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Os debates são cíclicos e sem conclusão, o que mostra que nem conseguem uma ideia de projecto, nem nunca tiveram por respaldo uma ideia de estratégia.
Para o Concelho de Espinho a linha do Vouga foi sempre tão importante como a linha do Norte.
O facto de Espinho ser um interface ferroviário do eixo Norte- Sul com o eixo Litoral-Interior deu ao Concelho maior importância sobre as localidades próximas, mesmo sobre a estação da Granja cuja composição social no século XIX e inícios do XX era mais favorável à influência política.
Espinho já foi Estação. Tecnicamente estação implica a existência de sistema de reversão de marcha das composições. Hoje é apenas um ponto de paragem com duas linhas que tecnicamente significa Apeadeiro. Espinho foi desqualificado com o enterramento da linha.
O Norte da Área Metropolitana do Porto tem razoável cobertura de transporte de massas em canal próprio quer em comboio quer em metro. O Sul da Área Metropolitana do Porto está em défice e precisa para o seu desenvolvimento equitativo de idêntico tipo de transporte.
A perspectiva é que a nova linha de velocidade venha a deixar mais espaço para os suburbanos na linha do norte. A ligação da zona Norte da AMP au Sul da AMP tem já um canal que serve Espinho, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis. Também é inevitável que o Metro que avança por Vila Nova de Gaia se estenda a Santa Maria da Feira, reforçando a acessibilidade ao Sul da AMP. Quando isso se concretizar, Espinho ficará isolado, marginalizado e irrelevante ao sul da AMP caso não tenha a linha do Vouga ligada à linha do Norte.
O que Espinho tem feito com o transporte público e concretamente na sua relação com o comboio tem sido cortar as veias do seu desenvolvimento e relevância regional transformando-se num espinho com letra pequena.
Espinho necessita ter um plano estratégico de desenvolvimento que seja consensual na sociedade espinhense.
António Borges Regedor
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