. Banalização do tema ciênc...
. Escrever um artigo de inv...
. Artigo 11º e 13º e a inte...
. Governo Bolsonaro muda ed...
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Decantação de conversas tidas
As religiões do mediterrânicas são um retrocesso civilizacional em relação ao Humanismo do período clássico grego, o da formação da filosofia.
A Filosofia afastou-se do mito, dos politeísmos, dos vários deuses para tudo e para todos, das explicações aparentes, confortáveis, enganadoras, do paganismo. Muitos desses mitos selvagens, violentos, desumanos. De tudo isso a filosofia se afastou, criando um pensamento racional, de procura de explicação do cosmos que viria a evoluir para a ciência, e de uma filosofia do homem que viria a evoluir para o humanismo, a ética e a cidadania.
No lado contrário as religiões teimaram em manter-se no lado do irracional, do obscuro, do aparente, o que é flagrante posicionamento contrário aos valores éticos e lógicos da cultura clássica grega que nos legou a civilização ocidental fundamentada no racional que forma a sociedade e na ciência que forma a nossa civilização.
O Judaísmo teimou no princípio da vingativo do “olho por olho” e “dente por dente”. O que os gregos tão bem caricaturaram na forma literária da “tragédia”. Esta forma de educar o povo no princípio da lei e no abandono dessa forma bárbara da vingança como resolução dos diferendos. Afirmando-se o judaísmo como religião de exclusão, que rejeita de forma chauvinista os outros e que se arroga de supremacia.
O Cristianismo difere da sua génese judaica pela universalidade, por considerar todos os humanos iguais. E difere também do propósito da vingança, pela afirmação do amor. Foi a religião que melhor casamento fez com o Império. Este precisava de unificar o culto, e de unificar a autoridade. Um Império, Uma língua, Uma religião. E o cristianismo precisa do Império para a sua vocação de expansão universal. Tudo correu bem do ponto de vista temporal, considerando todas as outras crenças pagãs e o ódio à filosofia, à racionalidade, à ciência, à literatura, à arte clássica.
O Islamismo surge associado à conquista de território. De uma tribo contra as outras e tem na génese a violência. Violência contra as outras tribos e povos, e , imposição dos seus costumes. Mesmo a sucessão do profeta foi feita em disputa e na sequência de assassinatos entre os candidatos a sucessores.
A história não tem deixado de registar as várias investidas da irracionalidade religiosa contra a civilidade desejável.
António Borges Regedor
Recentemente a Organização Mundial de Saúde debateu uma resolução com o propósito encorajar a amamentação.
A resolução tem por base décadas de investigação e dezenas de estudos científicos.
Na resolução era feita a apologia do leite materno como sendo o alimento mais saudável para os bebés nos primeiros meses de vida. A Organização Mundial de Saúde recomendava ainda que os países deviam procurar limitar a comercialização enganosa de complementos e de substitutos do leite materno.
A delegação norte-americana saiu em defesa da indústria do leite em pó para bebés e sugeriu alterações radicais ao texto. Tentou fazer o mundo “refém” da indústria alimentar dos Estados Unidos. Tentou dominar a ciência com leite em pó.
De acordo com fontes diplomáticas citadas pelo “The New York Times”, os delegados norte-americanos chegaram a insinuar que os Estados Unidos poderão cortar o financiamento à Organização Mundial de Saúde. Mas não se ficaram por aí. Ameaçaram vários países com medidas de retaliação caso dessem luz verde ao documento, avança o “The New York Times”. Ao Equador ameaçaram com o fim da cooperação na área militar e pela imposição de penalizações de natureza comercial. O mesmo fizeram a mais de uma dezena de outras nações que foram alvo de pressões similares da parte da delegação norte-americana.
O golpe na Organização Mundial de Saúde só não resultou, porque a recomendação acabou por passar depois de uma intervenção da Rússia.
António Borges Regedor
As orientações académicas de publicação da informação científica são também, e naturalmente, influênciadas pelos paradigmas vigentes e consequentemente sujeitos ás ideologias que os suportam. É natural que assim seja. Os pensamentos dominantes formam tendências, corentes de opinião, e num determinado momento tudo parece natural, certo e bem encaminhado. Até que no novo paradigma surjam problemas que o tornem não capaz das melhores soluções e práticas.
