. O Ambiente está a perder ...
. 2050 a catástrofe anuncia...
. A economia e a defesa da ...
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Os países e a ONU têm feito acordos para limitar o aumento da temperatura da Terra. Não têm cumprido e a previsão é que não cumpram as metas propostas para os próximos anos de 2025, ou para 2030.
A redução do consumo de hidrocarbonetos também falha as expectativas mais optimistas.
E para piorar, a situação de Guerra na Europa, é mais um factor de agravamento da situação ambiental.
A Agencia Internacional de energia calcula que o Pico das emissões ocorrerá por 2025. Só a partir dessa data se prevê que as emissões comecem a diminuir. Mas a procura de gás natural continuará a crescer até 2030 quando se substituir a motorização eléctrica. Nessa altura a Rússia continuará a fornecer gás na ordem dos 13%. E só será em 2030 que o investimento em energia renovável será só de 50%.
Veremos cada vez mais climas mais extremos. Períodos de altas temperaturas e desertificação com períodos de tempestades e frio extremo.
António Borges Regedor
As alterações climáticas não se podem negar. Não se trata apenas de facto científico, é também evidente do ponto de vista empírico. Já todos damos conta das mudanças. O stress hídrico é mais um entre vários indicadores das mudanças climáticas. A comunidade científica inclina-se para considerar o actual tempo geológico, produzido essencialmente pela acção humana, designando-o pelo neologismo “Antropoceno”.
No caso concreto ilustrado pela foto verificamos que Portugal não está afastado das consequências climáticas por falta de água. A Península Ibérica, pela posição da Espanha no ranking de stress será dos territórios severamente atingidos. E sabemos que a falta de água em Espanha significa consequentemente a falta de água em Portugal. E a gravidade é tal que Espanha aparece em pior posição que a Túnísia um país do Norte de África onde o problema se colocaria de forma mais acentuada. É assustador tal previsão. As acções de retenção de águas para os diversos usos são absolutamente necessárias. E cada um pode fazer alguma coisa para seu interesse e para o bem comum.
António Borges Regedor
Recentemente parece que todos acordaram para se darem conta das alterações climáticas. O que era um traço dominante de indiferença passou, e ainda bem, a ser uma preocupação. Um paradigma de pensamento de uso despreocupado da natureza e dos seus recursos energéticos deu lugar a um paradigma de consciência da finitude dos recursos e, pior ainda, das alterações, que ameaçam ser irreversíveis, produzidas no planeta. No entanto, é ainda um momento de transição. Há ainda sectores vinculados aos interesses económicos do modelo anterior, que se recusam a aceitar a evidência das alterações climáticas e do fim da energia fóssil. A constatação no plano científico, passou já para preocupação de largos sectores sociais, especialmente dos mais jovens que percebem o futuro carregado de mais riscos. No plano político, uma boa parte dos partidos assumiram já as questões ambientais, e ainda bem. São fundamentais para a mudança paradigmática. Até se formou um partido dos que, distraídos com questões menores, só agora acordaram para o problema. O carbono corre o risco de se tornar a medida de todas as coisas, só porque o homem está em risco de o ser.
A percepção do aquecimento global, subida das águas do mar, aumento da amplitude das marés, frequência de fenómenos extremos surgiu, para muitos, recentemente. Diremos que mais vale tarde que nunca, mas em boa medida por evidente situação alarmante. Uma imagem recente de um estudo científico tem vindo a produzir enorme impacto. É o mapa com o desenho das áreas que até 2050 previsivelmente serão inundadas.
António Borges Regedor
A Greta tem o mérito de ter colocado muita gente a falar de ambiente, que de outra forma continuaria acomodada. Principalmente uma nova geração que não conhece a terra e o seu cheiro. Não se sabe orientar no campo ou na montanha sem o GPS instalado no telemóvel. E que se perde e pede socorro quando a bateria se acaba. Que conhece o mundo, mas nunca fez caminhadas a pé, ou acampou na serra e não distingue um medronho comestível do azevinho com que a mãe decora o natal lá em casa.
É bom que a Greta mobilize a nova geração para a necessidade das grande mudanças, absolutamente necessárias para um planeta sustentável e sadio.
Não é , no entanto, a única nem a primeira. Muito antes dela, muitos activistas lutam quotidianamente e de forma consistente pela defesa do planeta numa perspectiva ecológica. Quer dizer: científica, racional, estudada e de soluções sustentáveis.
A minha geração lutou pela democracia, pela possibilidade de se manifestar e mobilizar pelas causas necessárias à vida com direitos e deveres de cidadania. Lutou contra a guerra e o nuclear que lhe está intimamente associado na produção de plutónio para as bombas e de urânio 238 para as munições. Na minha geração já muitos lutam contra a desflorestação, pela reciclagem, pelas energias renováveis e pelo direito dos cidadãos produzirem a energia de que necessitam. Não é suficiente.
