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Sexta-feira, 29 de Abril de 2022

As Raízes do Wahhabismo

wahhabismoo foto.png 

Ibn Abdul Wahhab é um islâmico do século XVIII seguidor de ibn Taymiyya  que viveu no século XII, que por sua vez foi beber na interpretação corânica de Amade Ibne Hambal nascido em 780. Sigamos então a diacronia.

Sigamos então a diacronia.

Amade ibne Maomé ibne Hambal abu Abdalá Chaibani, Nasceu  no século VIII,  em 780 em Bagdad e aí morreu em 855.  Filho de um soldado, foi teólogo Sunita continuador de escolas jurídicas ortodoxas. Viajou  pelo Iraque, Síria e Arábia recolhendo tradições do profeta. E esta é apenas a sua fundamentação para ser considerado fundador da escola Hambali de jurisprudência islâmica.  Nenhuma fundamentação teórica, apens a recolha de tradições locais. Fica-lhe apenas como fundamentação uma visão textual e tradicionalista do Islão.

A segunda personagem desta corrente Wahhaabita é Taqi al-Din ibn Taymiyya.   Foi  também teólogo, nascido já no século XIII. Nasceu em Harran em 1263 e morreu em damasco em 1328. A sua vida foi influenciada pela  queda do Califado Abássida que resultou na conquista de Bagdad pelos Mongóis. Explicava este infortúnio dos abássidas por castigo divino devido a práticas heréticas dos costumes. O habitual explicativo para teólogos que só conseguem fazer leituras literais do Corão.  Este teólogo até achava mal  a comemoração do aniversário de Maomé.  O seu ortodoxismo influenciou o Salafismo.  

Chegamos então ao século XVIII  e a  Muhammad Ibn Abdul Wahhab que nasceu no que é hoje a  Arábia Saudita em 1703. Também filho e neto de juristas islâmicos na tradição da escola Hambali  de ibn Hambal (século VIII). Andou por  Medina e Basra no Iraque. De regresso a Uuanya, sua terra natal,  onde tinha alguns seguidores escreveu a sua doutrina. O livro da unidade (de deus) “Kiãb al-tawhid”. Rejeita os intermediários e as interpretações  e práticas populares.  Afirma o retorno às origens, à lei islâmica tradicional.  

A controvérsia da sua pregação ortodoxa e tradicionalista levou À sua expulsão da sua terra de origem. Foi então para Al-Diriyyah  formar uma aliança com Muhammas ibn Saud o governante do Najd (actual Arábia Saudita) o pai da actual dinastia de Saud que domina hoje a Arábia Saudita.

A sua interpretação do islão deu corpo a um pacto religioso-político  que conduziu à campanha de conquista  e derrota das outras tribos que fazem hoje o Reino da Arábia Saudita.

Ainda hoje os herdeiros de  ibn Al-Wahhab dominam as instituições religiosas da Arábia Saudita numa parceria perfeita de religião de estado num estado religioso islâmico do tipo mais extremista ortodoxo que se conhece.

É esta corrente do sunismo radical que alimenta os fundamentalismos mais extremistas do islão. Entre eles os grupos como a Al Qaeda e o Estado Islâmico.

É também com o financiamento da Arábia Saudita que alastram as mesquitas radicais por todo o mundo. Fazendo alastrar dessa maneira o islamismo violento e o mais cruel tratamento e opressão sobre as mulheres.

 

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 19:49
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Quinta-feira, 28 de Abril de 2022

Tresminas

grade.jpg 

Por volta do século primeiro os Romanos fixaram-se no território que hoje pertence ao Concelho de Vila Pouca de Aguiar para explorar ouro no local que denominamos por Tresminas. O ouro encontra-se sob a forma de partículas muito pequenas associado a sulfuretos minerais em filões e pequenos veios de quartzo que encaixam na rocha de xisto.

A exploração aqui praticada, difere de outras em galeria, e é idêntica no método utilizado em “Las Médulas”, na região de “El Bierzo” (terra natal da avó de D. Afonso Henriques), território fronteiriço entre Galiza e Léon, relativamente próximo de Ourense.  O método consistia no desmonte da montanha.

Esse desmonte implicava a fracturação da rocha simultaneamente através de estacas que se espetavam em fendas, no alagamento dessas cunhas, com fogueiras na base da rocha e no lançamento de água criando choque térmico capaz de a fracturar.

Assim se ia sucessivamente desmontando a rocha que era esmagada na frente de trabalho. Logo aí era separadao xisto sem valor deixado ficar em enormes escombreiras.  Os fragmentos com ouro eram posteriormente lavados, queimados e posteriormente moídos em moinhos de pisão e também em rotativos acionados à mão. Numa lavagem final, e por gravidade obtinha-se o ouro.  

