Quinta-feira, 4 de Janeiro de 2007
Hoje, dia 4 de Janeiro, é o Dia Mundial do Braille, essa fabulosa ferramenta ao serviço de quem é portador de deficiência visual. Não é necessário enaltecer a sua utilidade, de tão evidente que é.
Para as unidades/centros documentais (melhor, para quem neles trabalha e os dirige), esta utilidade devia ser notória, e seria de esperar que fosse feito um esforço cada vez maior na disponibilização de documentos em Braille, e na aprendizagem e familiarização com este alfabeto (quer de quem dele precisa, quer de todos os outros, exactamente na mesma medida em que é útil saber linguagem gestual, mesmo quando se ouve e fala perfeitamente: a questão é que todos devemos poder comunicar com todos)
Esse esforço estaria completamente de acordo com a "Década da Literacia para Todos: voz para todos, aprendizagem para todos" declarada pela UNESCO para o período 2002/2013.
Ou será que isso de literacia não se aplica a todos?
Ou será que os portadores de deficiência "não são clientes" das unidades/centros de documentação?
Neste caso, como em muitos outros, a resposta difere consoante se trate de teoria ou de prática.
Embora haja com certeza mais quem se tenha lembrado, quero assinalar, pela positiva, a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, em Braga, que realizou o evento "Braille para todos", sessão pública de iniciação ao Braille.
Menos felizes, creio, foram a BAD e a INCITE que, apesar das responsabilidades que têm no sector, nem sequer tocam no assunto do Dia Mundial do Braille no seu site.
As barreiras à acessibilidade não se criam só fisicamente: o esquecimento é uma barreira intransponível.
Cristina Mouta