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Alfredo Soares -Ferreira apresentou Lúcio Lima, poeta. E ficamos também a saber que Lúcio Lima através de Alberto Soares-Ferreira apresentou o seu livro de poemas. “Rio Torto – A Nascente” foi editado em 2021 pela Poesia Fã Clube.
Alfredo Soares-Ferreira é engenheiro e foi Professor no Politécnico do Porto. O seu empenhamento cívico tão expressão mais evidente na direcção de Organizações Não Governamentais. Neste livro dá vida a Lúcio Lima. E apresenta-o dizendo no prefácio que: “ o texto vai de fugida, o horizonte mente, perdemo-nos agora, com a ajuda da Física, na distância focal:” e é esse distanciamento que observamos em mais de cem páginas de poesia de todo um tempo ou tempos vividos, sentimentos, emoções, gentes, situações. Tudo o que a vida comporta e pode comportar a poesia.
António Borges Regedor
A ciência é desencadeada por necessidade de resposta a interrogações e inquietações. Procura dar respostas a problemas, a questões e a factos. E como actividade social está sujeita a esse condicionamento.
O esforço dos cientistas na obtenção da independência tutelar, liberdade intelectual, suspensão do juízo ou abstenção política, religiosa ou outra qualquer interferência no método científico foi sempre balizado pelo poder político, religioso e pressão social e económica. Desde sempre a ciência vive em tensão com a sociedade.
Desde a antiguidade as soberanias rodeavam-se dos pensadores e usufruíam do seu conhecimento, prestígio e do mesmo modo exerciam o seu controlo de forma mais ou menos evidente. Apesar disso o pensamento filosófico e científico sempre procurou conquistar margem de independência, liberdade de investigar, escolha dos objectos de estudo e disso sofreu consequências. Ao longo da história registamos imensos momentos de evidente tensão dos diversos poderes contra o pensamento e a ciência.
Sócrates viu-se forçado a suicidar-se por ser considerado socialmente nocivo nos seus ensinamentos, observações e apreciações sociais.
Hepatia de Alexandria foi barbaramente assassinada por fazer investigação independente do cristianismo em matérias de filosofia, matemática, astronomia entre outros temas em que era fluente.
A investigação e o conhecimento dos órgãos internos do corpo humano foi proibida, pelas várias religiões, durante muito tempo. Facto que atrasou o desenvolvimento do conhecimento científico na medicina.
Ainda no século VI Boécio, que era helenista e tradutor da obra de Aristóteles para latim acabou morto por ordem do Imperador Teodorico.
Abelardo (1079-1142) foi dos maiores lógicos medievais. Tem uma lindíssima história de amor com Heloísa. Tal como os Goleardos viveu sempre em conflito com o poder. Teve de queimar um seu livro, e mesmo assim continuou a ser perseguido, condenado e morreu a caminho de Roma para recorrer da sentença.
Roger Bacon (1214-1294) que se destaca no estudo da natureza através do método empírico, e precursor do método científico moderno foi também condenado pelo poder religioso
Desiderius Erasmus (1466-1536) conhecido por Erasmo de Roterdão teve todas as suas obras colocadas no index.
Nicolau Copérnico (1473-1543) autor da teoria heliocêntrica assumiu um pensamento contrário ao vigente até aí.
Giordano Bruno 1548 foi condenado à morte por ideias de heliocentrismo que partilhava com Copérnico. Bem como a do pluralismo cósmico, ou a possibilidade de outros planetas criarem vida neles próprios. Ou o do universo infinito. Mais uma vez o poder a dar-se mal com a ciência.
Da sorte da morte por opinião, livrou-se Galileu Galilei (1564-1642) que teve de negar a teoria do heliocentrismo perante o poder religioso.
Johannes Kepler (1571-1630) autor das Leis de Kepler, leis da mecânica celeste, foi também perseguido pelo pelos católicos da contrarreforma.
O próprio Descartes (1596-1650) o “pai” do racionalismo, teve muito cuidado e construiu o seu método de dúvida para a construção do conhecimento. não deixou de engendrar uma forma de colocar Deus no seu raciocínio. Ao saber da condenação de Galileu, Descartes abandonou a ideia de publicar o “Traité du Monde”.
Todos estes casos mais conhecidos e muitos outros são evidência do caminho da ciência com inúmeros obstáculos de convivência com as soberanias, as religiões, a cultura popular com os seus usos, costumes e superstições.