Assim foi nas políticas de edição científica. Influênciadas por paradigmas assentes ideológicamente em correntes neoliberais, levaram à passagem da edição científica para a iniciativa privada.
Desde a fundação das Academias de Ciência, a legitimação da ciência é feita pela apresentação aos pares da produção científica. Modernamente e dada a dimensão e dispersão (globalização) da comunidade científica, a a apresentação e discussão da produção científica é feita pela publicação.
Aquilo que era prática das instituições académicas de produção científica, publicarem as investigações por si financiadas deixou de o ser. A publicação científica foi , por influência do paradigma neo-liberal, gradualmente passando para as mãos de editores privados.
E também, naturalmente em mercado neo-liberal, as pequenas editoras foram canibalizadas por grandes fundos de investimento que encontraram nesse segmento de mercado enorme vantagem económica. A publicação científica é essencial, todas as instituições académicas precisam dessa matérias prima para os seus investigadores. Ora aqui está um dos melhores negócios. O investigador tem de publicar. Mas também precisa de comprar a informação que se produz, so pena de ficar desactualizado. As instituições pagam aos seus nvestigadores, mas também pagam para comprar a informação de que eles necessitam. Ou seja, pagam duas vezes. E com a edição em regime privado e de monopólio quem faz os preços do custo da informação científica são os editores. Mas mais, é que a empresa editora que também tem os instrumentos de avaliação, determina quais os investigadores que têm mais citações, e quais as revistas que devem ser compradas pelo factor de impacto que são eles próprios a determinar.
Em resumo, tudo gira à volta de um império editorial global, monopolista , autoritário e sem controlo.
Assim se fez a a Elsevier, uma das maiores editoras de publicações científicas.
Neste novo paradigma de informação científica que tem de ser paga para ser acedida, é por si mesmo limitação à informação.
A resposta tem vindo a ser feita pela publicação aberta para . A Necessidade de informação aberta levou á criação de repositórios de acesso livre. As academias têm vindo a criar repositórios de acesso aberto, e os Estados têm vindo a criar repositórios nacionais. Hoje o movimento pela acesso livre à informação científica não se limita aos artigos, mas também ao dados científicos. Nesta nova linha de orientação a própria Comissão europeia tem por objectivo o Acesso Aberto de todas as publicações científicas até 2020. Para isso desenvolve a Plataforma Científica Open Cloud Europeia e Open Science Policy. De notar que o Comissário Europeu para Pesquisa, Inovação e Ciência, é o português Carlos Moedas que se diz adepto da Open Sicence. Para este objectivo a Comissão Europeia contratou um Monitor do Opena Science para lhe fornecer os dados de desenvolvimento do programa.
Até aqui tudo bem. Pretender desenvolver a Ciência Aberta, criar programas para o efeito e monitorizar esses mesmos programas. Mas eis que o Carlos Moedas decide escolher para monitorizar o programa, exactamente a entidade que assenta toda a sua política editorial contra o princípio da ciência aberta, que sempre se opôs ao princípio e á filosofia e que conspira contra ela. Carlos Moedas coloca a decidir da evolução da ciência aberta, a entidade que por definição é contra aquilo que vai opinar. Jon Tennant num artigo no The Guardian diz mesmo que a Elsevier corrompe o opens science na europa https://www.theguardian.com/science/political-science/2018/jun/29/elsevier-are-corrupting-open-science-in-europe?CMP=share_btn_fb
São produtos e serviços da Elsevier, como como o Scopus, o Mendeley e o Plum Analytics. Que fornecem as métricas de citações e de factores de impacto das revistas científicas.
Em 2004, a Elsevier dirigiu-se ao Comitê de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Comuns do Reino Unido argumentando que viam riscos associados ao Acesso Aberto, como ameaças à integridade científica e à qualidade da pesquisa.
Em 2007, a Elsevier fazia parte de uma campanha de relações públicas procurando pressionar o Congresso dos EUA contra o acesso aberto. Nos EUA, a Elsevier apoiou uma série de projetos de lei incluindo o Research Works Act (RWA), para o qual fizeram inúmeras contribuições financeiras aos membros da Câmara dos Representantes.
Tudo isto para impedir o crescimento dos repositórios de Open Science.
