. Bibliotecas para Bibliote...
. Coerência de formação na ...
. O comentário de Armanda Q...
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Sente-se um mal estar na comunidade profissional dos Bibliotecários e Arquivistas.
O perfil “Bibliotecas para Bibliotecários e Arquivos para Arquivistas” é reflexo desse estado de espírito. Foi mesmo lançada para subscrição uma petição.
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 de Julho, que reestrutura as carreiras da Administração Pública, foram extintas as carreiras específicas de técnico superior de biblioteca e documentação, técnico profissional de biblioteca e documentação, técnico superior de arquivo e técnico profissional de arquivo.
Não sendo a única razão da debilidade dos recursos humanos nas bibliotecas e arquivos, este diploma veio criar ainda mais dificuldade a dotar as unidades documentais dos profissionais adequados ao desempenho das suas missões e à melhoria do seu desempenho.
A tradicional incompetência das pessoas que a administração pública colocava nas bibliotecas e arquivos, tinha vindo a ser erradicada a partir dos anos 80, quando melhorou a formação dos chamados bibliotecários arquivistas.
A formação incipiente nessa altura foi progredindo, melhorando, aperfeiçoando à medida que o corpo científico da Ciência da Informação se foi desenvolvendo. Temos hoje um corpo coerente de formação com Licenciatura, Pós-Graduação, Mestrado e Doutoramento.
Há muito tempo que defendo a qualificação dos recursos humanos nas bibliotecas e arquivos, e nunca aceitei o “ nivelamento por baixo” de que algumas políticas nacionais são responsáveis. É exemplo de baixo índice de qualificação profissional, o Programa da chamada “Rede Nacional de Bibliotecas Públicas” com um ou dois bibliotecários por biblioteca. O rácio indicado pela IFLA é de um para cada três técnicos profissionais. Outro exemplo de insuficiência é o de se admitir que o professor bibliotecário possa não ter formação específica. Pelo menos ao nível da licenciatura ou pós-graduação.
Actualmente existem licenciados, pós-graduados e Mestres na área de Ciências da Informação e Documentação. E é no memento em que a formação aumentou, que o governo extinguiu as carreiras profissionais específicas. É o contracenso, o desnorte, a ignorância governamental. Alguém anda a aconselhar mal os nossos governantes.
Felizmente que há profissionais que se mobilizam e que lançaram uma iniciativa de assinatura de uma petição a enviar à Assembleia da República, através do perfil no facebook com o endereço: http://www.facebook.com/home.php?sk=group_163010093733462&id=169771193057352
É uma iniciativa importante. Dá a conhecer uma situação que a manter-se irá causar enormes prejuízos à eficiência das bibliotecas. Irá causar prejuízos aos profissionais da ciência da informação. Irá acentuar a péssima situação do país no que respeita à literacia, à infoliteracia, à prática das diversas tipologias de leitura, especialmente à leitura volitiva.
Os autores destas iniciativas, petição e divulgação através do facebook, estão de parabéns, assim como todos os dinamizadores, por várias formas, da acção e os aderentes à iniciativa. É o que se espera de pessoas conscientes como o são os profissionais de ciência da informação.
Conheço imensos técnicos profissionais de biblioteca e arquivo a desempenhar tarefas que seriam normalmente do conteúdo funcional de técnicos profissionais. Mas porque não possuem licenciatura ou pós-graduação não são reconhecidos, estão impedidos de progredir profissionalmente e dão conta que outros menos competentes lhes passam à frente.
Os trabalhadores dos centros de documentação, das bibliotecas e arquivos, principalmente da administração pública, sem se darem conta correm o risco de serem ultrapassados por entradas na sua área de trabalho de pessoas sem qualquer formação específica.
Só a formação e continuação dos estudos fará a diferença em relação à enorme pressão dos indiferenciados virem a concorrer com os seus postos de trabalho.
A diferença com os indiferenciados faz-se pelo reconhecimento das competências que os técnicos de biblioteca e arquivo possuem. Estas competências foram adquiridas em formação inicial mais ou menos alargada e mas principalmente durante o percurso profissional do desempenho das suas actividades.
Ser competente profissionalmente de nada serve se o seu currículo não contar também com os certificados académicos que correspondem às suas competências.
Tenho-me dado conta desta realidade pelo contacto com os meus alunos da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa onde funciona mais uma vez este ano, a Licenciatura, a Pós-graduação e o Mestrado em Ciências da Informação e Documentação.
Ainda bem que há instituições que garantem a coerência de formação na área das Ciências da Informação e Documentação.
"Após a abertura deste concurso - caso não concorra ninguém para o lugar - o lugar é assegurado por outro professor dessa escola que pode não ter qualquer formação específica na área de Biblioteca. Apenas se deve comprometer a frequentar acções de formação nessa área.
Isto é, no fundo a ideia é excelente, mas na realidade poderá permanecer tudo na mesma". Armanda Quintela
Estou de acordo com a preocupação de Armanda Quintela:
Na verdade admitir que se pode ser professor-bibliotecário sem qualquer formação, é insistir no voluntarismo e na falta de rigor.
Dabemos que há muitos professores com formação em Ciências da Informação e Documentação ao nível da Licenciatura, Especialização/Pós-graduação e Mestrado. Há várias Universidaes e Politécnicos a formar nesta área. Não vemos razão para que não seja feita a exigência da formação específica para se ser professor-bibliotecário.
António Regedor
. Livros que falam de livro...
. Dança
. Rebooting Public Librarie...