A Terra de Miranda, bem encostada ao rio Douro, vê de cima da margem rochosa que dele se eleva a pique. Naquele lugar a curva estreita ainda mais o rio que cava fundo. Miranda do Douro é a fortaleza. E assim bem o entendeu D. Afonso Henriques que lhe concedeu Foral a 19 de Novembro de 1136. Foral que foi confirmado por D. Afonso II em 1217.
D. Dinis reconhecendo a importância militar do lugar, manda erguer o castelo de forma rectangular e de quatro torres. É portanto um castelo do século XIII. A quinta torre foi acrescentada por ordem de D. João I, já no século XV, que lhe mandou colocar as suas armas. A revolução da pólvora desse século levou à construção de uma barreira com bocas de fogo.
O Foral novo de D. Manuel foi-lhe passado em 1 Junho de 1510.
A sua importância crescente leva D. João III a pedir ao Papa Paulo III que crie a Diocese em parte das terras que antes eram da Arquidiocese de Braga. É Diocese a partir de 22 Maio de 1545. E também a partir desse ano é cidade. A primeira pedra da nova Sé é colocada só em 1552. Os primeiros Bispos viveram ainda no castelo até à construção do Paço Episcopal. Este só se iniciou em 1601 e só ficou concluído mais de um século depois.
No século XVII o castelo foi envolvido por uma estrutura pirobalística, o que reforçou ainda mais a sua capacidade defensiva. No entanto, a 8 de Maio de 1762, no contexto da Guerra dos Sete anos a Alcáçova foi arrasada pela explosão do paiol, destruindo o Castelo e os bairros à sua volta.
Hoje, Miranda do Douro, é uma cidade agradável. A cidade mostra-se ainda murada, mas já extravasou essa limitação granítica. O casco histórico é bem cuidado e atractivo ao turismo que é notoriamente uma das suas ofertas. O seu posicionamento de atalaia, é também miradouro. E mostra-se segura perante a ravina que conduz à água que cavou fundo a rocha. Desse promontório que é a cidade, tudo se vê de cima, como deuses. Assim nos sentimos.