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O estado do mar nos últimos dias desassoreou significativamente a praia do pau da manobra em Silvalde , Espinho. A enorme retirada das areias voltou a colocar a descoberto os afloramentos da armadilha de pesca existentes no local, e que foram objecto de escavação arqueológica em 1989.
Também nesse ano, o mar tinha retirado muita areia da praia e deixava a descoberto a estrutura que inicialmente se pensou serem os restos de uma embarcação mas que, a escavação orientada por Francisco Alves, verificou tratar-se de uma armadilha de pesca da época romana.
Tal como agora, esses afloramentos e material orgânico causou estranheza. Agora mais, por se estar em época balnear e a estrutura ser conhecida de poucas pessoas.
A datação por radiocarbono indicou ser do século I/II DC. E o material turfoso que aparece será do século X/XI DC.
Debaixo da areia da praia há um nível “argilo-turfoso acastanhado com cerca de 0,25m, na parte superior do qual sobressaíam raízes de árvores”. E “inferiormente um nível argiloso compacto de cor negra, cuja espessura continua indeterminada, e que as sondagens realizadas durante os trabalhos arqueológicos subsequentemente promovidos pelo Museu Nacional de Arqueologia (MNA) confirmaram prolongar-se para além dos 2,5m abaixo da superfície” (Alves 1989, 195)
Os materiais que aparecem na praia não são novidade. Foram já indicados por Araújo (1986) como sendo “Depósitos eólicos e lagunares fósseis na região de Esmoriz”.
Supõe-se que esta parte da costa tenha sido caracterizada por “um quadro evolutivo marcado pelo assoreamento progressivo de uma zona de ambiente protegido, do tipo lagunar, onde teria sido implantada a referida estrutura (armadilha de pesca), área essa que, posteriormente, teria sido colonizada por espécies herbáceas e , mais tarde, por espécies arbóreas. Já em plena idade média, esta zona teria sido coberta por um cordão dunar litoral. “ (Alves, 1989 p. 196)
Eis o que se supõe ser a razão dos fragmentos orgânicos fósseis que têm aparecido na praia com o desassoreamento sofrido devido a estas marés.
Alves, Francisco J. S. E outros – A armadilha de pesca da época romana descoberta na praia de silvalde (Espinho). In O Arqueólogo Português, série IV, 6/7, 1988-1989, p. 187-226
Araújo, M. A. - Depósitos eólicos e lagunares fósseis na região de Esmoriz. Revista da Faculdade de Letras-Geografia. Porto, I série, vol. 1, 1986, p. 53-62.
António Borges Regedor
A Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva, em Espinho numa das suas iniciativas de promoção do livro e da leitura, elaborou uma instalação que alia o livro com o património arqueológico local. No território que hoje é municipio de Espinho situa-se um povoado castrejo romanizado que datará de cerca de um século antes de cristo e um século depois de cristo. No átrio da biblioteca foi construída com livros uma reprodução de uma simulação de habitação dessa época. Feliz e interessante esta iniciativa onde no mesmo objecto se pode referir entre outros aspectos a arqueologia, a cultura castreja, a biblioteca, o livro e a arte.
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