Quarta-feira, 9 de Novembro de 2005
A proposta de lançar um tema para discussão no blog teve essencialmente duas razões.
A primeira é a minha própria sensação das enormes mudanças na actividade das bibliotecas e o que isso implica na formação de bibliotecários possuidores de novas competências.
A segunda resulta de uma conversa com o Gaspar em que ele afirmava da necessidade do blog promover a discussão em geral e nomeadamente esta.
E com estas duas razões: a mudança objectiva na profissão e a necessidade subjectiva dos profissionais, aqui está o início da discussão.
Quanto às mudanças objectivas, o primeiro motivo de discussão é a morte do bibliotecário tradicional As competências adquiridas têm que ser permanentemente actualizadas, e muito mais rapidamente que na generalidade das outras profissões.
O segundo motivo de discussão é o de não se saber exactamente para onde se caminha. Mas para já temos a imagem do bibliotecário como um híbrido entre o documentalista e o informático.
Num dos comentários, a minha querida amiga Margarida Melo aceitando a ideia do bibliotecário competente na gestão da informação, parece ter algum receio da especialização. Daí que defenda a profissão com variadas competência. Pelo menos foi isto que percebi do seu comentário.
Julgo que não deverá recear as grandes transformações por que a profissão vai passar. O bibliotecário não vai deixar de o ser, provavelmente nem o nome vai mudar. Mas vai alargar as suas competências no sentido da gestão das grandes massas de informação
A discussão está lançada, agora é a vez de outras opiniões.
António Regedor
Se não sabemos bem qual o perfil do bibliotecário num espaço de 10 a 15 anos, devíamos todos ter consciência que não será um consumidor de informação, um classificador de saberes ou um balcão de atendimento. Num horizonte pleno de bibliotecas digitais existem papéis que alguém terá de desempenhar: seleccionar, produzir e validar informação digitalizada. Quem o fará, como se fará?
Em todo o caso o que penso estar em questão já não é o perfil do bibliotecário no singular, mas o perfil no plural da profissão, constituída por indivíduos que não podem trabalhar isolados. Os novos bibliotecários serão novas formas de "ser" em bibliotecas, analógicos digitais, reticulares centralizados. Sejam as bibliotecas da forma que vierem a ser.
De Diana a 24 de Novembro de 2005 às 14:00
o papel de "protagonistas na gestão de informação", referido pelo meu colega Pedro Príncipe é, obviamente, a chave da nossa profissão nos dias de hoje. Acrescento ainda, no sentido da rentabilização da informação, a grande importância da criação de conteúdos de apoio à utilização da informação e a importância do contacto com o público, perceber as suas necessidades, ouvir sugestões, comunicar.
"(...)bibliotecário tradicional... alargar competências, bibliotecário como um híbrido, documentalista vs informático... competente na gestão da informação... nem o nome vai mudar..."
Uma coisa é certa - qualquer profissional das bibliotecas tem hoje que possuir mais valências e conhecimentos na área das tecnologias da informação e comunicação... essa é também a sua área de trabalho! E não basta saber "umas coisas das aplicações microsoft". É preciso algo mais para olhar e perceber a arquitectura de um sistema integrado de gestão de bibliotecas, é necessário algo mais para rentabilizar para os seus serviços as bases de dados on-line, os portais integrados de informação, etc, e é necessário muito mais, porque os bibliotecários não podem ficar apenas como consumidores de sistemas que gerem a informação, têm que se assumir como protagonistas na gestão da informação.
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