.
As Mulheres sempre tiveram tentativas de afloramento num terreno só de homens. Madalena seguiu o caminho dos apóstolos apesar do seu rasto ser apagado na poeira da história feita por homens. Hipathia, Filósofa, Astrónoma, Matemática emergiu de entre os homens do Museu de Alexandria e por colocar a cabeça acima dos demais foi morta pelo obscurantismo dos homens cristão.
A Idade Média está cheia de mulheres que por serem diferentes, saber fazer diferente, ou se evidenciarem foram mortas na fogueira ateada por homens. Nesses tempos de medievalismo o espaço de liberdade das mulheres era a clausura na Cerca do Convento ou no campo isolado do Mosteiro auto-suficiente Beneditino. Suprema ironia. A Liberdade do claustro.
A Idade Moderna está plena de mulheres de ciência. Um espaço fechado. Solitário como era feita a ciência de então. A mulher, mais uma vez, tinha a sua realização fora do espaço público. Este era-lhe vedado socialmente. Melhor exemplo por mais próximo no espaço e no tempo é o das sufragistas do início do século em Portugal. Em luta contra o Liberalismo que não lhes reconhecia os direitos políticos. Em luta contra a Burguesia que não lhes dava direitos de cidadania e as fazia submeter ao chefe de família ou cabeça de casal.
E no entanto foi a revolução industrial que as levou à fábrica e as lançou na dupla tarefa de mulheres e operárias. E foi a grande calamidade da Guerra na Europa que as arrancou do campo e das suas tarefas domésticas para lhes entregar o lugar na produção que alimentava a guerra e os homens de quem dependiam.
O século XX na europa não as deixou voltar atrás na condição de oprimidas. A realidade deu-lhes voz e vontade de lutar pela igualdade. Hoje Têm os mesmos direitos sociais, políticos e económicos. Estudam e trabalham lado a lado com os homens. Acedem a profissões até há pouco reservadas aos homens. São Magistradas, Médicas, Militares. Académicas e Empresárias. Estão já em maioria no ensino superior. Chagaram mesmo às direcções políticas de vários países.
Esperamos das Mulheres um mundo melhor.
António Borges Regedor
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