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A Greta tem o mérito de ter colocado muita gente a falar de ambiente, que de outra forma continuaria acomodada. Principalmente uma nova geração que não conhece a terra e o seu cheiro. Não se sabe orientar no campo ou na montanha sem o GPS instalado no telemóvel. E que se perde e pede socorro quando a bateria se acaba. Que conhece o mundo, mas nunca fez caminhadas a pé, ou acampou na serra e não distingue um medronho comestível do azevinho com que a mãe decora o natal lá em casa.
É bom que a Greta mobilize a nova geração para a necessidade das grande mudanças, absolutamente necessárias para um planeta sustentável e sadio.
Não é , no entanto, a única nem a primeira. Muito antes dela, muitos activistas lutam quotidianamente e de forma consistente pela defesa do planeta numa perspectiva ecológica. Quer dizer: científica, racional, estudada e de soluções sustentáveis.
A minha geração lutou pela democracia, pela possibilidade de se manifestar e mobilizar pelas causas necessárias à vida com direitos e deveres de cidadania. Lutou contra a guerra e o nuclear que lhe está intimamente associado na produção de plutónio para as bombas e de urânio 238 para as munições. Na minha geração já muitos lutam contra a desflorestação, pela reciclagem, pelas energias renováveis e pelo direito dos cidadãos produzirem a energia de que necessitam. Não é suficiente.
Ainda bem que a Greta alerta uma nova geração que terá de alterar os hábitos de consumo, de substituir o automóvel pelo transporte colectivo e por formas de mobilidade suave (a bicicleta por exemplo). De abandonar o consumo de combustíveis fósseis para reivindicar mais armazenamento de água e mais produção de energia a partir do vento, do sol, do mar e das ondas. A substituir o avião pelo comboio. O carro pela bicicleta. O descartável pelo duradouro.
A Greta é fruto da circunstância e conjuntura. Já há algum tempo que a ciência faz avisos alarmantes. A Greta resulta de se ter aberto uma perspectiva de negócio na era pós carbono. E de haver um conjunto largo de países industrializados favoráveis a enveredar pelo novo paradigma.
Mas a mudança não se faz individualmente tanto a gosto do modelo liberal. A mudança exige acção colectiva e de forma organizada. Há resistência de grandes interesses instalados, de grandes corporações que assentam a sua actividade na venda de hidrocarbonetos, de Estados capturados por estes interesses contrários ao paradigma da sustentabilidade ambiental. Estes poderes só podem ser combatidos com êxito se do lado dos que querem salvar o planeta houver forte consciência ambiental, conhecimento científico, organização determinada a mudar o comportamento dos Estados e das políticas públicas. Só a força de grandes organizações de cidadãos será capaz de impor mudanças políticas favoráveis ao ambiente, e que nalguns casos parecerão contrárias ao interesses individuais e egoístas. E isso exige razão consciente e não emoção lúdica e inconsequente.
A greta tanto pode ser uma ruptura (geologia), como pode dificultar os movimentos. (veterinária).
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