Ao mesmo tempo a prática da Elsevier era de encarecimentos das edições e publicação. A Restrição do acesso, para ganhar o máximo com o fornecimento das suas revistas ás bibliotecas universitárias, agravado por se tratar de um mercado editorial onde praticamente eliminaram a concorrência.
O monitorizador, que deveria ser independente dos agentes em presença no mercado editorial, é afinal um interessado e vai monitorizar, opinar e propor desenvolvimentos em causa própria.
Todos nós que estudamos bibliometria sabemos que os factores de impacto, as contagens de citações e os índice “h”, resultam dos lotes de revistas que fazem parte das contagens. Que os indexadores sendo predominantemente do universo anglo-saxónico, revertem para este a prevalência e importância e liderança. Tomemos então o exemplo bem mais elementar: a Springer Nature, concorrente da Elsevier ficará muito provavelmente arredada dos mais significativos factores de impacto nas métricas da CiteScore que é propriedade da Elsevier.
É péssimo quando as coisas começam mal. Tarde ou nunca se endireitam.
Avaliação de Instituições de Ensino Superior no ranking “SIR IBER 2017”
A Revista Internacional de Información y comunicación publica um “Ranking Iberoamericano de Instituciones de Educación Superior 2017”. É o “SIR IBER 2017 SCImago Institutions Rankings”. O “El SCImago Institutions Rankings de Iberoamérica (SIR IBER)” é uma classificação, entre outras, das Instituições de Ensino Superior, baseada na sua produção científica durante os cinco anos anteriores.
Dados da Unesco de 2015 referem que o conhecimento científico mundial produz cerca de dois milhões de trabalhos científicos.
A avaliação da actividade científica apoiada em métodos bibliométricos tem sido considerada e aceite até ao momento pela comunidade científica.
Tem sido este modelo de avaliação da produção científica a base para a tomada de decisões e de financiamento.
A detecção de algumas limitações a este paradigma, fruto da transferência da visibilidade também da actividade científica para o espaço da WEB, tem originado a sua ruptura no sentido de se terem vindo a adicionar outros tipos de medições. Não se produziu ainda uma ruptura Popperiana , mas não se tendo abandonado ainda o anterior paradigma estamos em nítida mudança. O paradigma anterior não comporta todas as alterações que a WEB pressiona.
As próprias bases de dados dão-se conta disso, e simultâneamente são agentes de mudança.
No caso da SCImago Research Group, desde 2009 desenvolve a SCImago Institutions Rankings (SIR) como ferramenta de análise da avaliação de instituições de produção científica. Este Ranking SIR publica dois grupos. O SIR World para a actividade científicamundial, e o SIR IBER para a actividade científica de Espanha, Portugal e países da América latina. Este ranking classifica as instituições de ensino superior do mundo iberoamericano que tenham publicado pelo menos um trabalho em revistas científicas indexadas na Scopus durante os cinco anos anteriores.
Factores de medição:
Investigación – indicador obtido a partir das publicações na Scopus. Constitui 50% para o indicador do ranking.
Innovación – capacidade da instituição desenvolver patentesa fonte deste indicdor é Patstat3. Constitui 30% para o indicador do ranking.
Impacto Social - Examina os esquemas de publicação na WEB. As fontes são o Google e a Ahrefs4. Constitui 20% para o cálculo do ranking.
Em 2017 havia um total de 1 607 organizações quepublicaram em revistas indexadas na Scopus. O mundo iberoamericano representa 21,7% deste universo.
Enquanto que 65% das instituições se concentram em cinco países, : Brasil (28%), México (18%); Colombia (9%), Argentina (6%) y Perú (4%), a produção científica concentra-se em Espanha(37%) e no Brasil (27%).
Bibliografia
Bornmann, Lutz (2017). Measuring impact in research evaluations: a thorough discussion of methods for, effects of and problems with impact measurements.
Moed, Henk F. (2009). New developments in the use of citation analysis in research evaluation. Archivum Immunologiae et Therapiae Experimentalis, 57, 13. https://doi.org/10.1007/s00005-009-0001-5
UNESCO. (2015). Research Evaluation Metrics. http://unesdoc.unesco.org/Ulis/cgibin/ulis.pl?catno=232210&set=00580A04D3_0_61&gp=0&lin=1&ll=1 Van Raan, Anthony F. (2004). Measuring Science.
