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Costumo ser exigente com os eventos a que assisto. Até porque por motivos profissionais já produzi alguns e sei o que custa, e especialmente o que custa fazer bem. Quem me conhece, ouve-me frequentemente apreciar os eventos com a expressão: - sim, foi interessante. Não passar daí, mas simultâneamente ser condescendente por respeito ao trabalho que considerar esforçado.
O sexta-feira 13 de Montalegre a mim, deixa-me a pensar se não será obra de bruxedo. Um evento que terá começado por simples bincadeira é dos mais significativos eventos temáticos do país. Sei que a ambiência ajuda. Afinal Montalegre tem vários pontos de paisagem que podem ainda ser testemunho dos carvalhais celtas por onde a fada Morgana e o mago Merlin se passeariam. A autarquia que é exemplo de localidade onde melhor se produz a economia de eventos, responde positicamente ás necessidades de organização deste evento de qualidade única no país. Faz apenas a sua parte, e bem, porque o evento é de todo o Concelho.
O espaço muda de tempo. A cidade passa de um dia para o outro a ser pedonal. Os largos empedrados enchem-se de barracas de artífices do ferro do couro e outros materiais, tendas de reconforto do estômago, cartomantes, bruxos e adivinhos do futuro, abrigos de escudeiros, músicos e pantomineiros. As gentes, locais e forasteiros, usam roupas de burel ou estopa na falta do cânhamo de outros tempos. Caras pintadas, chapéu em cone, longas capas pretas que tapam meias rotas e calças rasgadas e de onde realçam as botas bicudas. É o traje da população e de todos os que ai demandam no dia 13. Cruzamo-nos com gaiteiros e tocadores de tambor, com malabaristas e faroleiros, com bailarinas, e escudeiros. À noite por todas as ruas a queimada aquece o ar, o corpo e a alma. Ainda longe do castelo, já se ouvem as falas das bruxas, o piar dos mochos. Todos ao castelo onde há festa, teatro, música, dança, luz, som, sombras, figuras animadas e actores e cantores. O céu estrelado é aumentado com mais estralado do fogo de artifício. A noite não é escura e a festa perdura. Não há bruxo que não dance nem bruxa que não encante.
António Borges Regedor
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