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Foi um amigo que me alertou para este tema. Um seu amigo tinha feito um estudo sobre o assunto e publicava o resultado do seu estudo de Mestrado. Acabei por conhecer o autor numa reunião cívica. E o tema do livro é fascinante pela actualidade e medonho pelo que imaginamos que possa vir a acontecer ao planete por acção humana.
Antropoceno é a designação cada vez mais consensual na comunidade científica para designar as evidências científicas da acção da actividade humana sobre o ecossistema da Terr nas últimas décadas, dois séculos ou mesmo para alguns mais tempo atrás. São mudanças resultantes da introdução de materiais não produzidos ela natureza como o plástico, betão, radionuclídeos artificiais, radiosótopos. São evidentes alterações nos ciclos do carbono, nitrogénio, fósforo. São as situações mais conhecidas da subida do nível do mar, as alterações climáticas com o aquecimento global traduzido no aumento da temperatura média da terra, a redução da biodiversidade. Ou ainda as alterações na camada de ozono, a utilização de sementes e plantas geneticamente modificadas. Tudo isto suscita “o surgimento de um novo tempo geológico” que se expressa pelo neologismo Antropoceno.
E é disto que este livro de Rui Sousa Basto nos fala. Com o título “A Singularidade Humana do Antropoceno” o autor expressa o resultado do seu estudo de Mestrado em Filosofia Política. O livro é deste ano de 2022 editado pela Humus.
António Borges Regedor
As alterações climáticas não se podem negar. Não se trata apenas de facto científico, é também evidente do ponto de vista empírico. Já todos damos conta das mudanças. O stress hídrico é mais um entre vários indicadores das mudanças climáticas. A comunidade científica inclina-se para considerar o actual tempo geológico, produzido essencialmente pela acção humana, designando-o pelo neologismo “Antropoceno”.
No caso concreto ilustrado pela foto verificamos que Portugal não está afastado das consequências climáticas por falta de água. A Península Ibérica, pela posição da Espanha no ranking de stress será dos territórios severamente atingidos. E sabemos que a falta de água em Espanha significa consequentemente a falta de água em Portugal. E a gravidade é tal que Espanha aparece em pior posição que a Túnísia um país do Norte de África onde o problema se colocaria de forma mais acentuada. É assustador tal previsão. As acções de retenção de águas para os diversos usos são absolutamente necessárias. E cada um pode fazer alguma coisa para seu interesse e para o bem comum.
António Borges Regedor
Daniel Pennac diverte-se a escrever sobre sósias neste romance que tem por título: “ O Ditador e a Cama de Rede". Este livro é editado pela ASA já em 2006. Eu já conhecia o autor do livro “Como um Romance” e esse fascinou-me ainda mais. Francamente achei-o muito superior. Foi também publicado pela ASA e 2002.
António Borges Regedor
Recordo numa ida à praia com o meu pai e ter visto estes carros de fórmula 1. Par mim foi um espanto, até pela minha idade. E deve-se ao forte impacto ainda ter na memória essas imagens. Depois via as corridas na minha cidade natal, Vila Real. Coisas da adolescência. Hoje é-me indiferente. A foto é de autor desconhecido, encontrada na net e de Foto de 24 de Agosto de 1858.
António Borges Regedor
Há dias li um post do amigo Gaspar Matos que dizia “Sendo bibliotecário de leitura pública, a posse do livro diz-me pouco.” Também partilho dessa perspectiva que valoriza a leitura e a partilha e que relega para segundo plano a posse do livro de lazer.
E se bem reparar-mos na maior parte das situações à posse do livro corresponde uma única leitura.
Desliguei-me da maior parte dos meus livros. Alguns dados a colectividades para partilha. Outros, bastantes, oferecidos depois de lidos.
Tenho no entanto um conjunto de livros de que não de desligo. São os autógrafos. Livros que me foram oferecidos e com dedicatória ou autógrafo do autor. Porque não são apenas livros. São partilhas. São amizades, cumplicidades subliminares nas palavras da dedicatória e do autógrafo. Esses constituem a minha biblioteca. A outra colecção é a dos livros de ensaio. Esses são sublinhados, com palavras chave a indexar os assuntos que reputo pertinentes e me facilitam as sequentes leituras sintéticas.
