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Segunda-feira, 16 de Abril de 2018

Memória do 15 de Abril de 1972

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15 de Abril de 1972

Em Portugal, vivia-se o Marcelismo.

Salazar, o ditador, já tinha morrido. Caiu da cadeira, nomearam um novo chefe de governo. Marcelo Caetano, e mantiveram o Salazar a pensar que continuava a ser o Presidente do Conselho de Ministros (como ele dizia). Os ultras da ditadura até ao chefe mentiam. De tal maneira que, já com o governo de Marcelo em funções, alguns ministros davam-se à farsa de irem ter com Salazar, simular que iam a despacho na cama do hospital.

Dou esta nota trágica, de cómica que se torna agora à distância, e que tem muito de kinestésica e merecia a risada num espectáculo de comédia.

Mas apesar da comédia, o terror da ditadura nada mudou, desde a morte de Salazar em 1970. A polícia política apenas tinha mudado de nome, a censura continuava. A guerra colonial agravava-se. A fome, a mortalidade infantil, a fuga para o estrangeiro eram o visível quotidiano de 1972.

Nesse ano a 15 de Abril, foi convocada uma manifestação para a baixa do Porto. Hora de saída dos empregos. Ponto de passagem para a estação de S. Bento e da Trindade. Terminal dos transportes colectivos, corredor de circulação para Gaia pelo tabuleiro inferior da ponte Luíz I. Centro nevrálgico da cidade, mas também de enorme valor simbólico. Praça da Liberdade, em torno da estátua equestre de D. Pedro IV, O liberal que segura na sua mão a carta constitucional. A estátua está no lugar onde as tropas liberais chegaram um dia depois de desembarcaram na praia do Mindelo, Leça, onde hoje se pode ver o obelisco da memória. Tropas que sofreram o cerco do Porto pelos absolutistas, mas que resistiram. Por isso o Porto se reclama de invicta.

A Avenida dos Aliados fica na contiguidade da Praça da Liberdade e sem que se note onde está o limite. Apesar do regime se posicionar no eixo Nazi, a Avenida dos Aliados é igualmente de grande valor simbólico para agregar os que se aliaram contra o nazismo e agora se pretendiam manifestar contra o regime da ditadura e resquício desses tempos.

Como era habitual, nos dias 1º de Maio, a Praça, a Avenida, Ruas e locais circundantes tinham mais gente. E também como habitual, a zona era cercada de polícia e infiltrada de pides e legionários à paisana. A determinado momento os transportes passavam os términos para o Largo do Carmo e Praça da Trindade, e com cargas de bastonadas toda a zona desde o passeio das Cardosas ao edifício da Câmara era varrida de populares.

Eu já tinha visto cargas policiais, policias à civil a colocarem braçadeiras e a puxarem de cassetetes, legionários que desocultavam fitas dos bolsos dos casacos e batiam desalmadamente quem iam apanhando na sua proximidade. Tinha já pontos de fuga pensados, por entre o avanço da polícia. Já tinha ficado encurralado na sequência de manifestações estudantis, mas sem consequências. Uma vez numa cervejaria da baixa, mas tinha subido para o primeiro andar, uma outra vez na rua de Cedofeita e sido abrigado numa casa comercial que logo de seguida fechou as portas à polícia.

No 15 de Abril estava praticamente entre a Praça e a Avenida, não muito afastado da rua de Sampaio Bruno, que seria um dos pontos de fuga. Tinha-se concentrado mais gente que habitualmente no primeiro de maio. O caminho para a Praça da Liberdade era de reconhecer o posicionamento da polícia. Como habitualmente o dispositivo consistia em colocar várias carrinhas cheias de policia atrás da Câmara Municipal, Na Praça D. João I, em frente à estação de S. Bento, Largo dos Lóios, e Praça Filipa de Lencastre. A zona literalmente cercada, ficando quatro ruas estreitas, e muito pouco tempo por onde fugir. A Praça, em volta da estátua de D. Pedro IV estava literalmente pejada de gente. Alguns rostos conhecidos. Movimentos comprometidos, olhares instintivos, ouvidos alerta. Desta vez, do lado norte da estátua equestre, ergue-se uma bandeira nacional e o desfile inicia-se. Arranca quase de imediato o avanço da polícia, as correrias e a agitação dos agentes da pide e legionários que infiltrados iniciam as bastonadas e fazem prisões. A manifestação só teve tempo de avançar até ao início da Avenida , até junto à estátua da menina despida. Mas esse tempo de percurso tão curto e tão rápido, foi demasiado para a fuga planeada. Desta vez, pela rua estrita de S. Paio Bruno também avançou a polícia. Estava encurralado e havia que voltar para trás, para o café sport. O mais para o fundo possível. E fechar a porta à polícia. O café parecia ter ficado vazio dado o espaço que mediava o ajuntamento ao fundo do café e a porta. Não havia conversa. O tempo foi suspenso, em silêncio. Aguardar o nada. Com mais silêncio e sem mais correrias. A polícia aparece na frente do café, mandando abrir a porta. A ordem foi evacuar o café. A saída foi em fila indiana, encostados à parede e a caminho da Rua Sampaio Bruno. Ficava a incógnita. Era só medida de evacuação ou encaminhamento para a cadeia? Numa barreira a meio da rua um polícia mandava para trás. Mas a informação de que estávamos no café e um chefe nos tinha mandado sair exactamente por ali, deixou continuar a fila indiana. O truque da serenidade resultou. A retirado foi por Sá da Bandeira. Mas pelo menos não fora preso.

 

António Borges Regedor

 

publicado por antonio.regedor às 13:47
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