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Estávamos já no século XVIII e o local seria um matagal até o 3º Morgado de Mateus, António José Botelho Mourão, aí iniciar a construção da casa. Ao gosto e estilo da época a arquitectura é barroca e atribuída a Nicolau Nasoni.
Haveria de ser terminada com o 4º Morgado, Luís António de Sousa Botelho Mourão, em 1744. A capela apenas terminou a construção em 1750 e é dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres.
A actual preservação da casa, espólio e arquivos está assegurada pela criação da Fundação da Casa de Mateus em 1970 por iniciativa de Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque ( 6º Conde de Vila Real), que também garante actividades científicas, culturais e pedagógicas. Entre elas o prestigiado “Prémio D. Dinis”, os Seminários de Tradução de Poesia e os Encontros internacionais de Música.
O que causa a primeira impressão forte, após passar uma azinhaga é o surgimento da fachada da casa e do seu reflexo no espelho de água que magnificamente O Arquitecto Ribeiro Teles desenhou com mestria, saber e sensibilidade. O forte primeiro impacto, de prazer, beleza e deslumbramento.
A casa continua a permitir-nos imaginar o que seria a sua actividade dos séculos XVIII e XIX. A azáfama nas adegas e celeiros. No piso térreo as cavalariças. Charretes aparelhadas no pátio interior. A enorme cozinha. E no piso superior com acesso por escadaria o Salão Nobre para onde derivam os outros espaços que acondicionam a bibliotecas, mobiliário, pintura, faiança e arte sacra.
Os jardins de buxo estão separados das hortas por uma romântica passagem em túnel de cedros que continuam por uma latada. Para lá ficam os terrenos de cultivo e as vinhas que se estendem até à mata.
Na adega da casa produz-se o vinho “Lavradores de Feitoria”. O lagar de , ainda funcional, está reservado aos vinhos de marca superior e ao vinho do Porto. A visita não fica completa sem o prazer de os provar.
António Borges Regedor
Da Casa de Mateus, fixei-me no espelho de água. É um dos ex-libris da casa. Uma das suas imagens de marca. Talvez o aspecto mais divulgado e conhecido da casa. É o que aparece em mais referências, mais ilustrações. O espelho de água foi desenhado por Ribeiro Teles nos anos sessenta do século XX. Por essa altura era eu criança que cumpria a tradição na procissão do Senhor do Calvário, vestido de Franciscano em honra da Ordem da minha Pia Baptismal. O Barroco de Nazoni teria menos impacto, seria menos perceptível sem o seu reflexo, por inteiro, enquadrado, nítido e simétrico na imagem produzida por Ribeiro Teles, no espelho de água.
António Regedor
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