A visita a Tresminas é indispensável para a compreensão da razão da ocupação Romana nesta região, na sua relação com a restante ocupação do Noroeste Peninsular,  nos métodos de exploração de ouro  e do valor cultural e turístico do território.

 

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 19:42
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Quarta-feira, 27 de Abril de 2022

Reciclagem (2)

recicla.png 

Para dar uma ideia da importância da separação dos resíduos nos ecopontos é de referir que:

Em 2021 a LIPOR recebeu mais 6,5%  de recolha  selectiva   para reciclar, relativamente a 2020.

Na  Central de Valorização recebeu   43.293 toneladas de biorresíduos (resíduos alimentares e resíduos verdes).

Ao aumento da reciclagem correspondeu naturalmente a redução de  resíduos indiferenciado pelo segundo ano consecutivo. Foi menos 2,4% que em 2020.  

Assim só 1,2% dos resíduos foras depositados em Aterro.

Com os resíduos indiferenciados a Lipor produziu  em 2021, cerca de 158 GWh de energia elétrica.

Fonte: LIPOR


António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 15:39
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Terça-feira, 26 de Abril de 2022

Coisas de ambiente e reciclagem

ecoponto-1.jpg 

Um destes dias reparei em dados da Agencia Portuguesa de Ambiente (APA) que se referem a reciclagem. 

Em relação a 2020 a reciclagem de  vidro aumentou mais 6% em 2021. E as embalagens mais 16%. No total a reciclagem aumentou 8,2%.

Pode parecer positivo, mas ainda é insuficiente. Portugal recicla apenas 38% e a meta acordada com a Comissão europeia é de 50%. Portugal ainda está muito longe do objectivo.

Talvez seja necessário reforçar a visibilidade e importância da reciclagem. Renovar a imagem dos ecopontos e aumentar a diversidade de recolhas. Mais contentores para óleos usados e electrodomésticos em fim de uso. Contentores para verdes (aparas de jardins e folhas) e também para roupa e outros tecidos.

É importante informação bem visível dos materiais que podem ser colocados em cada contentor de recolha selectiva. Isso evitaria alguma contaminação com materiais que podem ou não ser colocados e aumentaria a diversidade  dos materiais admitidos. Diria mesmo eu a informação será a melhor forma de sensibilização. E neste caso informar os custos da recolha indiferenciada. Informar também dos valores que o Município recebe pela  recolha selectiva.  Essa prestação de contas também ajudaria a perceber há vantagem que há para os cidadãos em fazer a separação dos resíduos.  

 

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 12:37
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Domingo, 24 de Abril de 2022

Nem Marcelo nem Spínola

cravo-gigante-vermelho-sementes-p-mudas-flor-crave 

São quase 11 horas. Cheguei ao Rumo na Rua N. S. de Fátima por volta das nove e meia. Marquei a presença com os conhecidos do costume, com as conversas do costume. Saio só em direcção à Rotunda. Depois à direita para a Av. de França e ainda uma outra vez à direita. Os panfletos tinham sido feitos na casa que servia de tipografia clandestina. Tínhamos lá estado dias antes. O copiador “Gestetner” era rápido  e o stencil de carbono tinha vindo de França.  Já não precisávamos de noites e dias seguidos a imprimir folha a folha no “vietnamita”. Essa caixa simples onde colocar a folha, baixar o caixilho do stencil, colocar tinta  no rolo de borracha, passar o rolo pela caixa, e ter uma folha impressa. Se tudo corresse bem, se não sujasse os dedos e se ao pegar na folha não a marcasse com impressões digitais e a tivesse de deitar fora.

Estes tinham sido uma limpeza. Um luxo tipográfico. Tinham vindo no dia anterior de comboio dentro de  numa mala vermelha. Sim, vermelha, porque não !?. Quem iria desconfiar de mais um passageiro a sair na estação da Avenida de França?

Os panfletos eram colocados no corpo, por dentro da camisa. O sobretudo arredondava as formas. Os dois camaradas aguardavam já no interior da Rotunda. Íamos para a zona das Campinas e Aldoar. Distribuir os panfletos nos vários bairros circundantes da zona industrial. “Nem Marcelo, Nem Spínola” assim  era o título dos dessa noite, já a 25 de Abril de 1974.

