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O fascismo de Franco em Espanha apanhou a família real espanhola no exílio.
Afonso XIII de Espanha, o avô de Juan Carlos, exilou-se em 1931 na sequência da vitória republicana em Espanha.
Depois da guerra civil, Juan de Borbón (1913-1993) filho de Afonso XIII a viver exilado no Estoril desde 1946, instou Franco a restabelecer a monarquia. Franco quis governar em ditadura e nunca quis ter Juan de Borbón como rei. Este com pensamento muito diferente de Franco apelidou o ditador de “usurpador ilegítimo” do poder.
A manobra de Franco que desconfiava politicamente de Juan de Borbón foi preparar o seu filho para dar continuidade ao Franquismo. Obrigaram Juan de Borbón a abdicar para Juan Carlos, e este passou a ser educado em Espanha desde 1947 segundo a vontade de Franco. Com 10 anos Juan Carlos chega pela primeira vez a Espanha para receber educação franquista e só ver os pais nas férias. Aos 18 anos vai para a Academia Militar. É preparado para ser um rei de continuidade do franquismo. E assim foi. Ou se deixou ser.
A partir de 1969 Franco trata de apresentar publicamente o futuro sucessor rei. Apresenta-o a seu lado nas várias aparições públicas.
Adolfo Suarez chefe da televisão espanhola tratou de promover e popularizar Juan Carlos, que era um completo desconhecido em Espanha. O mesmo Suarez que foi primeiro ministro com o rei que ele próprio promoveu.
Depois da morte de Franco assume a condição de rei. Juan Carlos, educado no franquismo e tornado conhecido por um dos elementos mais preponderantes da ditadura e que viria mais tarde a ser seu primeiro ministro. Na sua primeira mensagem de natal depois da morte de Franco, honra a memória de Franco.
O escolhido de Franco contra o pai, o rei que continuou a ser considerado pelo círculo monárquico mais próximo. Retirado da família para ter uma educação servil à ditadura. Aceita o papel de futuro rei contra o pai e obrigando-o a abdicar para conseguir esse intento. Elogia o ditador. Assume e segura o seu feixe. Juan Carlos é rei por vontade do ditador. Um rei subserviente a uma ditadura. Nunca passou pelo crivo da legitimidade democrática e popular. O próprio Adolfo Suarez afirma que se tivessem feito um referendo, tinham perdido. Definitivamente, Juan Carlos não foi a figura de transição da ditadura para a democracia. Esta foi sendo construída ao arrepio da sua acção. Mesmo no 23F limitou-se a reagir contra uma nova tuturia sobre si. As grandes questões estruturais do Estado não foram resolvidas. As clivagens da guerra permanecem. As autonomias, as línguas, as abissais diferenças sociais e económicas entre regiões.
Agora no final de vida conhece-se o envolvimento nos negócios do Estado recebendo subornos. Não admira. Foi um rei de conveniência, fraco, sem vontade própria, fruto de propaganda A sua popularidade não passava dos 3,6%.
Em 2014 e na sequência dos escândalos tinha sido obrigado a abdicar a favor do filho. E se o seu primeiro exílio podia provocar alguma compaixão, este exílio é pelas piores razões, é mais uma fuga à justiça, à memória, à honra e à coragem.
Acaba o rei de uma facção e deixa como herança a semente da destruição da monarquia que na verdade acabou já com Afonso XIII.
António Borges Regedor
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