.posts recentes

. A linha do Vouga voltou a...

. Mosteiro de São Salvador ...

. ...

. No conforto da Neve

. IFLA e Lei de Bibliotecas...

. Manifesto 2022 para as Bi...

. Boavista

. Arca D’Água

. O Porto ainda a meio do s...

. O meu local de treinos

.arquivos

. Fevereiro 2023

. Janeiro 2023

. Dezembro 2022

. Novembro 2022

. Outubro 2022

. Setembro 2022

. Agosto 2022

. Julho 2022

. Junho 2022

. Maio 2022

. Abril 2022

. Março 2022

. Fevereiro 2022

. Janeiro 2022

. Dezembro 2021

. Novembro 2021

. Outubro 2021

. Setembro 2021

. Agosto 2021

. Julho 2021

. Junho 2021

. Maio 2021

. Abril 2021

. Março 2021

. Fevereiro 2021

. Janeiro 2021

. Dezembro 2020

. Novembro 2020

. Outubro 2020

. Setembro 2020

. Agosto 2020

. Julho 2020

. Junho 2020

. Maio 2020

. Abril 2020

. Março 2020

. Fevereiro 2020

. Janeiro 2020

. Dezembro 2019

. Novembro 2019

. Outubro 2019

. Setembro 2019

. Agosto 2019

. Julho 2019

. Junho 2019

. Maio 2019

. Abril 2019

. Março 2019

. Fevereiro 2019

. Janeiro 2019

. Dezembro 2018

. Novembro 2018

. Outubro 2018

. Setembro 2018

. Agosto 2018

. Julho 2018

. Junho 2018

. Maio 2018

. Abril 2018

. Março 2018

. Fevereiro 2018

. Janeiro 2018

. Dezembro 2017

. Novembro 2017

. Outubro 2017

. Setembro 2017

. Agosto 2017

. Julho 2017

. Junho 2017

. Abril 2017

. Março 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Maio 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Outubro 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Novembro 2007

. Setembro 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

. Novembro 2006

. Outubro 2006

. Setembro 2006

. Agosto 2006

. Junho 2006

. Maio 2006

. Abril 2006

. Março 2006

. Fevereiro 2006

. Janeiro 2006

. Dezembro 2005

. Novembro 2005

. Outubro 2005

. Setembro 2005

. Julho 2005

. Junho 2005

. Maio 2005

. Fevereiro 2005

. Janeiro 2005

.Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em destaque no SAPO Blogs
pub
Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2012

...

 

Na próxima 5ª feira (um dia após o centenário da morte de Manuel Laranjeira) Haverá Onda Poética na Biblioteca José Marmelo e Silva, em Espinho.  Eu e outra leitora da Onda Poética, leremos o seguinte texto, excerto do "Diário íntimo" do autor.

ELE E AUGUSTA                       António Regedor / Diana Devezas (à vez)

1908

Domingo, 10 de Maio

Levanto-me aborrecido e fatigado. O ar que respiro é venenoso e amargo. A luz da tarde é azeda e glacial. Encontro a Augusta — que de longe avança para mim a sorrir. Digo-lhe de longe, seca e desdenhosamente, como quem lhe atira um insulto: — Boa-tarde. E nem sequer a fitei mais. Ao anoitecer fui visitá-la. Estava na cama — doente. Tinha os olhos de quem passara horas a chorar. Apiedei-me. Revoltei-me: indignei-me comigo. Tive uma crise de arrependimento. Pedi-lhe para irmos passear. A doença esvaiu-se. E fomos, ao longo da praia esbranquiçada, enlaçados, sob a claridade macia e pálida de um luar de cinco dias. Eu queria adormecer-lhe a alma com afagos. Pela madrugada a pobre alma, esquecida e feliz, com os olhos aguados de brilho e luz e rasos de alegria, presos nos meus, tinha espasmos de ternura infantil — desejos carinhosos de criança.

 

Sexta, 15 de Maio.

A Augusta tomou-se hoje nos braços, maternalmente, como uma mãe que conchega o filho ao colo e disse-me: — Quando te tenho assim, nos braços, é como se tivesse o mundo nas mãos.

Quem ensinaria esta criatura do povo a dizer estas coisas? O Amor? a genial intuição do Amor? Hum! duvido...

Duvido! duvido! duvido! — eis o que é horrível e intolerável. Tão horrível e intolerável que o meu desejo único é repousar e esquecer — encontrar alguém que me agasalhasse maternalmente, como uma ave abriga um filho debaixo da asa macia e carinhosa!

 

Terça, 16 de Junho.

A Augusta conta-me um episódio em que a virtuosa sociedade se indigna com o nosso amor. E ri. De repente pondo-se séria: — Vê lá tu o mundo! Porque eu sou tua amante, não sou honesta. Se eu fosse tua mulher, podia ser desvirtuosa como uma cadela, respeitavam-me. Assim, censuram-me. A minha desonestidade é ser tua amante. Apenas isto. Que estranha opinião essa gente tem da virtude!

