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A Cultura é pessoal enquanto obra do indivíduo. É simultaneamente obra da humanidade enquanto produzida em determinado contexto histórico, linguístico, social, económico, ético e estético. E passa da expressão pessoal a social e colectiva quando apresentada publicamente e apropriada pela Humanidade. Somos hoje o que o cumular cultural nos produziu. Somos culturalmente o produto de séculos de história, literatura, pintura, música, dança. Reconhecemos como nosso património as grandes obras escritas, desde os livros religiosos aos que nos amenizam o quotidiano. Desde Homero ou Hesíodo a Saramago ou Humberto Eco. De Shakespeare a Tolstói. Reconhecemos como da nossa cultura tanto os frescos da Capela Sistina como os girassóis de Van Gogh. Reconhecemos como fazendo parte da nossa cultura tanto os nocturnos de Chopin como Stravinsky. A cultura depois de apropriada pelo gosto, pela estética, pela observação pública, deixa de pertencer ao escritor, ao pintor, ao músico, ao artista. Passa ao domínio Universal.
A perseguição a artistas, a proibição de músicas ou livros, o encerramento de estudos em universidades ou o despedimento de artistas e determinados autores só por terem nascido num ou noutro lugar não passa de obscurantismo, de negação de Humanismo. Essas proibições e despedimentos não passam do instinto próprio da bestialidade.
António Borges Regedor
O Porto tem mais um livro de divulgação. É da autoria de Ernesto Vaz Ribeiro e cobre uma área de conhecimento que não é habitual nos textos de divulgação da cidade.
Há várias publicações de história da cidade. Vários historiadores a ela se dedicaram. Nomes como Miguel Duarte, Oliveira ramos, Francisco Ribeiro da Silva só para citar professores da universidade do Porto, mas há outros.
Ernesto Vaz Ribeiro, arrisca uma visão do Porto que não sendo muito comum. Avança para além da história com preciosa informação de arte e religião. A primeira surpresa é a apresentação do Porto a partir da informação geológica do local onde se iniciou o assentamento dos povos que vieram a dar início a este povoado e cidade. Faz referência aos vários povos que aqui se instalaram. Busca a origem do topónimo. E mais importante é o enquadramento social e cultural que à época proporciona o desenvolvimento da cidade e a íntima ligação com o despontar da importância do condado portucalense e a nacionalidade.
Ernesto Vaz Ribeiro coloca, e bem, a questão dos interesses religiosos de Braga contra Santiago. A influência dos franceses de Borgonha, as suas ligações à poderosa abadia de Cluny. A colocação destes nas posições de liderança do Condado Portucalense. O incómodo que será para a aristocracia portucalense, essencialmente a do norte do Douro. A independência de Portugal resultado também da vontade da igreja local.
Colocado o enquadramento, o autor descreve de forma pormenorizada o povoado da Pena Ventosa, a evolução da cerca (ou cercas), a cividade e portas e espaços religiosos. É nos espaços religiosos, e desde logo a Sé, que o livro nos concede enorme manancial de informação. Quer do património construído, dos espaços de culto, da sua arquitectura, e pormenores artísticos. Mas não se fica apenas por aí. É um excelente texto explicativo das várias ordens religiosas envolvidas nessas edificações religiosas e que fazem do livro tão singular na sua importância.
O livro de Ernesto Vaz Ribeiro dá razão ao título: “Porto: ponto de encontro de história, arte e religião. Parte I – A Penaventosa” A Editora é “Zéfiro” e a primeira edição é de Dezembro de 2010. Por comodidade o livro pode ser pedido a zefiro@zefiro.pt. O meu chegou mais rápido que pedido na livraria.
António Borges Regedor
Nadir Afonso, Sirènes. [Acrílico s/ tela. 98,5 x 108,5 cm]. 2001
Nasceu em Chaves a 1920. Estudou Arquitecura na Escola de Belas-Artes do Porto. Em Paris estudou pintura na École des Beaux-Arts. Colaborou com Le Corbusier e no Brasil com Niemeyer. A sua pintura de composições geométricas passa pelos períodos egípcio, barrroco, e espacillimité. Passando para as cidades geométricas e actualmente também figuras humans geométricas. Em Espinho podem ver esta diacronia da obra de Nadir Afonso. A Exposição está no Museu Municipal até ao próximo dia 10. A não peder.
A Arte é superação.
Impõe fazer melhor, melhorar ainda mais, aperfeiçoar.
Ter consciência das limitações, imperfeições e querer, ter vontade de querer , superá-las.
Implica a persistência no esforço , superação da frustração, combate ao desalento.
Dá alegria da realização, satisfação da concretização, alacridade do desempenho.
Concede o júbilo de quando se faz bem, o melhor que sabemos, o mais perfeito que pudemos, esse júbilo é fermento para fazer ainda melhor.
António Regedor
A Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva, em Espinho numa das suas iniciativas de promoção do livro e da leitura, elaborou uma instalação que alia o livro com o património arqueológico local. No território que hoje é municipio de Espinho situa-se um povoado castrejo romanizado que datará de cerca de um século antes de cristo e um século depois de cristo. No átrio da biblioteca foi construída com livros uma reprodução de uma simulação de habitação dessa época. Feliz e interessante esta iniciativa onde no mesmo objecto se pode referir entre outros aspectos a arqueologia, a cultura castreja, a biblioteca, o livro e a arte.
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