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Boa parte da minha vida está ligada À Arca D’Água. O local é simultaneamente um jardim e uma estrutura de recolha e encaminhamento em aqueduto do manancial resultante da recolha de três nascentes de água que desde Filipe I abasteciam fontes, fontenários e chafarizes em vários pontos da cidade do Porto. A Praça tem o nome de 9 de Abril em memória da batalha de La Lys em 1918. O nome para um infortúnio, mas o local de fortuna para o abastecimento de água ao Porto. Mas é também um jardim onde se destacam robustos exemplares de plátanos. Em toque romântico foi construída uma gruta de superfície superior plana e em cimento onde fiz muitas horas a patinar. No Jardim parti um triciclo cuja estrutura de madeira não resistiu aos sulcos que a chuva rasgava nos caminhos do jardim. O Jardim foi inaugurado em 1928, mas já antes o local tinha sido escolhido por Antero de Quental e Ramalho Ortigão para se baterem em duelo. Ramalho Ortigão apenas foi ferido num braço e eu não me recordo de qualquer ferimento no acidente de triciclo. Daí concluo que as brincadeiras de criança serão menos perigosas que as guerras de adultos. Muitas vezes atravessei o jardim, pela mão do meu pai, a caminho do campo de Vidal Pinheiro para ver os jogos do Sport Comércio e Salgueiros. O hábito do futebol não havia de perdurar, mas recentemente haveria de voltar a atravessar o Jardim a caminho do Instituto Politécnico do Porto e da Universidade Fernando Pessoa onde fui Professor.
Se prestarem atenção verão no chão e já dentro de uma das zonas relvadas a entrada de acesso ás galerias construídas em arcos no subsolo do jardim. Por ordem do Rei Filipe I a obra iniciou-se em 1597 e terminou em 1607. O túnel por onde passa a água e onde também já foi usado para colocação de cablagens presumo de comunicações, tem uma outra entrada na parte exterior do edifício municipal onde funcionam os serviços de ambiente e era conhecido pela existência do canil do Porto. A entrada seguinte é na zona da Lapa junto à estação do Metro do Porto. Finalmente a conduta de água termina na Praça Gomes Teixeira, conhecida Praça dos Leões, que não o são. Os animais a que chamam leões são na realidade grifos.
António Borges Regedor
Foto retirada do excelente texto de Maria José e Rui Cunha publicado com o título: “Manancial de Paranhos - Arca D’Água” em:
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