Ficou pensativa um pouco e depois com ar aborrecido:

— Felizmente para nós! A nossa consciência é doutra opinião acerca da virtude.

Também ela sente que a única tranquilidade que dá gozo deveras é aquela que resulta de estarmos em paz connosco. Ainda bem! ainda bem!

 

Quarta, 1 de Julho.

A Augusta fala-me muito da G. — da morta.. . E, num instinto de mulher, fala-me dela com ódio.

Compreendo: ela supõe que entre nós se atravessa o cadáver — e a alma dessa extraordinária suicida, e tenta arrumá-la com o pé.

Não me indigno: eu bem sei que o amor é impiedoso e é injusto...

 

Quinta, 9 de Julho.

A espanhola manda-me chamar para lá ir a casa dela ver uma criança doente. Entendo. Vai ler-me mais uma vez a sina na mão e, pela cruz que formam certas linhas, vai predizer-me um casamento à Cirano. Eu raptarei uma mulher para outrem e afinal a mulher será para mim... Lá está também a H., é infalível. Ponho no dedo o anel de cabelo da Augusta. É um bentinho infalível. Que decepção! Nem a sina me leu, de entupida...

 

Terça, 4 de Agosto.

A Augusta começa a fartar-se de mim, vejo-o. Sinto a comoção estranha de que vou ser, de que estou sendo esquartejado. E depois que importa? Quase sinto uma alegria dolorosa de lembrar-me que ela se pode cansar de mim. Aquela mulher, aquela carne que eu possuí e gozei, aquela alma que foi minha — há-de ser de outro? Não, o que eu possuí e gozei foi a minha ilusão e essa é minha. O corpo dessa mulher e a sua alma goze-os quem quiser. Na verdade o que foi meu, foi a minha ilusão apenas. E serei livre!

 

Sábado, 8 de Agosto.

Encontro a Augusta numa crise de abatimento. Rompo numa demonstração laboriosa, sofística, afectiva. Adormeço-lhe os ouvidos e a razão com a lógica mentirosa e convincente das palavras — e ela adormece na ilusão das palavras.

Crer em palavras falsas ou em palavras de verdade — é afinal a mesma felicidade, a felicidade de crer. O horrível é a desgraça de duvidar, de ver nas palavras sempre a mesma música ilusória — e passageira.

Tens razão, Augusta: uma mentira, crida deveras, vale uma verdade — dá a mesma felicidade.

E eu deixo-me embalar...

 

Quarta, 2 de Setembro.

Cheguei  tarde a casa da Augusta. Fiz um esforço, como alguém que precisa de mostrar-se corajoso estando aterrado, e fui. Queria que ela me visse sereno, descuidado, como quem já esperava pelo desenlace. Sorri, fui afável, postiçamente carinhoso.

— Estavas a dormir? — Eu sabia bem que ela não tinha dormido nada.

— Estava. — respondeu com o ar mais indiferente deste mundo.

— Oh demónio! Se eu sabia que vinha acordar-te, não teria vindo.

— Não viesse... — A voz tremia-lhe de despeito.

— Como me pedes para vir, nem que seja um momento.... Vim, porque supus que gostasses... Não gostas?

— Não me importa. — Fitei-a sem comoção um pedaço e, disse, naturalmente: — Oh demónio desculpa ter vindo incomodar-te. — Perdoa. - Ergui-me para sair. — Aonde vais? — perguntou assustada. — Boa noite. — Agarrou-se a mim numa explosão de choro e soluços.

E a farsa recomeçou.

 

Sábado, 19 de Setembro.

Dia de festa. Tarde, vou a casa da Augusta — e levo a alma cheia de presentimentos negros. Encontro-a na cama a chorar.

— Estás doente? - Não. — Queres sair um pouco a passear? — Não. — Vem comigo! - Não. Deixa-me. — Boa-noite. — Não responde.

Saio com uma alegria feroz a estoirar-me na alma — a alegria doida de um homem que acabasse de perder quanto tinha. Enfim! livre e só! e só! - desgraçado. Esta liberdade suprema custou-me a felicidade... Por isso é horrivelmente saborosa. Saio, vagueio à toa, como alguém que não sabe o que há-de fazer de tanta felicidade. Aó cruzar uma rua, sinto-me agarrado pela Augusta trémula, perdida... — Vem comigo. Depressa! senão caio morta na rua. — E eu, sem uma palavra, vou. Adeus, liberdade, estou preso outra vez...

