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Um blogger amigo, Julián Marquina, publicou há dias uma notícia que me despertou por falar em golfe. A notícia era de uma bibliotecas dos estados unidos que se financia organizando jogos de mini-golfe. A Biblioteca Pública de Roxbury em New Jersey ganhou o prémio anual da American Library Association para o projecto de financiamento com o programa “mini-golfe na biblioteca”. O programa teve 26 patrocinadores na comunidade empresarial. O prémio também lhes garantiu 5 000 dólares em 2018.
Em Portugal o modelo rígido de gestão das bibliotecas não lhes dá oportunidade de serem criativas para gerar fundos que invistam em necessidades imediatas, em programas de actividade ou desenvolvimento ou em projectos de longo termo, ou mesmo actualização.
A única fonte de financiamento pública, parece ser muito redutora. Será bom pensar no assunto. Faz falta uma Lei da Bibliotecas Públicas. A sua autonomia financeira e técnica. Faz falta a figura do Director de Biblioteca que a represente e por ela seja responsável pelas finanças, pelos recursos humanos e técnicos. A entidade normativa já existe e é a DGLAB. Falta a base para o sucesso da rede de leitura pública em Portugal.
Fonte:
Julián Marquina
Bloguero sector InfoDoc
hola@julianmarquina.es
www.julianmarquina.es
António Borges Regedor
Onde está a ortodoxia? O que a fundamenta?
Ortodoxia é segundo o Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa a qualidade do que está de acordo com a doutrina oficial de uma igreja.
Num curto espaço de tempo vimos três formas diferentes de teologia, de orientação e governação da igreja católica. João Paulo II, marianista. Com ele o governo da igreja foi acompanhado pelos escândalos do IOR ou banco do vaticano . Bento XVI, teólogo do espírito santo, preocupado com a fundamentação teológica , foi incapaz de fazer reformas na cúria e talvez por isso não tenha resistido a esse poder oculto que o continuou a manipular contra o novo papa. Francisco, o da simplicidade e proximidade tenta a mudança possível num vaticano com dois papas. Não será fácil orientar a igreja para a simplicidade. Não será fácil denunciar a economia que mata numa igreja de poder e de dinheiro. Qual destas três orientações é a ortodoxa? Poderão ser todas mesmo sendo tão diferentes. Poderá não ser nenhuma por incapacidade de determinar a verdadeira. Mas não é dramático que assim seja. A ortodoxia é o resultado de uma colectânia de pensamentos e confronta-se com a realidade. Em todas as religiões a ortodoxia dos livros sagrados resulta da compilação de textos diversos e escritos em tempos diferentes.
Os hebreus iniciaram a sedentarização em Canãa onde se venerava Baal e Asherah. Aí confrontaram-se com a civilização local. A sua ortodoxia vacilou. Dividiram-se em dois reinos. O do Norte aceitava tanto Jeová como Baal. Ainda hoje vemos os seguidores da tora divididos por várias correntes da mesma religião.
Os judeos, que passaram a cristãos depois da morte de cristo, confrontados com as realidades locais, adoptavam os costumes e festas existentes vestindo-as de cristãs. Até os locais de culto pagão (culto local mais antigo) passavam a locais de culto cristão. As divisões administrativas territoriais foram adoptadas do império romano. O Arianismo era o culto na península ibérica visigoda e sueva e que na ocupação islâmica era conhecido como tiro moçárabe. No período em que portugal conseguia o estatuto de reino, a cristandade local dividia-se entre o rito romano, o dos cruzados, e o rito hispânico, gótico ou moçárabe, dos que cá estavam. E o do bispo de Lisboa morto às mãos dos cruzados do tiro romano. A violência dos cruzados em Lisboa, foi contra os do rito moçárabe e não contra os mouros. Por isso Afonso Henriques pediu para poupar a população de Lisboa. Ele que tinha sido educado por bispos do rito moçárabe e que tinha um tio mouro. (Stilwell, 2015)
E a ortodoxia estava difícil de distinguir nos anos do Grande Cisma entre 1378 e 1417. “Sabemos que durante os anos de 1410-1415, na cadeira romana sentava-se Gregório XII, o já octagenário venesiano Ângelo Correr, na de Avinhão o aragonês Pedro Luna, como Bento XIII, bem como o supracitado, Baldassare Cossa, um napolitano eleito e sagrado em Bolonha, reconhecido com adopção do nome de João XXIII”. (Fonseca, 2015; p.65). Tudo ortodoxia como é da definição.
Alguns autores defendem que Frei João Xira pregou em Lagos em 1415 o perdão a quem se alistasse na armada para a conquista de Ceuta com a bula concedida pelo antipapa João XXIII ao Rei João I de Portugal. (Fonseca, 2015)
E quanto ao islão logo após a morte do fundador, dividiu-se em duas ortodoxias. A do companheiro Bakr e a do genro do profeta. E destas saíram mais ortodoxias. Ortodoxias é o que não falta no Islão como nas outras confissões.
Bibliografia
Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa. Lisboa, 2001
Fonseca, Joao Abel da – A empresa de Ceuta , Dos antecedentes as circunstâncias que ditaram as causas próximas. In Fonseca, Joao Abel da; Maia, Jose dos Santos; Soares, Luis Couto - . Ceuta e a Expansao Portuguesa. Lisboa: Academia de Marinha, 2015. ISBN: 978‑972‑781‑130‑4
Stilwell, Isabel – D. Teresa. Lisboa: Manuscrito Editora, 2015 isbn: 9789898818027
Doxa (filosofia)– o mesmo que opinião Conjunto de ideias e juízos generalizados e tidos como naturais por uma maioria. (Dicionário Priberam)
António Borges Regedor
O aparecimento de um novo vírus, levou de imediato a tomar algumas precauções, mas a consciência de se tratar de algo duradouro obriga a pensar os nossos comportamentos e hábitos. Ter consciência que não é apenas a resolução do contágio , mas essencialmente os procedimentos de protecção. Desde logo hábitos alimentares para reforço das defesas orgânicas e hábitos físicos para reforços dessas defesas.