Waltman, Ludo (2016). A review of the literature on citation impact indicators. Journal of Informetrics, 10(2), 365-391.
Wilsdon, James; Allen, Liz; Belfiore, Eleonora; Campbell, Philip; Curry, Stephen; Hill, Steven; Johnson, Ben (July, 8th 2015). Metric Tide - Higher Education Funding Council for England. The Metric Tide: Report of the Independent Review of the Role of Metrics in Research Assessment and Management: https://doi.org/10.13140/RG.2.1.4929.1363 http://www.hefce.ac.uk/pubs/rereports/year/2015/metrictide
http://www.elprofesionaldelainformacion.com/index.html
Lista das Instituições de ensino superior portuguesas do ranking SIR IBER 2017
1 Universidade de Sao Paulo
2 Em Portugal 1 Universidade de Lisboa
6 Em Portugal 2 Universidade do Porto
23 Em Portugal 3 Universidade de Coimbra
26 Em Portugal 4 Universidade de Aveiro
27 Em Portugal 5 Universidade do Minho
30 Em Portugal 6 Universidade Nova de Lisboa
99 Em Portugal 7 Universidade de Tras-os-Montes e Alto Douro
101 Em Portugal 8 Universidade da Beira Interior
103 Em Portugal 9 Universidade do Algarve
116 Em Portugal 10 Instituto Politecnico do Porto
128 Em Portugal 11 Universidade de Evora
131 Em Portugal 12 ISCTE Instituto Universitario de Lisboa
155 Em Portugal 13 Instituto Politecnico de Lisboa
165 Em Portugal 14 Universidade Catolica Portuguesa
177 Em Portugal 15 Instituto Politecnico de Coimbra
193 Em Portugal 16 Instituto Politecnico de Braganca
197 Em Portugal 17 Universidade dos Acores
204 Em Portugal 18 Instituto Politecnico de Leiria
212 Em Portugal 19 Universidade da Madeira
232 Em Portugal 20 Instituto Politecnico de Setubal
233 Em Portugal 21 Universidade Lusofona de Humanidades e Tecnologias
247 Em Portugal 22 Universidade Fernando Pessoa
272 Em Portugal 23 Cooperativa de Ensino Superior, Politecnico e Universitario
277 Em Portugal 24 Instituto Politecnico de Viseu
288 Em Portugal 25 Instituto Superior de Psicologia Aplicada
289 Em Portugal 26 Universidade Aberta
321 Em Portugal 27 Instituto Politecnico de Viana do Castelo
328 Em Portugal 28 Instituto Politecnico do Cavado e do Ave
332 Em Porrtugal 29 Instituto Politecnico de Castelo Branco
381 Em Portugal 30 Instituto Superior da Maia
394 Em Portugal 31 Nova School of Business and Economics
397 Em Portugal 32 Instituto Politecnico de Tomar
415 Em Portugal 33 Egas Moniz Cooperativa de Ensino Superior
430 Em Portugal 34 Universidade Lusiada
433 Em Portugal 35 Instituto Politecnico de Santarem
446 Em Portugal 36 Instituto Piaget - Cooperativa para o Desenvolvimento Humano, Integral e Ecológico, CRL P
450 Em Portugal 37 Instituto Politecnico da Guarda
459 Em Portugal 38 Instituto Politecnico de Beja
463 Em Portugal 39 Universidade Europeia
474 Em Portugal 40 Instituto Politecnico de Portalegre
501 Em Portugal 41 Universidade Portucalense Infante D. Henrique
513 Em Portugal 42 Escola Universitaria Vasco da Gama
513 Em Portugal 42 Universidade Lusofona do Porto
529 Em Portugal 44 Escola superior de Enfermagem do Porto
530 Em Portugal 45 Academia Militar PRT
533 Em Portugal 46 Universidade Autonoma de Lisboa
540 Em Portugal 47 Universidade Atlantica
553 Em Portugal 48 Instituto Superior Dom Afonso III
553 Em Portugal 48 Instituto Superior Miguel Torga
556 Em Portugal 49 Escola Superior de Enfermagem de Lisboa
566 Em Portugal 52 Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril
567 Em Portugal 53 Instituto Superior de Ciencias Educativas
577 Em Portugal 55 Escola Superior de Saude de
577 Em Portugal 55 Escola Universitaria das Artes de Coimbra