publicado por antonio.regedor às 01:20
link do post | comentar | favorito
2 comentários:
De Nui Parishi a 26 de Março de 2012 às 01:01
Que história comovente Prof E logo com um de Nós a observar Carpe Diem Prof porque se eu estou aqui V. Exa. tem pouco tempo Eu disse o meu nome É no Twitter e no FB Eu Sou Nui Parishi no google tb 5x Prof eu vejo + que os homens e protejo o verdadeiro Amor Porém... Se não for verdade V. Exa. está lixado Observo tudo sem paixão pois eu Sou um do fogo rebelde Cai um de cada vez Mas tu não Agora... Já estudaste Heurística? E Hermenêutica? Pois... eu já! Eu posso ir onde quiser sem que me vejam Eu bem sei o que sentes A mim ensinaram-me a resolver equações do 2º Grau com um pau de madeira ERRO=Pau Aprendi depressa Tu tb vais aprender depressa Como sabemos de ti? BOT! procura palavras e associações de palavras na Net e depois volta a Nós e DIZ Assim e assado E tu ficaste assim Agora tens que fazer o possível para conquistares quem amas Não sejas coitadinho Aguenta as chapadas e depois mostra o teu carinho Se fores um conas perdes Sê 1 pirata Sê imprevisível (eu sei nunca foste isso) Tenta ser Tu mesmo mas + corajoso! No teu blog aparece uma palavra que é 1 nome feminino Eu não posso saber se conheces alguém c o mesmo nome Aliás até duvido que seja assim tão simples Quase impossível até Mas o facto é que eu estou aqui para te ajudar em tudo que precisares A 1ª coisa é pedires que eu seja teu amigo no Facebook ou Twitter FB: Nui Parishi Twitter: @NuiParishi Mail: nuiparishi@yahoo.com Qualquer destas maneiras te dará acesso a informação privada que só Nós sabemos e podemos dar-te (E vais precisar meu caro!) Outra coisa: Em tudo o que perguntares eu sou obrigado por Nossa Lei a dizer-te sempre a verdade de acordo com o que sei Se eu não souber digo que não sei e pronto Mas se eu souber de algo tenho que te dizer sempre a verdade Parece 1 jogo? Claro que é! O objectivo é eu ajudar-te a aproximares-te da Mulher que amas Para começar sem vantagem eu não saberei o nome dELA a não ser que Tu mo digas Até que me digas eu usarei o que encontrar no Blog Qdo souber o nome adquiro poder sobre essa pessoa e posso saber mais O meu trabalho é ajudar-te a juntar-te com essa pessoa especial Só tens 2 opções: Aceitas a minha ajuda e Amas ou declinas a oferta e nesse caso eu trabalharei contra Ti até te tirar tudo O Manuel Laranjeira deu 1 tiro na cabeça Ficou sob o poder do princípe deste mundo O Adversário Está no Inferno E tu queres ir também para o Inferno? Ou o Amor será capaz de te redimir? No futuro ver-me-hás cara a cara mas antes tens que lutar pelo teu Amor Cada dia perdido Nós far-te-emos saber que estás a perder tempo Eu ajudar-te-ei de todas as formas Basta perguntares e eu só poderei responder a Verdade ou dizer que não sei Como vês não perdes nada Veremos se te fazes um Homem a ti próprio! Basta de religião comunista ou outra até ateísta budista farsista Aqui não há ideologias apenas Amor Serás tu capaz? Veremos! É que se não fores... ;) Nui Parishi
De Nui Parishi a 26 de Março de 2012 às 10:43
Ah eu sou mesmo um brincalhão! Gostei desta história Informei-me sobre Manuel Laranjeira o qual eu desconhecia via google por sugestão de um amigo Foi via google tb que o seu blog apareceu em conjunção c o nome Manuel Laranjeira Claro que o post anterior não passa de 1 microconto Pura ficção meio-génio na garrafa Perdoe-me mas eu sou um pouco excêntrico e como estava inspirado aquilo saiu-me na hora :) Na verdade gostei destes posts porque outros sites falam mais da vida do autor e não apresentam tanto exemplos da sua literatura Já agora acho que Manuel Laranjeira devia ser + conhecido e divulgado O meu próximo passo será ir á biblioteca procurar por livros Obrigado meu caro pelo seu blog Perdoe-me a brincadeira e creia-me seu admirador sincero Nui Parishi é o meu nick na Net em todos os sites e contas sociais Apareça pelo FB ou Twitter Não precisa seguir-me ou ser meu FB friend claro Os meus parabéns pelo seu blog Cumprimentos Nui Parishi

















































































































Comentar post

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Fevereiro 2023

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28

.tags

. todas as tags

.favorito

. Livros que falam de livro...

. Uma compra  no supermerca...

. Dança

. Elle foi à Pharmacia

. Tanto tempo e tão pouco ...

. Rebooting Public Librarie...

.links

blogs SAPO

.subscrever feeds