Comida saudável, variada em proteínas, hidratos de carbono, vegetais, fruta, água. Será preferível à comida repetitiva, plástica, pobre do hamburger, pizzas e batatas fritas. Redução ou eliminação do açúcar processado.
A escolha da actividade física também pode ser importante. A preferência pela actividade em espaços abertos e actividades de nulo ou baixo contacto físico.
Evitar as actividade em espaços fechados sempre que possível. Preferir a deslocação por locais com menos aglomeração de pessoas. Preferir transportes que dependam essencialmente de nós, como a bicicleta por exemplo.
Sabendo que estamos a agir com mais segurança, reduzimos o medo. Aumentamos a tranquilidade face aos desafios da vida.
António Borges Regedor
Atenção: a foto é de um insecto e nada tem a ver com vírus.
Atenção: o título é uma metáfora.
São vários os “vírus” que atacam o livro. Não se trata de um vírus como o que agora bem conhecemos que saltando do seu hospedeiro natural, procura o ser humano para a sua continuidade biológica. É doutros “vírus”, com aspas porque com outros significados.
Começamos pela condição química que limita os livros no tempo. E para esse "vírus " do tempo, os cuidados de preservação e restauro são necessários. Mas também a condição mecânica do livro o fragiliza. O manuseio, transporte e acondicionamento. A página dobrada ou rasgada, o caderno solto; a areia, ou a chuva. Sim porque o livro é de todo o terreno, e isso naturalmente degrada-o. Até há alguns livros que servem para colocar por baixo da perna da mesa para a estabilizar. Também pode servir para colocar por baixo do monitor do computador. Outros livros vão parar ao sótão ou à cave. E tudo isso enfraquece o livro e lhe limita a vida. Mas há também o ataque dos “vírus” biológicos. De vez em quando lá aparece entre outros, um lepisma saccharina (1) para fazer dos livros o seu restaurante. E contra esses o melhor remédio é os livros não ficarem esquecidos por muito tempo. Serem lidos, consultados, mudados de lugar, reordenados é a melhor solução contra os insectos. Outro perigo para os livros é o inovador “vírus" técnico. O que dá por nome de computador. O e-book, e toda a sorte de suportes digitais que concorrem com o livro clássico em papel. A predição do seu sucesso não tem sido tão grande como a anunciada. O anúncio do fim do livro continua em anúncio. É verdade que o suporte digital do livro ganhou espaço nos nossos formatos de leitura, especialmente na literatura técnica e científica. Mas a leitura de lazer continua a fazer-se essencialmente em papel. E sem receio o livro em suporte papel vai coexistir com os outros suportes, tal como foi durante toda a história do livro. Os suportes mudaram, o livro sempre existiu. A grande preocupação, aquela que realmente importa é que é dos maiores perigos para o livro são os "vírus" sociais. Um deles é o "vírus" educativo. O que desvaloriza o livro em favor de outras formas de entretenimento. O livro não deixa de ser um brinquedo, com que se constroem aventuras, como com qualquer outro brinquedo. O “vírus” cultural que desvaloriza as humanidades a favor das tecnicidades. A técnica sem ética não é progressiva, não é construtiva, não tem utilidade nem humanidade. O “vírus” político é dos mais perigosos por desvalorizar os sistemas e redes de informação, por desvalorizar as bibliotecas e arquivos que são os repositórios públicos do conhecimento. Por desvalorizar a função e competência específica desses profissionais da informação social. Porque os desvalorizam, os "olvidam" e dessa forma não têm os melhores a cuidar da informação social como res publica. E estes vírus sem política formada para as bibliotecas e arquivos, são os piores bibliófagos.
António Borges Regedor
Neste ano de pandemia as feiras do livro viram-se arrastadas para o tempo de verão. Recuaram, mas não se renderam. Neste momento decorrem as Feiras do Livro de Lisboa e Porto. O Livro teima em não desaparecer. Mas não tem vida fácil. Outros produtos culturais concorrenciais estão mais próximos e têm mais promoção. A música, os filmes e séries de televisão por exemplo. A promoção e o apoio político ao Livro é a sua grande debilidade. A percepção é que a leitura de lazer é cada vez menor, a venda de livro a recuar pelo que se ouve dos comerciantes de livro e uma menor visibilidade das bibliotecas pública. Mas nem disto se pode ter a certeza, porque não há dados suficientes, actualizados e fidedignos para se estabelecerem indicadores. O último estudo sobre comércio livreiro em Portugal é de 2014. Dos Hábitos de Leitura o último estudo é de 2005. Estudo que durante muito tempo foi feito anualmente. A associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) deixou de os encomendar. Neste momento o site da APEL refere a Feira do Livro de Lisboa, mas omite a Feira do Livro do Porto. A Direcção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB) , publica anualmente um relatório da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP), mas neste momento o último relatório disponível é o de 2018. Ainda assim é a fonte que conhecemos mais actualizada sobre a tendência de leitura e uso das bibliotecas, mas que naturalmente não nos fornece todos os dados sobre leitura e hábitos de leitura.
António Borges Regedor
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