
Por esta altura do 1º de Dezembro, é normal que surjam as habituais referências ao golpe de estado de 1640 contra o Rei Filipe de Espanha e Portugal, desencadeado em por cerca de 120 nacionalistas sendo quarenta deles o núcleo principal que se reunia já há algum tempo num anexo do palácio de Antão Vaz de Almada, um dos conspiradores.
A unificação da península tinha sido conseguida em 1493 com a capitulação da Taifa de Granada, mas os mouriscos ( islâmicos convertidos) só foram expulsos em 1614, já bem perto desta data da restauração de Portugal.
A perda de independência de Portugal, também só foi conseguida porque o Rei Filipe II de Espanha soube aliciar uns quantos nobres portugueses favoráveis a Castela e traidores à independência de Portugal. Com Filipe II e III de Espanha manteve-se a autonomia da administração portuguesa, até ser quebrada com Filipe IV. Com este rei, a governação foi entregue a nobres castelhanos, vendo-se os nobres portugueses afastados da corte e retirados para a província.
Em 1628 deu-se no Porto um motim contra o imposto do linho fiado. Na década de 1630, a corte de Madrid, lançou um novo imposto. E em Agosto de 1637 há revoltas em Évora também na sequência do anúncio de novos impostos. Esta revolta alastra no Alentejo e Algarve, vindo a ser reprimida por mais de 10 mil mil soldados espanhóis.
Em 1639 deu-se uma revolta na Andaluzia, e outra na Catalunha já em Junho de 1640.
Em portugal com o povo em espírito de revolta, a nobreza fora da influência e acção governativa, os burgueses empobrecidos, e as revoltas na Andaluzia e Catalunha para onde as tropas de Castela foram agora deslocadas, constituíam condições favoráveis à conspiração que haveria de realizar-se já em Dezembro quando a maior parte dos nobre se tinha retirado para passar o natal em Espanha.
E assim a 1 de Dezembro 120 conjurados defenestram Miguel de Vasconcelos, o traidor, ordenam o cerco à guarnição militar do Castelo de S. Jorge, apreendem os navios espanhóis no Porto de Lisboa e recebem a declaração de fidelidade das praças militares do resto do país.
Seguem-se mais de 20 anos de guerra com Castela.
Em 1661, ainda a Santa Sé não tinha reconhecido a independência de Portugal e Espanha estava a preparar uma grande invasão a Portugal.
Portugal negociou com Inglaterra o apoio na guerra com Castela através do casamento de Catarina de Bragança com o Rei de Inglaterra, Carlos II. Mas ficou caro. O dote foi de dois milhões de cruzados. Até a Rainha Leonor de Gusmão teve de vender as jóias. Empenharam-se pratas, jóias e outros tesouros de conventos e Igrejas Portugueses.
E durante dois anos foi necessário dobrar o pagamento das sisas. Foram para a posse inglesa Tânger, em Marrocos, e Bombaim, na Índia.