 

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 23:17
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Sábado, 23 de Abril de 2022

“Poesia Grega” no Dia Mundial do Livro

Poesia na Grécia antiga.jpg 

Hoje é Dia Mundial do Livro. É sempre útil voltar  à “arqué”.   A esse  elemento que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas do mundo tal como o pensavam os filósofos da antiguidade. À Teogonia.  A de Hesíodo ou às outras que enformam o pensamento o pensamento ocidental de raiz mediterrânica. Nomeadamente o humanismo Judaico-Cristão que resulta das Teogonias Babilónicas e Mediterrânicas.

Escolhi para lembrar este dia a “Poesia Grega”. É “uma amostra representativa de diferentes géneros poéticos cultivados na Grécia Antiga”. Conforme diz o tradutor Frederico Lourenço no prefácio que faz a esta edição da Quetzal saída do prelo em 2020.  Neste livro reúne poesia de Hesíodo (“Teogonia” e “Trabalhos e Dias”); Álcman (poeta lírico do século VII a.c. ; Semónides do século VII a.c. ; Mimnermo  do século VII a.c. e que foi  muito apreciado em Alexandria e Roma ; Safo, que terá sido a primeira autora da literatura europeia. Convém referir que esta aristocrata nascida na ilha de Lesbos,  em meados do século VII,  era esposa e mãe e que a sua poesia completa foi reunida em Alexandria ; Íbico nascido no século VI a.c. ; Anacreonte nascido no século VI a.c.; Teógnis do século VI a.c. cuja poesia se destinava a ser cantada em saraus/ beberetes que se denominavam à época simpósios; Píndaro expoente máximo da poesia lírica da Grécia do século VI a.c.. a sua poesia reflete o confronto entre os valores  aristocráticos imutáveis   e os sufistas relativistas, Calímaco, autor mais recente, do século III a.c. que desenvolveu a maior parte da sua vida na biblioteca de Alexandria onde foi autor do seu catálogo; E finalmente Teócrito que se dedicou à poesia bucólica também no século III a.c..

 

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 12:55
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Quinta-feira, 21 de Abril de 2022

"En Guerre"

 

Mais um excelente filme exibido pelo FEST- Cineclube Espinho.  "En Guerre" é um filme de 2018 apesentado com exito no Festival de Cannes pelo realizador Stephane Brizé. 

António Borges Regedor 

publicado por antonio.regedor às 11:25
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Sexta-feira, 15 de Abril de 2022

Episódios de Uma Guerra Perdida

Afeganistão.jpg 

Importante livro  para compreender a derrota dos EUA no Afeganistão. O autor é o General Carlos Branco, que foi porta-voz do Comandante das forças da NATO no Afeganistão (2007/2008). O livro aborda o tema possibilitando uma  compreensão  mais ampla da guerra do Afeganistão. Nele são abordados os tipos de intervenção a efectuar, a direcção da manobra, a gestão dos apoios e conquista de aliados. A comunicação para ganhar a opinião e  para encontrar a solução política, o seu momento e com quem negociar.  E para isso perceber o momento do conceito de “impasse doloroso” (hurting stalemate) em que se justifica a negociação. E não menos importante o conceito de heartland para compreender a importância que o Afeganistão tem para os Estados Unidos da América e porque estava, desde há muito tempo antes,  decidida a invasão.

 

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 16:45
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Quinta-feira, 14 de Abril de 2022

FEST CINECLUBE

drive_my_car_1.jpg Excelente iniciativa a de organizar actividades de cineclube em Espinho. A iniciativa é do FEST que conhecemos por ser um festival de cinema jovem, de novos directores. Mas não é apenas um festival que se realiza anualmente. É também esta iniciativa de Cineclube. Ontem dia 13 foi projectado na sala de espectáculos do Casino Solverde o filme “Drive my car” do realizador Ryusuke Hamaguchi. Um filme que conta já com 72 prémios. Um deles o Globo de Ouro em Cannes.  Entretanto  já tinha sido projectado “Milagre de Milão” de Vittorio di Sica.  Dia 16 haverá uma sessão infantil.

“Em Guerra” é um filme de Stephane Brizé. O tema é o de uma luta laboral. O filme foi apresentado em Cannes no ano de 2018. Será exibido na próxima semana dia 20, também no auditório do Casino Solverde.   

 

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 16:02
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Segunda-feira, 11 de Abril de 2022

Comboio Histórico

  

O comboio tem ainda um potencial valor na actividade turística.  Viagens de lazer, temáticas ou históricas são potenciadoras do uso do comboio. No caso específico das viagens históricas pode mesmo ser a forma de manter locomotivas, carruagens, percursos, mobiliário e equipamento de época. São viagens que permitem muito valor acrescentado.  A viagem num comboio histórico é um exercício de memória e  história.    

publicado por antonio.regedor às 16:32
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