578 Em Portugal 56 Escola Superior de Educacao Joao de Deus
579 Em Portugal 57 Escola Superior de Artes e Design
579 Em Portugal 57 Instituto Superior de Gestao
579 Em Portugal 57 Instituto Superior de Linguas e Administracao, Leiria
579 Em Portugal 57 Instituto Superior de Saude do Alto Ave
580 Em Portugal 58 Escola Superior Artistica do Porto
580 Em Portugal 58 Escola Superior de Educacao de Paula Frassinetti
580 Em Portugal 58 Instituto de Estudos Superiores de Fafe
580 Em Portugal 58 Instituto Superior Politecnico Gaya
582 Em Portugal 59 Instituto Portugues de Administracao e Marketing, Lisboa
582 Em Portugal 59 Instituto Superior Bissaya Barreto
http://www.elprofesionaldelainformacion.com/index.html
Uma condição da produção científica é ser publicada. É dessa forma que actualmente se faz apresentação pública da investigação científica e dos seus resultados. No século XVII as novas investigações eram apresentadas aos pares, nas academias de ciência. Hoje há a necessidade de publicação para divulgar a investigação realizada e para a subemeter á apreciação e critoca dos pares. O neoliberalismo entregou nas mão de empresas privadas a indústria editorial científica. A publicação científica tem essencialmente dois grandes editores. A Thomson Reuters e a Elsevier. Estes são so dois gigante sda indústria editorial científica.
A Thomson Reuters é proprietária da “Web of Science” o produto de maior reconhecimento internacional. Ela é a continuidade da primeira base de publicações que fazia contagem de citações. A “Science Citation Index” e o “Journal Citations Report” (JCR) do Institute for Scientific Informations (ISI) situado em Filadelfia, onde começa a cienciometria.
A outra empresa é a Elsevier que possui a “Scopus” e que é mais recente.
O aumento exponencial da publicação científica tem levado as empresas a criar outras bases menos elitistas. A Journal Citations Report (JCR) criou externamente a SciElo Citation Index e a Emerging Source e Citations Index
Scopus da Elsevier tem critérios mais ligeiros de inclusão de revistas no seu indexador, e praticamente não exclui revistas já indexadas. Para a América Latina a Scopus tem a Scimago Journal Rank e um ranking de universidades baseadas nos artigos publicados na scopus, (Scimago Institutions Ranking).
António Regedor
Parte importante da vida constitui a resolução da tensão entre aquilo que a filosofia denomina de opinião ( doxa – δόξα) e verdade ( aletheia - ἀλήθεια).
A ciência é das actividades humanas a que melhor expressa esta tensão. O seu método, o seu caminho, consiste no expurgo tanto quanto é possível da subjectividade e dos pré-conceitos quaisquer que sejam. Move-se no campo de verificável, experimentável, quantificável. Busca o padrão, a explicação. Costrói a teoria, o paradigma.
A fiabilidade da ciência é assegurada tanto quanto pode por mecanismos internos de controlo. Os novos investigadores fazem-no com orientação. A investigação está sujeita a comissões científicas. A publicação sujeita a comissões redactoriais, a revisão de pares antes da publicação. Esta não apenas serve para dar a conhecer, a divulgar a inovação, mas igualmente à sublissão da discussão pública, à critica, à controvérsia, para além da existência concomitante de organismos de revisão por pares após a publicação.
Em todos os casos o mecanismo de controlo leva à reformulação, à correcção, à melhoria, ao aperfeiçoamento.
Isto deixa-nos quanto á ciência muito mais descansados do que com outros sectores tão importantes para a vida social.