Enfim, o que preservo, não são os livros, mas tão só o que humanamente representam ou a informação que disponibilizam.
António Borges Regedor
Mais a Norte um outro Mosteiro. O de S. Miguel de Refojos. Este Beneditino. Visitável é a Igreja e a Sacristia. A data de construção é incerta. É possível que no lugar tenha existido anteriormente pelo século VII uma capela de eremitas. No entanto o primeiro documento que refere este Mosteiro é do Concilio de Coyanza em 1015. A Carta de Couto de D. Afonso Henriques é datada de 1131. Há ainda notícia de Gueda Mendes, nobre próximo de D. Afonso Henriques ter encomendado um cálice de prata dourada em 1152. Já no século XVI, Frei Diogo de Murça, Comendatário e Reformador do Mosteiro foi nomeado em 1543 Reitor da Universidade de Coimbra. A Botica do Mosteiro é tida como impulsionadora de boticas nos Mosteiros Beneditinos portugueses. O Mosteiro tem a singularidade em Portugal por ter um zimbório. A Igreja do Mosteiro que actualmente conhecemos é construída de raiz no século XVIII em estilo barroco. A Igreja tem características muito peculiares. A fachada tem duas torres, mas só uma é sineira. O lugar de dois relógios, mas só um é verdadeiro. E no interior dos dois órgãos de tubos, um é falso ou mudo feito em madeira pintada. É realmente interessante este jogo de simetria ou falsa simetria. O cadeiral é de 1770 e o altar dourado de 1783. O edifício deixou de ser Mosteiro em 1834 na sequência da Revolução Liberal de 1820 que expulsou as Ordens Religiosas. Hoje está ocupado pela Câmara Municipal e por um colégio particular. A Sacristia que pretende ser Museu de Arte Sacra está muito longe de conseguir essa dignidade. E actualmente um espaço praticamente vazio, onde são apresentadas apenas três imagens. E não me parece ser muito difícil dotá-lo de paramentos, alfaias litúrgicas e outros elementos divulgadores da arte e até, porque não, da respectiva vida monástica. E é pena que não chegue a ser Museu, como pretende.
António Borges Regedor
O tabuleiro da ponte tem enfiamento num dos cunhais do Mosteiro de S. Gonçalo. Em 1540 Frei Jerónimo de Padilha toma a iniciativa de fundar, no local onde havia uma ermida do século XIII, o mosteiro masculino da Ordem dos Pregadores (Dominicanos). A primeira pedra foi lançada em 1543 e é o cardeal D. Henrique que em 1544 fez a doação da Igreja ao Convento. AS obras prolongam-se pelos reinados de D. João III a Filipe I.
Curiosamente ganha relevo a porta e uma fachada lateral da igreja. Esta assume a fachada principal e onde há uma varanda de quatro dos Reis em cujos reinados se desenrolaram os trabalhos de edificação da Igreja. D. João III 1521-1557, D. Sebastião 1557-1578, D. Henrique 1578-1580, (há ainda D. António 1580-1580 que não figura no grupo de representados), D. Filipe I 1581-1598.
Entramos pela porta do fundo da nave central. O espanto recai primeiro no escadório do altar mor. Em contraste e de grande beleza estática o novo altar conforme às orientações do vaticano II. Este altar é um bloco de pedra que é acompanhado no mesmo estilo de um banco de pedra sem costa (mocho). A imagem destes dois altares remete-nos para momentos importantes da histórias da igreja católica romana.
O altar elevado, onde se acede subindo uma escadaria palaciana, reservada ao sacerdote. Ao intermediário entre o criador e as criaturas. A tornar ainda mais pequenos os já de si pequenos, obedientes e submissos ao peso de uma igreja que capitalizou o poder imperial acumulado com o poder espiritual exclusivo por perseguição a qualquer outra manifestação religiosa.
E mais perto do povo que é igreja, o altar pós-Vaticano II. O que se aproxima, que se nivela por igual, irmana e confraterniza. O que se torna simples e por isso um igual entre os simples.