O caldo cultural é em alguns momentos favorável ao avanço científico e isso aconteceu em alguns momentos da história e concretamente nos séculos XVII e XVIII. Estes foram momentos de grandes avanços científicos.
O movimento das Luzes pretende explicar as leis do universo pela razão. É uma forma diferente de explicar o mundo daquela que até aí era ditada pela fé e pela imposição da força.
Os pensadores, os filósofos, os cientistas encontraram nas academias o instrumento de partilha e validação do conhecimento que construíam. As Academias foram o suporte da ciência contra os poderes de que os cientistas se queriam afastar e que os subjugava. Formaram-se nessa altura a “Academia dei Lincei” em 1603 na cidade de Roma. Galileu pertenceu a esta academia. Em 1660 foi fundada a Royal Society em Londres. Isaac Newton chegou a ser seu presidente. A ela também estiveram ligados Fleming, Darwin e Einstein. Logo em 1666 funda-se a Academia de Ciências em Paris. Pouco depois, em 1700, a Academia Real de Berlim. Alguns anos após, a 1724, Academia de Ciências de S. Petersburgo. A 1779 é fundada a Academia de Ciências de Lisboa.
A partir das Academias, os cientistas apresentavam aos seus pares os seus inventos, observações e experiências. A legitimação e validação da produção científica passou para o interior da comunidade. Ganharam maior independência, autonomia e decisão. Ainda é um tempo em que a ciência se fazia de forma muito solitária. Cada um nas suas investigações e com apresentações presenciais aos pares na Academia. O crescimento da actividade científica no século XIX foi evoluindo para a criação de laboratórios universitários ou ligados a indústrias. A ligação aos interesses industriais afasta-a das amarras dos poderes civis e religiosos. Mas o crescimento da ciência e os grandes projectos necessitam de grandes recursos financeiros. A ciência quanto mais complexa mais necessita da partilha de conhecimentos diversos e do trabalho em equipa. E só os Estados ou grandes grupos industriais estão em condições de fornecer os meios necessários. Os grandes projectos do século XX nos Estados Unidos, nomeadamente “Los Alamos” mudam o paradigma da produção científica.
A Big Science, expressão de Weinberg (1915-2006) e está ligada aos grandes projectos do tipo “Projecto Manhattan” que produziu a bomba atómica. À profissionalização dos cientistas e ao crescimento exponencial da produção científica. Neste contexto de abundância de publicações científicas o tema da Big Science vem a ser retomado por Solla Price no livro “Little Science, Big Science, editado em Nova York pela Columbia University Press.
Enquadrados em grandes projectos, contratados por grandes centros de investigação, profissionalizados, quase proletarizados, a relação da ciência com o poder volta a ser de dependência. Em certa medida a ciência do século XX foi capturada pelo grande poder político e industrial.
O crescimento da comunidade científica e a necessidade de comunicar aos pares a produção científica para a validar e legitimar encontra na publicação a forma de dar a conhecer e colocar à critica dos pares as inovações científica.
A legitimação da ciência mantém-se destro da comunidade científica. Mas a ameaça de tensão revela-se no tipo de trabalhos de investigação que são financiados ou não.
Outro foco de tensão começou com a adopção do modelo neoliberal de produção científica. A comunicação dos trabalhos científicos passou das revistas institucionais para a publicação por grandes grupos editoriais que publicam na perspectiva do lucro empresarial. A tensão da publicação científica vem sendo resolvida através dos repositórios científicos. Os repositórios públicos e institucionais garantem o de livre acesso às publicações e também aos dados para partilha.
Foi a partilha colaborativa de resultados de investigação e de dados que permitiu tão rapidamente obter as vacinas para o covid. Mas a tensão da ciência com a sociedade e concretamente com o modelo liberal de negócio faz-se pelo conflito que é o patenteamento privado de uma investigação aberta e paga essencialmente pelos fundos públicos.
Hoje o interesse egoísta do lucro de umas poucas empresas que vivem à custa da desgraça alheia, e protegidas pelos políticos que capturaram para os seus interesses, impedem a libertação das patentes para produzir vacinas que protegendo os países do 3º mundo, estariam também a proteger oso países desenvolvidos dos contágios.
António Borges regedor
Influência da luz artificial no prolongamento da vitalidade das árvores urbanas.
Tenho andado a reparar em várias árvores que estando perto de candeeiros de iluminação pública estão em parte expostos a essa luz artificial.
