A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
O Golfe pode ser encarado como desporto, é jogado em torneios com formações de quatro jogadores por cada buraco de campo. E é conhecido pelas grande competições televisionadas da PGA (Profissional Golfers´ Association)
Mas é muito mais uma prática desportiva. É um exercício físico individual que pode ser feito com outros, mas onde não há contacto físico nem partilha de qualquer objecto de jogo.
Quando é jogado em conjunto as “formações” são constituídas no máximo com quatro jogadores. Podem ser todos membros da mesma família. O afastamento físico é essencial até pelas característica do jogo. Como se joga com um ferro que tem cerce de um a dois metros de comprimento. E como o batimento implica movimento que em vários casos desenvolve um arco de mais de 360º, bem se vê que o afastamento facilmente passa os cinco metros.
Cada jogador é obrigado a escolher o seu “set” de jogo o que pode variar de jogador para jogador. Nada que se utiliza no jogo é partilhado. Nem ferros, nem bolas que habitualmente estão marcadas com identificadores de cada jogador, nem “tee de saída” (pequenos pinos utilizados para elevar a bola da posição de saída), e muito menos os sacos com que cada jogador transporta tudo isso.
O jogo desenvolve-se por um percurso normalmente arborizado, com zonas relvadas e que pode ir aos dezoito buracos afastados entre si entre cerca de cem a quinhentos metros, isto numa extensão à volta dos sete kilómetros. Só por si o jogo é um passeio em natureza percorrendo espaços arborizados tendo mais ou menos obstáculos como sejam lagos.
Desta forma é incompreensível que o golfe não tenha sido excepção em tempo de pandemia. Há poucas práticas tão seguras e saudáveis como o golfe. Apenas me lembro da equitação e das caminhadas individuais. Confundir o golfe com desportos colectivos ou práticas em ambientes fechados é desonesto. A não ser que haja outros interesses.
António Borges Regedor
Perante uma doença nova, a ciência vai construindo a resposta à medida que a doença se vai manifestando. Construindo conhecimento e aferindo, ajustando e reformulando as hipóteses, as metodologias, os procedimentos. Por isso já foram dadas várias orientações diferentes para o nosso comportamento social. As mudanças correspondem ao aumento do conhecimento adquirido.
A primeira vaga desta doença nova e desconhecida foi contida de forma robusta, mas com grandes reflexos negativos na economia, no ensino, nos comportamentos sociais e principalmente na exaustão dos profissionais de saúde. Sabia-se que o desconfinamento, a retoma da economia, uma certa regularização da vida social iria aumentar os contágios. Mas isso seria suportado pela adaptação dos serviços de saúde, pelo conhecimento da doença que vai aumentando á medida que ela se vai desenvolvendo.
A retoma da normalidade social, as férias, os contactos com pessoas de outros países, ou de outros pontos do país, e o início das aulas, o aumento da actividade económica elevou os números de contágio.
É a economia que gera as receitas necessárias para aplicar na saúde. E é a saúde que assegura a economia. Talvez nunca se tenha percebido tão claramente como a saúde e economia são tão importantes e intimamente ligados. Há outras implicação igualmente importantes, mas em tempos de pandemia a falha de uma desta é o colapso de todas as outras, e do todo social.
O confinamento, por si só, não é a solução. Só confinamento trava a economia. É necessário mais. Os recursos gerados na economia terão de ser prioritariamente encaminhados para a saúde. Sendo que esta tem apenas uma pequena margem de crescimento por muitos recursos que a economia lhe forneça. O seu limite de crescimento é desde logo a especificidade e especialização dos seus recursos humanos e o longo tempo necessário à sua formação. E em segundo o seu esgotamento físico.
Resta-nos um terceiro elemento para estabelecer o necessário equilíbrio. O comportamento social é fundamental. Deve ser um comportamento informado. E há muito défice de informação científica, fidedigna e esclarecedora. Faltam programas pedagógicos na comunicação de massas e também para circulação em redes sociais. Programas que deviam ser feitos pela televisão pública ouvindo as entidades de saúde, os especialistas, os cientistas. Em segundo, o comportamento social deve ser responsável, ético, cívico. A retracção a actividades que aumentem o risco, deve ser da iniciativa pessoal sem precisar de ordem de proibição. Cada um por si deve calcular o risco e actuar pela minimização do mesmo. Não adianta estar um fim de semana em casa, se até ás 13 horas se sujeitou a ser contaminado no meio da multidão. Um baptizado, casamento ou comunhão não justifica a contaminação de famílias inteiras. A empresa e os amigos não acabam por não se realizar o jantar de natal.
O principio da defesa da vida futura deve prevalecer aos costumes e hábitos das efemérides presentes.
Os incómodos presentes são o bem-estar futuro.
António Borges Regedor
. Livros que falam de livro...
. Dança
. Rebooting Public Librarie...