Quarta-feira, 1 de Julho de 2009
A Rede de Bibliotecas Escolares foi lançada em 1996. Curiosamente 10 anos após o início da Rede de Bibliotecas de Leitura Pública.
No lançamento da RBE não foi feita de imadiato a exigência da colocação de um bibliotecário ou de um professor bibliotecário na Biblioteca.
Ao fim destes 10 anos a Ministra da Educação vem finalmente anunciar a intenção de instituir o cargo de professor bibliotecário nas escolas.
É o reconhecimento de uma necessidade, e consequentemente de uma lacuna que dura já há dez anos.
Durante estes 10 anos as bibliotecas foram geridas, melhor ou pior, de forma voluntária e empírica. Estiveram sujeitas ao bom senso, à boa vontade, à boa disposição de professores. Na maior parte dos casos, os professores sem formação específica, foram-se socorrendo de formações de curta duração e de aconselhamento e apoio dos SABE (serviços de apoio às bibliotecas escolares) realizado pelas bibliotecas públicas.
Já por diversa vezes afirmei a necessidade de as bibliotecas escolares serem orientadas tecnicamente por um especialista em ciência da informação.
É indiferente que a designação seja "bibliotecário" ou "professor bibliotecário". O importante é que seja um elemento com formação específica em Ciências da Informação e Documentação. E a formação nesta área científica é feita neste momento ao nível da Licenciatura, da Pós-Graduação e Mestrado. Não há razão para que os bibliotecários escolares não tenham uma destas formações académicas.
De ze a 1 de Julho de 2009 às 00:27
Uma parte de mim concorda, outra nem tanto: porque será que essas formações continuam a ignorar a especificidade das bibliotecas escolares, das redes de bibliotecas escolares, até, não raro, das biblioteca públicas e da gestão de parcerias? Mesmo tendo tantas vezes professores como alunos?
De Armanda Quintela a 1 de Julho de 2009 às 10:16
Parece-me que a ideia é excelente, pois podemos verificar que a falta de formação dos funcionários que se encontram à frente das bibliotecas escolares se reflecte, irremediavelmente, na incapacidade de os alunos efectuarem pesquisas de qualidade quando chegam ao ensino superior. Aliás, nota-se uma diferença abismal entre as competências dos alunos estrangeiros (que apesar de não saberem sequer a língua conseguem efectuar pesquisas de qualidade) e os nossos.
Isto parece-me que tem a ver com o facto de as B. E. durante muito tempo apenas tenham servido de mero entretenimento para os alunos.
Relativamente à figura - agora obrigatória - do professor bibliotecário, julgo que há rasteiras que é preciso salientar. Esta figura terá de ser um professor dos quadros da escola, e caso não haja na escola um professor com a formação adequada deverá proceder-se a um concurso externo - mas atenção - a este concurso também só poderão concorrer professores que possuam quadro de escola.
Após a abertura deste concurso - caso não concorra ninguém para o lugar - o lugar é assegurado por outro professor dessa escola que pode não ter qualquer formação específica na área de Biblioteca. Apenas se deve comprometer a frequentar acções de formação nessa área.
Isto é, no fundo a ideia é excelente, mas na realidade poderá permanecer tudo na mesma.
A ver vamos!
De Anónimo a 6 de Julho de 2009 às 22:44
Ou seja, para variar vamos andar sempre a assumir cargos sem uma boa formação para tal. Eu sou professora profissionalizada e de momento estou a terminar o Mestrado em Ciências da Informação e da Documentação.
Concordo quando se diz que não há formação específica para a área das Bibliotecas Escolares. No entanto, conheço todas as directrizes que regulamentam as Bibliotecas Escolares, bem como as Públicas. Não estou, no entanto, em nenhum quadro de escola, nem sei se alguma vez estarei.
Tenho a certeza é que poderia desempenhar muito bem o cargo de professora-bibliotecária, não tendo para isso que retirar tempo à dinamização da biblioteca para fazer formação na área.
De Emanuel Guimarães a 18 de Julho de 2009 às 16:31
A criação da função de professor bibliotecário é um avanço enorme. No entanto, continua limitada à existência de um professor do quadro com formação específica, o que não acontece em todas as escolas.
Concordo que o bibliotecário de uma biblioteca escolar deve ser um professor, no entanto, deve também ser um bibliotecário, o que não está ainda assegurado.
A minha sugestão é que o concurso de professor-bibliotecário adoptasse o mesmo modelo do cuncurso de professores, não se limitando a um concurso interno, e assegurasse, pelo menos, uma vaga para cada agrupamento de escolas. Neste concurso apenas seriam admitidos professores com formação em BAD que ficariam responsáveis pelas bibliotecas escolares do respectivo agrupamento ou escola. Só assim se conseguia assegurar a existência de um bibliotecário em cada biblioteca escolar além de permitir aos professores desenvolverem projectos contínuos como acontece (ou deveria acontecer) nas bibliotecas públicas.
Concordo quando dizem que este profissional deve ter competências ao nível da docência, mas o mais importante aqui, acho que passa pelo facto de colocar alguém formado na área! Isso sim faz sentido. Para que andam então centenas de alunos a formarem-se todos os anos em Ciência da Informação? Para que os docentes fiquem com os seus lugares?
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