Reparei que a queda da folha não tem sido uniforme. Na parte da árvore exposta à luz dos candeeiros as folhas permanecem mais tempo. Na zona de sombra as folhas já caíram na sua totalidade. Verifica-se assim que a árvore apresenta duas partes distintas. De um lado os ramos sem folhas, do outro lado, o iluminado artificialmente, permanece ainda a folhagem.
António Borges Regedor
Temos o inverno como tempo frio. Mas também de rara beleza. Fiz esta fotografia há vários anos. Não deixo de a admirar. Até no mais frio dos dias, há luz que a natureza coloca.
António Borges Regedor
Faz hoje 75 anos do cerco e ataque à aldeia portuguesa de Cambedo por forças policiais e militares de Portugal e Espanha.
Cambedo é uma pequena aldeia portuguesa na linha de fronteira com Espanha que se localiza na proximidade do marco de fronteira 229. Entre Montalegre e Chaves. Perto das ruinas de um castro e onde também foi território do rei Visigodo Wamba.
No rescaldo da guerra civil espanhola grupos de republicanos mantiveram acções de guerrilha. Um dos grupos que fazia acções na Galiza tinha muito da sua movimentação por terras de Oimbra(Galiza) e muito do apoio de rectaguarda em Portugal. Em várias aldeias onde se escondiam e alojavam republicanos ou guerrilheiros. Sendo uma delas Cambedo.
O que restava da guerrilha do final da guerra civil (1936-1939) tinha atravessado a segunda guerra mundial (1939-1945) e era já 1946 e estes republicanos ainda executaram algumas acções. Uma delas foi em Portugal, a última, na aldeia de Negrões. Esta acção provavelmente foi a que ditou a recolha de informação por parte da polícia política portuguesa (PIDE), a provocação, perseguição, cerco e ataque. O fim da guerrilha anti-franquista na Galiza.
O cerco à aldeia de Cambedo começou a 20 de Dezembro. Na aldeia estava reunida a cúpula do movimento de guerrilha. O cerco foi montado pela Pide, GNR, Exército vindo de Chaves e igualmente forças espanholas. Durou ainda o dia 21 e no dia seguinte, 22 bombardeada com morteiros pelo exército português. Foi ocupada nesse dia com dois soldados mortos, dois guerrilheiros mortos e um ferido enviado para o campo de concentração do Tarrafal. Uma parte da população foi presa. Alguns dos habitantes estiveram presos por vários anos. A aldeia entrou num limbo. De má fama ninguém para lá ia ou queria com ela identificar-se. As casas bombardeadas nunca mais foram recuperadas. Ainda hoje se encontram destruídas.
António Borges Regedor
O Solstício de Inverno ocorrerá hoje dia 21 de Dezembro às 15h59m. Será início do nosso Inverno. Será o dia mais pequeno do ano com apenas 9h27m03s.
A partir de hoje as noites serão menores, será a passagem para os dias com mais luz. O regresso à vitalidade que o sol proporciona. Ainda haverá que vencer gradualmente e lentamente a noite. Mas o dia aumentará, a luminosidade será cada vez maior. A vida renascerá, nascerão frutos nas árvores, as sementeiras crescerão até amadurecer para serem colhidas. Mais um ciclo de vida.
Na Roma Antiga festejava-se a Saturnália. Era celebrado o Deus Saturno. Uma divindade agrícola. Durante as festividades faziam-se sacrifícios a Saturno. A partir de 217 antes de cristo havia um banquete público. Visitavam-se os amigos e trocavam-se presentes. Alguns desses presentes eram velas de cera representando a luz na escuridão. E nesse período todos os homens, cidadãos ou escravos eram iguais. Todos podiam dedicar-se aos ócio, jogar, participar nas refeições em plano de igualdade.
A Saturnália começava a 17 de Dezembro e durava até 25 de Dezembro.
António Borges Regedor
(Foto no 1º encontro da Licenciatura em Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação)
Muito me honra ser parte da Comissão Científica do XV Encontro de CTDI e especialmente por homenagear a minha cara amiga Professora Doutora Otília Lage fundadora do curso e que convidou desde o seu início para aí leccionar. Aí fui professor até me aposentar.
A licenciatura em Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação (CTDI) e com a colaboração do Centro de Estudos Organizacionais e Sociais do Politécnico do Porto (CEOS.PP), do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP) promove, via zoom, no dia 17 de dezembro 2021, o seu XV Encontro subordinado ao tema “A Informação para o desenvolvimento sustentável: relação com a Ciência da Informação”.
A edição deste ano é especial pois comemoram-se os 20 anos da LCTDI, homenageando-se a Professora Doutora Otília Lage, criadora do curso.
