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Da estação de São Bento se diz das mais bonitas. E assim é a obra do Arquitecto Marques da Silva. Da mesma forma não ficamos indiferentes aos painéis de azulejos da autoria de Jorge Colaço datados de 1905/1906. Um evocativo do que ficou conhecido por Torneio dos Arcos de Valdevez em 1140. Um facto importante no restabelecimento da paz entre Afonso I de Portugal e Afonso VII de Leão e Castela. O jovem rei português tinha invadido a Galiza e em resposta Afonso VII invade pelo Soajo e encontra as posições de Afonso Henriques acampado e cortando o passo na Portela de Vez. Após algumas escaramuças e vendo que maiores prejuízos haveria no confronto, os contendores decidiram a contenda em torneio. Na Idade Média a arte da guerra envolvia muitos participantes. Cavaleiros que os senhores locais se obrigavam a armar, muitos camponeses feitos soldados de tempos a tempos para efectuar escaramuças, rapinas, cercos mais ou menos demorados e alguns combates. Curiosamente e ao contrário do que vulgarmente se supõe, não se morria muito. E esta disputa em Arcos de Valdevez é um exemplo disso. Com a mediação do Arcebispo de Braga João Peculiar foi retomada a paz.
Um outro painel evoca a entrada de D. João I, em 1387 no Porto, para o casamento com D. Filipa de Lencastre. A noiva já o esperava desde Novembro do ano anterior, vinda directamente de Inglaterra, de acordo com o estabelecido com o Tratado de Windsor que combinou o casamento. D. Filipa de Lencastre ficou alojada no Paço Episcopal aguardando o Rei, seu noivo que entrou no Porto e se alojou no convento de S. Francisco. O casamento foi celebrado na Sé Catedral a dois de Fevereiro de 1387.
A conquista de Ceuta em 1415 está também representada nos azulejos da estação de S. Bento. O facto é de enorme significado para a cidade e para o país. Foi nos estaleiros de Miragaia que se construiu cerca de metade da armada que conquistou Ceuta. À época Miragaia era um praia de extenso areal onde se instalavam estaleiros navais. Dá também origem à denominação de tripeiros pelo facto do Porto ter abastecido de carne a armada e sobrarem as vísceras não utilizáveis na viagem, mas que o povo não deixou de consumir.
Para final fica a referência do painel que resulta de um mito e mistificação da história de portugal. É o mito de Egas Moniz. Mito criado pelo trovador João Soares Coelho que tentando para si projecção social se dizia descendente por via bastardo de Egas Moniz. Vivendo já no século XIII João Soares Coelho procurando glorificar o seu possível tetravô glorificava-se a si próprio.
Na verdade, documentos da época referem que Afonso Henriques cedeu ás exigências de Afonso VII. Não há certeza do cerco a Guimarães. E o aio de Afonso Henriques deverá ter sido Ermígio Moniz de Ribadouro, irmão mais velho de Egas Moniz, que nos documentos assina em primeiro lugar e que foi o primeiro conselheiro de Afonso Henriques e desempenhou funções políticas como membro mais importante da corte.
António Borges Regedor
As bibliotecas adequam-se, reorganizam-se, transformam-se.
Desde Maio de 2015 que o País passou a ter mais uma biblioteca especializada. A biblioteca online sobre azulejaria.
O projecto resulta de uma iniciativa conjunta do Instituto de História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian
A colecção assenta no trabalho inédito de João dos Santos Simões (1907-1972), o maior especialista em azulejaria portuguesa do século XX. À época a revista “sábado” noticiou a abertura que pode ser lida em:
http://www.sabado.pt/cultura_gps/detalhe/biblioteca_online_sobre_azulejaria_inaugura_hoje.html
A biblioteca está alojada em: http://digitile.gulbenkian.pt/
António Regedor
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