Ainda bem que a Greta alerta uma nova geração que terá de alterar os hábitos de consumo, de substituir o automóvel pelo transporte colectivo e por formas de mobilidade suave (a bicicleta por exemplo). De abandonar o consumo de combustíveis fósseis para reivindicar mais armazenamento de água e mais produção de energia a partir do vento, do sol, do mar e das ondas. A substituir o avião pelo comboio. O carro pela bicicleta. O descartável pelo duradouro.
A Greta é fruto da circunstância e conjuntura. Já há algum tempo que a ciência faz avisos alarmantes. A Greta resulta de se ter aberto uma perspectiva de negócio na era pós carbono. E de haver um conjunto largo de países industrializados favoráveis a enveredar pelo novo paradigma.
Mas a mudança não se faz individualmente tanto a gosto do modelo liberal. A mudança exige acção colectiva e de forma organizada. Há resistência de grandes interesses instalados, de grandes corporações que assentam a sua actividade na venda de hidrocarbonetos, de Estados capturados por estes interesses contrários ao paradigma da sustentabilidade ambiental. Estes poderes só podem ser combatidos com êxito se do lado dos que querem salvar o planeta houver forte consciência ambiental, conhecimento científico, organização determinada a mudar o comportamento dos Estados e das políticas públicas. Só a força de grandes organizações de cidadãos será capaz de impor mudanças políticas favoráveis ao ambiente, e que nalguns casos parecerão contrárias ao interesses individuais e egoístas. E isso exige razão consciente e não emoção lúdica e inconsequente.
A greta tanto pode ser uma ruptura (geologia), como pode dificultar os movimentos. (veterinária).
É cada vez mais evidente o avanço do mar. Para quem vive no litoral como em Espinho, constitui enorme preocupação o recuo da costa, a diminuição da praia, a limitação do recurso que produz boa parte da economia local. Está em risco a economia, o social, o espaço natural e edificado. São razões para se estar preocupado com o modo como se processa a ocupação do solo, como se preservam os espaços naturais, como se defendem os cordões dunares. Como tomar medidas que minimizem os efeitos que as alterações climáticas estão a provocar.
A ocupação do solo deve ser uma preocupação do Urbanismo. De onde se deve evitar construir, por onde devem passar os arruamentos, onde se deve recuar na ocupação urbana.
Dos espaços naturais, como recuperá-los, preservá-los e defendê-los das diversas agressões e pressões. Eles constituem uma reserva e defesa contra as alterações climáticas.
Do litoral e essencialmente dos cordões dunares, a sua defesa e reposição natural é absolutamente crucial no amortecimento do impacto do avanço do mar. São as dunas a principal, a melhor e mais segura barreira ao mar. É necessário recuar nos equipamentos e construções que ocupam a duna secundária e entram pela duna primária mesmo à linha de praia. As dunas primárias e secundárias têm de ser recuperadas e reforçadas. Por si só têm alguma capacidade de recuperação, mas é necessário não impedir a sua formação e movimento. Sim, as dunas movimentam-se. Por isso não devem ter barreiras fixas que as impeçam. Por outro lado é importante que se coloquem estruturas que facilitem e acelerem a sua formação, regeneração e manutenção. Para defesa das dunas são tomadas medidas como o condicionamento de acesso e o controlo do pisoteio; a erradicação de espécies invasoras; a plantação de espécies características deste meio; a instalação de estruturas físicas. Quanto a estas últimas, são conhecidas as paliçadas, que são caixas de estacas com intervalos entre si, que fazendo resistência ao vento provocam a precipitação das areias que as vão enchendo, à medida que as paliçadas podem ir sendo elevadas.
Com dupla funcionalidade são colocados passadiços. Já os conhecemos e é agradável passear por eles. Tornou-se até uma prática suadável e de atracção turística. Para além deste factor lúdico, os passadiços disciplinam o pisoteio e são eles próprios elementos de retenção de areias. Quando vemos acumulação de areia no passadiço, é porque ele está a cumprir bem um dos seus objectivos. Está a ajudar à formação de duna. Neste caso a melhor solução será recolocá-lo mais a nascente, dando espaço à duna para se movimentar, ou elevá-lo possibilitando continuar a sua função. Retirar a areia acumulada é o que não deve ser feito.
O controlo da vegetação é essencial ao bom funcionamento das dunas. As espécies mais comuns são o feno das areias (Elymos farctus) nas dunas embrionárias, o estorno (Ammophila arenaria) na duna primária e outras plantas mais lenhosas tipo matagal denominado por sabina-das-praia (Osyrio quadripartitae-juniperum turbinatae).
É necessário retirar as plantas que sendo invasoras, destroem toda a flora adequada ao sistema dunar. As invasoras mais frequentes são os chorões (Carpobrotus edulis) e as acácias (Acacia spp.). Esta tarefa tem vindo a ser feita por grupos de ambientalistas, o que permite melhorar as condições de desenvolvimento das espécies adequadas. É uma preciosa ajuda para a formação e bom funcionamento das dunas que as acções de retirada das invasoras se faça regularmente.
A preservação do meio ambiente, a sua sustentabilidade para o desenvolvimento local, o uso destes espaços como recurso natural e potenciador da economia, só é possível com todas estas acções concertadas.
António Borges Regedor
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