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Segunda-feira, 27 de Setembro de 2021

X Regata CENARIO

x vencedores.jpg

Há quatro anos a Associação CENÁRIO de que actualmente faço parte dos corpos gerentes realizou a X regata CENÁRIO (Centro Naútico da Ria de Ovar).  A associação tem como objecto a preservação dos vários tipos de embarcações historicamente usadas na Ria de Aveiro. Entre elas estão os veleiros da classe  “andorinha” que eram usados de forma lúdica e competição.  A Associação constitui-se promotora da competição dessa classe.  E na X regata realizou a competição da classe “andorinha” de que fui vencedor.  Este ano a 2 de Outubro a Cenário organizará nova regata.

publicado por antonio.regedor às 10:57
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Terça-feira, 8 de Junho de 2021

Angoche: Os fantasmas do Império.

20210608_191626.jpg

Angoche era o nome de um barco de cabotagem que fazia a viagem de Nacala para Pemba com carga que se diz ser armamento. Os dois portos são no norte de Moçambique e a viagem seria curta durante a noite. Saída ao fim de dia (17h30 ) e chagada de manhã (5h). Estranho que em cabotagem, navegação junto à costa, e em teatro de guerra, as autoridades portuguesas só três dias depois tomem conhecimento do desaparecimento do navio. É um agente da Pide que faz o relatório. Curiosamente o agente que mata Humberto Delgado e prepara a bomba que mata Eduardo Mondlane. E esse é o relatório que desaparece da Pide no golpe de 25 de Abril. As suspeitas são lançadas para os comunistas e o mesmo do relatório desaparecido.  Os tripulantes desaparecem e nunca se soube notícia do seu paradeiro e destino. As publicações sobre o assunto na época são sucintas e as posteriores, em livro,  inquinadas ideologicamente.  

É sobre este cenário que Carlos Vale Ferraz escreve mais um romance. Magistralmente tal como já o tinha feito também a partir das ambiências da guerra colonial,  que ele tão bem conhece, em “Nó Gego” e “A última viúva de África”. “Adensa-se o mistério do Angoche. A tripulação desaparecida.”Infrutíferas  todas as tentativas para encontrar vestígios dos tripulantes, do passageiro e da baleeira desaparecida.” Pag. 26.

Neste romance, que se lê avidamente e de uma só golfada, o autor dá a ambiência de Lourenço Marques,  e das movimentações de sectores militares. “Ardia a guerra no norte de Moçambique. Ardia no sul de Angola, na rodésia, Nas Nações Unidas, Na Organização  da Unidade Africana , em Moscovo, em Pequim,  em Nova Iorque, em Londres, e eles continuavam a frequentar os clubes – o Clube Militar, o Clube Naval, o Grémio -, a dançar nas boîtes dos hotéis Polana e Girasol, a ir à praia, à Costa do Sol, aos restaurantes, a consultar os médicos da África do Sul. “ pag 43.   Deixa pistas interpretativas sobre o acontecimento. Mostra o mapa dos vários países da região e dos seus interesses, interconexões, rivalidades. “ O bloqueio não passava de uma farsa, de um faz de conta para as potências ocidentais satisfazerem o terceiro Mundo e se engalanarem de um discurso antocolonialista nas Nações Unidas.” Pag. 49. Naturalmente das movimentações das polícias e inteligence.  Dos modos de vida local e muito de uma das figuras centrais dos interesses coloniais que é praticamente um segundo poder em Moçambique. “ ao contrário de Kaulza, que pensava apenas em si, Jardim, realista, possuía o sentido do tempo certo de formar um conjunto, a arte do dançarino que sobressai do elenco, mas necessita dele.” Pag 80.  Jorge jardim. E tudo isto no contexto da política colonial portuguesa para a África. “em vez de aproveitar a oportunidade para preparar feitores locais, Salazar inaugurou um Ministério do Ultramar e Lisboa, de onde despachava capatazes como governadores!” pag. 81.

Espero que lhes tenha proporcionado a curiosidade na leitura de mais este excelente livro de  Carlos Vale Ferraz , na Porto Editora em 2021.  

 

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 19:19
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Terça-feira, 14 de Agosto de 2018

BIBLIOTECA-BARCO

DSC2080-kopier-1024x678.jpg

 

 

Imaginar a biblioteca-barco a percorrer a zona fronteiriça de Melgaço a Caminha e do lado Galego de Goyan a Creciente. Ou a subir o Douro navegável e visitar um sem número de localidade da beira rio afastadas das sedes de Concelho com bibliotecas.  Navegar o Mondego e o Tejo. Fazer a ligação interior do grande lago peninsular que é o Alqueva. Ou voltando a cursar o rio que várias civilizações transportou do Al-Gharb a Alcoutim e Mértola, partilhando também com Sanlucar ou Ayamonte.

 

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 13:18
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