Este XV Encontro de CTDI corresponde positivamente com as orientações da ONU que na Agenda 2030, reconhece o acesso à informação como uma meta no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, fornecer acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. É ainda especificado o seguinte objetivo:
«Objectivo 16.10: Garantir o acesso das pessoas à informação e proteger as liberdades fundamentais, de acordo com a legislação nacional e acordos internacionais.»
O foco do XV Encontro será fundamentalmente nos dois objetivos de Desenvolvimento Sustentável:
Os Encontros da LCTDI contam com um longo historial, tendo vindo a propiciar anualmente uma oportunidade para que participantes e convidados, estudantes, académicos e profissionais interajam e debatam, saberes, debatam saberes, experiências e boas práticas, no âmbito da Informação e da sua gestão, temas da atualidade, promovendo, simultaneamente, a divulgação externa das competências dos licenciados e dos mestres em Ciência da Informação. Este é um evento anual organizado pelos estudantes e docentes da Licenciatura em CTDI e Mestrado em Informação Empresarial.
Não será certamente de resolução impossível a descarbonização do transporte marítimo.
A imagem deixa prever a retoma da solução eólica em barcos de passageiros e de grande envergadura que concomitantemente a outros sistemas produtores de energia poderá reduzir substancialmente ou mesmo anular a necessidade de consumo de combustíveis fósseis na marinha mercante e principalmente na de lazer.
António Borges Regedor
Na sequência da morte de D. Fernando a 22 de Outubro de 1383, a regência foi entregue à rainha viúva Leonor Teles de Menezes. A filha Beatriz foi proclamada rainha e sendo casada com João I de Castela, este intitulava-se rei de Portugal.
Nessas condições é aberta uma crise de sucessão em Portugal. E inicia-se a actividade conspirativa para alterar a regência. Liderados pelo Mestre de Avis estão, entre outros, Álvaro Pais e Nuno Álvares.
O grupo de conspiradores mata o Conde Andeiro a 6 de Dezembro. E é neste contexto que o Mestre de Avis recebe o importante apoio dos Mesteirais e burgueses de Lisboa. É em consequência deste apoio que logo a 16 de Dezembro de 1383 é criada a Casa dos 24 por iniciativa de D. João, Mestre de Avis e Regedor e Defensor do Reino para os Mesteirais o apoiarem no governo da cidade.
A Casa era a organização dos Mesteirais. Comporta por dois homens por cada um dos doze Mesteres que se organizavam na cidade. Dessa forma constituíam como que uma assembleia municipal com poderes deliberativos. As primeiras reuniões foram na Igreja de S. Domingos até à mudança para o o Hospital de Todos os Santos. Aqui esteve até ao terramoto de 1755 que por essa consequência passou para a Irmandade de S. José dos Carpinteiros. Local a que a fotografia corresponde.
António Borges Regedor
Com a banalização da comunicação em redes sociais, também os assuntos de ciência se banalizam.
Na verdade, é bom que as temáticas científicas sejam compreendidas pelo maior número de pessoas. No entanto não se verificam condições a essa boa compreensão.
A Ciência é uma prática social com determinadas condicionantes. Determina genérica e especificamente a resposta ao seu “Objecto” de estudo. Isto é importante porque se trata de fazer uma pergunta. Não uma resposta ao contrário do senso comum que facilmente dá respostas e tem opinião para tudo. A Ciência estabelece um “Método” de pesquisa, escrita e apresentação dos resultados e conclusão. O senso comum afirma sem provar nada e sem critério. O cientista é uma pessoa treinada para ser objectiva. Ao contrário o senso comum faz afirmações pessoais. O cientista é treinado para que as suas opiniões, as suas crenças, a sua religião, o seu gosto, o seu preconceito, a sua condição pessoal ou social, a sua cor, o seu género ou o seu estatuto, as suas opções políticas ou filosóficas não interfiram no seu estudo. Ao contrário, o normal é que a opinião que não é científica seja determinada pelo clubismo, pela religião, pelo costume ou preconceito. E sendo esta forma a que mais se verifica nas redes sociais, temos já o que se torna perigoso misturar ciência e opinião. Pior ainda é a discussão, nas redes sociais, de temas em que só a afirmação científica é útil. Nestes temas o melhor resultado virá das perguntas a fazer, que das opiniões a dar. O que deveríamos fazer nas redes socias seria o de perguntar para saber o que a ciência responde.
António Borges Regedor
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