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Lembro ter chegada já ao fim da manhã, como de costume. Livros, roupas, comidas e bebidas para mais um fim de semana como habitual. Também não seria prudente ultrapassar as velocidades recomendadas para as estradas de montanha. A neve acumulava nas bermas. Nas zonas mais sombrias o olhar atento percebia a existência ou possibilidade de gelo. Esse sim, perigoso.
Os últimos kilómetros da viagem, contornando a grande albufeira do Alto Rabagão, são feitos por estrada municipal. Mais estreita, entre muros e campos com passagem por alguns pequenos aglomerados urbanos. Para trás fica uma ponte que a cota da albufeira submergiu. Carvalhais comprimem a estrada que serpenteia no desenho das curvas a que a linha de água obriga.
Numa das curvas já avisto a casa na outra margem. Tenho ainda de passar por cima de uma linha de água que outrora alimentou um moinho, hoje parado. Algumas casas ao longo da estrada. O café da aldeia, o largo, a casa de colmo, o tanque, o espigueiro e uma estação da via sacra. Percorrer toda a aldeia pela rua principal. No meio a igreja, o forno colectivo, o fontanário, lavadouro e tanque de beber para os animais.
Um pouco mais até ao extremo da aldeia, já junto à margem da albufeira, e junto ao edifício que outrora foi escola e que por falta de crianças serve agora para o exercício de vários actos da democracia, entre eles o do voto que exprime a vontade dos que aí fazem assento preferencial de vida. Ou ainda outros como reuniões da junta de freguesia e encontros diversos da comunidade local.
A casa é cercada por um muro e entrada por três portões. O grande para a entrada do carro estava bloqueado pela altura da neve que era correspondente a um degrau. Visível na escada e até à altura das soleiras das portas a neve marcava a altura a que tinha chegado. Entrei pelo portão que dá para as casas de arrecadação e logo da primeira tirei uma pá. Com ela abri um caminho até ao portão grande e aí um grande semicírculo para poder abrir as duas folhas do portão. Só então o carro pode ficar dentro do pátio onde antes tudo era um plano branco de neve que levaria ainda o fim de semana a derreter. Depois foi traçar outro carreiro na neve para aceder à casa.
O dia seguinte tinha ainda o pátio com neve. O sol reflectia na brancura da neve e dava sensação de calor. E assim o pequeno almoço foi tomado em mesas postas em esplanada no pátio com neve.
António Borges Regedor
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