. As bibliotecas Gulbenkian...
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A Fundação Calouste Gulbenkian não se limitou em 1958 a criar o Serviço de Bibliotecas Itinerantes (SBI). Em 1961 eram já 34 bibliotecas fixas, o que levou a alterar o nome da rede de leitura pública para Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas.
Numa filosofia de fazer chegar o livro a todos os pontos e no dizer do Presidente da Fundação no relatório de 1961 “o livro tem de procurar e interessar o homem”. E assim se fez, estabelecendo parcerias com associações e instituições não governamentais dos mais diversos tipos, hospitais, estabelecimentos prisionais além juntas de freguesia e câmaras municipais. São exemplos segundo a listagem de (Melo 2004):
A Biblioteca Fixa nº2 de Samora Correia, originalmente instalada na sede da Sociedade Filarmónica União Samorense,
Orfeão de Vila Praia de Âncora
O Ginásio Clube Figueirense da Figueira da Foz, Sabóia Atlético Clube, Sporting Clube Santaclarense, Clube Juvenil Almeirinense, Associação de Educação F,ísica, Cultural e Recreativa Penichense,
A Associação Humanitária dos Bombeiros de Pombal, da Régua, de Argus, de Coja, Vila da Feira, Avintes,
O Cine-Clube de Santarém, Mortágua
O Círculo de Arte e Recreio de Guimarães.
Associação Patriótica Nun’Alvares
Comissão de Melhoramentos de Bustos,
Casa do Povo de Celorico da Beira
Centro de Alegria no Trabalho do Pessoal da Hidro-Eléctrica do Douro
Cadeias:(Cadeia central de Lisboa (Linhó),Alcoentre, Limoeiro, Paços de Ferreira, Pinheiro da Cruz, Aveiro Cadeia Civil do Porto, Cadeia Central do Norte),
Hospitais (Lorvão ou Centro de Paralisia Cerebral de Lisboa, Hospital de Santana e Pavilhão Militar, Anexo ao Hospital Militar Principal),
Bairros de habitações sociais (Centro de Estudos Rio de Luz em Santana-Sesimbra).
Também a Associação Académica de Coimbra tinha uma biblioteca da FCG que foi fechada pela ditadura. Era a biblioteca nº 86, que tinha sido instalada em 1964.
Bibliografia
Melo, Daniel – A Leitura Pública no Portugal Contemporâneo, 1926-1987. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 2004.
Regedor, António Borges - Bibliotecas, informação, cidadania: políticas bibliotecárias em Portugal séculos XIX-XX. Tese de Doutoramento. Porto,2014.
Muitos de nós ainda têm a imagem das carrinhas bibliotecas itinerantes que percorriam o país a emprestar livros.
Foi para muitos o primeiro e único contacto, mais ou menos livre, com os livros.
Hoje as itinerantes têm missões diferentes. A de complementar as redes concelhias de bibliotecas de leitura pública. A de articular as bibliotecas de leitura pública com as redes concelhias de bibliotecas escolares. A de apoiar a biblioteca de leitura pública a realizar eventos fora do edifício central, em locais ou zonas habitacionais onde ainda não existam infraestruturas de leitura pública. A de articular a biblioteca com as colectividades e associações locais. A de levar o livro a casa dos que não se podem deslocar à biblioteca ou aos seus pólos por razões de mobilidade.
A carrinha da imagem, foi a última que a Fundação Calouste Gulbenkian entregou a uma Biblioteca de Leitura Pública antes do seu Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura (SBAL) ter encerrado.
Em Espinho, durante algum tempo, este serviço foi assegurado pela Josefina e pela Carla, na imagem mostrando satisfação.
António Regedor
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