O púlpito é também um bloco de pedra elevado a dois degraus, em contraste com o púlpito da contra-reforma ali ao lado. É ainda de referir o órgão de tubos e o túmulo do Beato Gonçalo de Amarante.
Satisfeito o espírito-de-curiosidade na visita à igreja do Mosteiro, também a satisfação do corpo para retempero das forças físicas se impõe. E bem ali ao lado numa casa que sempre foi de repasto, pelo menos na minha memória de cerca de sessenta anos, confiando que a casa terá muitos mais, é agora denominada Café-Bar S. Gonçalo.
Para refeição escolhemos a “francesinha de cogumelos” que se revelou excelente. Boa pela novidade e pela iguaria.
António Borges Regedor
A igreja do Mosteiro dominicano, Ordem dos Pregadores, de Amarante.
A imagem dos altares desta igreja remetem-nos para momentos importantes da histórias da igreja católica romana.
O altar elevado, onde se acede subindo uma escadaria palaciana, reservada ao sacerdote. Ao intermediário entre o criador e as criaturas. A tornar ainda mais pequenos os já de si pequenos, obedientes e submissos ao peso de uma igreja que capitalizou o poder imperial acumulado com o poder espiritual exclusivo por perseguição a qualquer outra manifestação religiosa.
E mais perto do povo que é igreja o altar pós-Vaticano II. O que se aproxima, que se nivela por igual, irmana e confraterniza. O que se torna simples e por isso um igual entre os simples.
António Borges Regedor
A propósito da Viagem Medieval em Santa Maria da Feira decidi fazer o trajecto de Espinho -Feira em comboio da Linha do Vouga. A única linha de bitola métrica ainda em actividade em Portugal. A linha não é electrificada, pelo que as composições são automotoras como a da imagem. Para começar houve cumprimento de horários. Tanto o meu, que cheguei antes, como o do comboio. Não há bilheteira física, pelo que a compra do bilhete se faz aos revisores, já na plataforma de embarque. Quando chega o comboio já todos os passageiros estão munidos de bilhetes. A viagem ainda se pode considerar lenta, mas o tempo de viagem entre Espinho e Sta. Maria da Feira é de 30 minutos. É um aspecto a melhorar no processo de reabilitação da linha. Ela tem vindo a ser melhorada de S. João da madeira para Santa Maria da Feira. O inconveniente é as estações que servem Santa Maria da Feira (Cavaco e Feira) estarem deslocadas do núcleo urbano central cerca de mil metros. A estação de Cavaco fica mais próxima do Hospital e a estação de S. Maria da Feira fica mais perto do Castelo e do centro administrativo. Há um enorme potencial de utilização deste modo de transporte colectivo se em Santa Maria da Feira houver uma ligação tipo By-pass da estação do Cavaco-Zona Industrial e Comercial do Cavaco-Hospital-Tribunal-Câmara Municipal-Centro Escolar- Estação Santa Maria Feira e vice-versa. Em análise SWOT uma das fraquezas é precisamente o não ter acesso por transporte colectivo de grandes dimensões. Nomeadamente não estar ligado pela rede de metro da Área Metropolitana do Porto. A reabilitação da linha do Vouga no troço Espinho-Oliveira de Azeméis deve pensar aumentar a frequência e o alargamento do horário. O último comboio a sair de Espinho é às 19h34. Sabendo-se que há muitas actividades a encerrar depois das 20 horas é fácil perceber que o comboio perde potenciais clientes e isso significa mais carros, mais despesa, mais poluição. Exactamente o que se quer evitar desde já, e agora que tomamos consciência da crise que nos condiciona.
António Borges Regedor
Para o caso de quererem ler livros que falam de livros indico “Uma História da Leitura” de Alberto Manguel. “Sobre a Leitura” de Marcel Proust. “Burning The Books” de Richard Ovenden. Também existe em português com a tradução “Queimar Livros”. E o “O Infinito Num Junco” de Irene Vallejo que rapidamente se tornou best-seller.
António Borges Regedor
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