. Da China, escrito em pape...
. Papel
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É dado como certo que já no ano 145 os Chineses escreviam em papel. E que imprimiam livros já no século VI, por altura do ano 593. Ainda antes, portanto, do designado incêncio da biblioteca de Alexandria que terá sido em 641. Mas não apenas a técnica do livro era conhecida na China, também em 748 se regista o primeiro jornal impresso nesta parte do mundo. A transferência do conhecimento desta técnica de fabricar papel, só veio a acontecer pela disputa de território entre a Dinastia Tang e os Abássidas em confronto no rio Talas, em 751, perto de Samarcanda no actual Uzbekistão. Daí ser conhecida pela batalha de Samarcanda. O confronto foi favorável aos muçulmanos que entre os prisioneiros estavam vários artesãos qualificados na produção de papel.
Conhecida a técnica, rapidamente o fabrico de papel se espalhou pelo mundo muçulmano. Cidades como Samarcanda, Bagdad, Damasco, Cairo passaram a fabricar papel. Produto mais barato que o arcaico papiro e o tradicional mas muito caro pergaminho. Bagdad chegou a ser a principal cidade exportadora de papel no mundo, em boa parte da idade média. O fabrico de papel entra na Europa através da península ibérica. A primeira fábrica europeia de papel foi localizada em Xativa, hoje denominada Valência. O passo seguinte na evolução qualitativa da escrita já só foi em 1448 com o uso de caracteres móveis por Gutemberg. E mesmo assim o que se pretendia com os livros fabricados na prensa era que imitassem os manuscritos. A esses livros que imitavam os manuscritos, é-lhes dado o nome de “incunábulos”. Assim se chamam os livros impressos até ao ano de 1500. Só depois dessa data se designarão “Livro Antigo”.
António Borges regedor
Os Árabes invadiram o Turquestão e aprisionaram alguns fabricantes de papel chineses, que ensinaram a arte aos captores. Estes introduziram a arte em Samarcanda em 751.
Samarcanda, onde se faziam excelentes culturas de cânhamo era um local ideal para o fabrico de papel.
Hárune-al-Ráxede trouxe fabricantes de papel chineses para Bagdad em 793. Pouco depois a arte chegou a Damasco que durante vários séculos foi a principal fonte de abastecimemto do mundo. (McMurtrie 1965)
McMurtrie, Douglas C. - O Livro: Impressão e fabrico. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. [1982 impressão]
Bagdad foi o maior centro de investigação científica no sec. IX
Até ao sec. XII O Islão foi líder na investigação científica.
Em 2002 O Relatório da ONU indicava que em todo o Mundo Árabe foram traduzidos cerca de 330 livros num ano. Um quinto dos traduzidos na Grécia.
Enquanto a Europa esteve submetida ao pensamento unitário do Cristianismo e os apologetas cristãos diziam que “a Filosofia era a mãe de todas as heresias”, segundo Tertuliano, davam espaço para o mundo oriental, Persa e Árabe, acolher, ler, traduzir a cultura e conhecimento helénico e a partir daí e de outras fontes desenvolver a filosofia, a ciência, a medicina. Foram os Árabes já Islamizados que fizeram chegar à Europa os algarismos e com eles o zero. Deram a conhecer e venderam em exclusivo durante muito tempo o papel que trouxeram do oriente( Bagdad chegou a ser o maior mercado mundial de papel)
O declínio só pode ser explicado com os mecanismos ditatoriais do pensamento único imposto pela religião.
A ciência explica a religião. A religião não explica a ciência.
A laicidade dá oportunidade ao conhecimento. A religião impõe a ignorância.
O conhecimento está na pluralidade dos livros. A ignorância no livro único.
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