António Regedor
A Academia começa com as lições de Platão no Bosque Akadeomos. A essas lições acorriam vários discípulos, entre os quais Aristóteles que se manifestava irreverente face ao Mestre. “O dever de todo o discípulo é ultrapassar o seu Mestre” dizia Aristóteles. E assim deve ser, e assim se faz ciência. As conclusões de uns, são o ponto de partida para outros e também para o próprio. Face a uma ideia concebida, dessa mesma se deve duvidar. questionar e a partir dela inovar. Do ponto de vista pessoal é isto que nos faz processar, melholhar, renovar. Do ponto de vista social é assim que nos faz aclarar, esclarecer ou ainda reorganizar, renovar, reestruturar. Enfim, avançar tomando sempre novos horizontes, azimutes, proas. A nautica ensina-nos o modo mais elementar do ethos. O de que a linha que traçamos, por muito melhor que tenha sido calculada, sofre da circunstância do oikos ao longo do Kronos. Por bem que a linha tenha sido traçada, em nautica, os ventos e correntes fazem derivar a linha mapeada. A rota é desviada por efeito de deriva. Esta tem que ser permanentemente corrigida traçando novas proas, novas linhas de rumo ao longo do tempo. Inevitavelmente esses novos rumos sofrerão de novas derivas e estarão permanentemente a ser dorrigidos. . Assim é a vida. E essencialmente a ciência, de paradigma em paradigma, de lei em lei, relativizando cada uma delas ao seu objecto e objectivo. A vida, como a ciência é esta deambulação peripatética. Seja qual for o Pathos. O de Akadeomos ou o da entrada da nossa faculdade, da oficina, do condomínio ou o do forum de onde se alarga a cidade e se expressa a cidadania.
Há dias o sexpresso dava conta de um filme português nomeado para os Prémios Emmy Digitais da International Academy of Television Arts & Sciences.
O filme tem por título 'Collider', é da empresa portuguesa “ beActive” e o tema é a ciência.
"Collider" é "baseado nas experiências realizadas na Organização Europeia de Investigação Nuclear (CERN), no Large Hadron Collider, local onde foi encontrado o 'Bosão de Higgs'", na base da atribuição do Prémio Nobel da Física de 2013 ao britânico Peter Higgs.
Não apenas interessante, mas principalmente importante é que os portugueses adoptem para temas dos seus filmes, a ciência.
A evolução da cinematografia portuguesa no século XX é descrita por Regina Guimarães e Saguenail como muito “normativizada” e popular, típica dos anos 30 a 50, para a afirmação do cinema de autor, assumidamente subversivo e experimental dos anos 60, atravessando-se a fase de uma forte politização e ideologização do cinema (nos anos 70 e primeira metade da década seguinte), e passando-se em seguida por várias tentativas de maior conquista do grande público através da aposta na “pura” ficção (sobretudo nos anos 80), até se chegar à tendência mais irreverente do “realismo” radical dos anos 90 e inícios do século XXI.(1)
O filme português, falado em inglês, já foi exibido em festivais de cinema em Londres, no Reino Unido, Genebra, na Suiça, e em Galway, na República da Irlanda, e teve estreia nas salas de cinema portuguesas, em novembro do ano passado.
Este ano o filme já teve estreia na República da Irlanda, devendo também entrar no circuito comercial nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Japão.
O filme "Collider" constitui a terceira nomeação da portuguesa beActive para os Emmy, depois da série "Castigo Final", em 2010, e do filme "Beat Girl", no ano passado, com o informa em comunicado a produtora.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/filme-portugues-collider-nomeado-para-os-emmy-digitais=f857837#ixzz2uLBfD0g6
Official Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=BPlm60nx4Y8
(1) Ler cinema: o nosso caso (conversas e outros textos em volta de um certo cinema português), organizada por Regina Guimarães e Saguenail.
Guimarães, Regina, Colab. - O ciclo Ler Cinema: O Nosso Caso. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, Direcção Municipal de Cultura, Videoteca Municipal de Lisboa 2007. ISBN 978-989-95561-0-2
O caminho que o país tem vindo a percorrer na valorização dos seus recursos humanos é acertado. Reconhecimento internacional das universidades. Reconhecimento internacional dos alunos das universidades portuguesas. A prova é os alemães recrutarem engenheiros portugueses, ingleses recrutarem enfermeiros portugueses, entre muitos outros em muitos lugares do mundo. Prova que a aposta na formação superior feito pelo estado e pelas famílias, nos últimos anos, foi correcta.
Isto também prova que o desinvestimento que está a ser feito na ciência e no ensino superior, é desastrosos. Pode vir a comprometer, a qualidade, a credibilidade, a visibilidade da formação superior portuguesa. E isso seria a destruição de quarenta anos de bom trabalho.
António Regedor
. Livros que falam de livro...
. Dança
. Rebooting Public Librarie...