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Terça-feira, 30 de Junho de 2020

Perigo Nuclear a 400 quilómetros de Lisboa

800px-Centraldealmaraz.jpg

 
 
Em cinco dias apenas de 22 a 25 de Junho de 2020) a central nuclear de Almaraz na margem do Rio Tejo e apoucas centenas de quilómetros de Lisboa, teve duas paragens por acidente.
Para os que por interesse pessoal defendem a produção de energia nuclear fica claro que se trata de uma industria perigosa, insegura, e de enorme desperdício e dependência financeiras e energética.
Perigosa porque se conhecem frequentes avarias, incidentes e grandes desastres de que a história regista como maiores os de Tree Mile Islands (Estados Unidos da América) , Fukushima (Japão) e Chernobil (Ucrânia/URSS).
Financeiramente inconveniente porque o elevado custo faz o comprador depender perpetuamente do sindicato financeiro que a financia. Por outro lado não há seguro para esta cobertura e o estado fica com este risco mais o da segurança e dos resíduos que ficará eternamente a ser pado pelos contribuintes.
Dependência energética dos cinco países que no mundo estão autorizados a possuir a tecnologia para produzir o combustível nuclear.
Ineficiência energética porque necessita sempre de uma reserva de segurança de capacidade instalada equivalente à capacidade do reactor. Ou seja, para produzir cada KW precisa sempre de 2KW de capacidade instalada. E dessa maneira não evita a utilização de outras fontes de energia.
A energia nuclear só existe porque faz parte da cadeia de produção de materiais para a indústria militar.
Almaraz terminou já o seu tempo de vida. Apenas se mantém em funcionamento por decisão política. A continuidade de laboração já depois do seu ciclo de vida potencia os riscos de colapso. Esta sucessão de acidentes mostra o perigo da continuidade das centrais nucleares e da de Almaraz em concreto.
 
 
António Borges Regedor
publicado por antonio.regedor às 12:28
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Quinta-feira, 25 de Junho de 2020

Ética e comunicação

IMG_20200624_173109.jpg

 

Para Max Weber as questões éticas, sendo do domínio da razão, colocam-se ao nível das práticas sociais.

A acção moral compreende dois aspectos essenciais. A subjectividade (o sujeito) e a razão (dimensão racional). Assim, o sujeito responde pelas suas acções.

João Pissarra Esteves considera haver um reconhecimento do papel dos media como sinal da importância da comunicação da vida social. Entende igualmente que entre ética e comunicação há uma intersubjectividade de responsabilidade ao nível dos comportamentos morais. E é essa intersubjectividade que impede que a noção de responsabilidade se transforme em mera ilusão (ideologia)

João Pissarra Esteves afirma que reduzir a ética à deontologia seria trágico. Entendendo a ética em sentido restrito do conjunto de regras para a realização da actividade profissional conduziria a uma ideologias do profissionalismo. Seria um objectivismo entendido na ausência de Razão Prática, ou seja a responsabilidade de responder com responsabilidade. Uma desresponsabilização do sujeito com valores. O sujeito ético.

Marshall McLuhan 1962 afirmava já que uma nova tecnologia que prolonga os nossos sentidos, provoca um novo relacionamento social. A intervenção dos media no meio social funciona como intermediação. E cria e impõe a sua própria realidade. E a propósito da tecnocracia João Pissarra Esteves afirma que a reificação da solução técnica produz desproblematização dos agentes com valores (universo ético).

A natureza do raciocínio ético é comum à ciência. Procura assumir um carácter problemático à determinação do que é realmente verdadeiro (wirklichkeit) ou realmente justo, assumindo o real um carácter objectivo e universal.

Finalmente segundo Stephan Toulmin “em ética, como em ciência, as referências à experiência pessoal (sensível e emotiva) são substituídas por Juízos que procuram a universalidade e a imparcialidade”



Esteves, João Pissarra – A Ética da comunicação. Lx: FCG. 2003

McLUHAN, Marshall - La galaxie de Gutenberg. Paris: GAllimard. 1962

TOULMIN, Stephan E. - El puesto de la razón en la ética. Madrid: Alianza. 1960

WEBER, Max - Essai sur la théorie de la science. Paris: Plon. 1922

 

António Borges Regedor

 

publicado por antonio.regedor às 19:41
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Sexta-feira, 19 de Junho de 2020

Faleceu Carlos Ruiz Zafón

 

foto_bio.jpg

Morreu um dos meus autores preferidos. Carlos Ruiz Zafón.
Tal como diz em “A sombra do vento” Ruiz Zafón é o nosso guardião “Seguimos o guardião através daquele corredor palaciano e chegámos a uma grande sala circular onde uma autêntica basílica de trevas jazia sob uma cúpula retalhada por feixes de luz que pendiam lá do alto. Um labirinto de corredores e estantes repletas de livros subia da base até à cúspide, desenhando uma colmeia tecida de túneis, escadarias, plataformas e pontes que deixavam adivinhar uma gigantesca biblioteca de geometria impossível.”
Zafón, Carlos Ruiz - A sombra do vento. Lisboa: D. Quixote, 2004. ISBN 972-20-2709-3. p.13
Sobre ele tenho dez post no blog BIBVIRTUAL https://bibvirtual.blogs.sapo.pt/search?q=Carlos+Ruiz+Zaf%C3%B3n&Submit=OK
Em Outubro de 2015 fiz um post em que referia “ A sombra do Vento”: “As vendas reduzem-se de ano para ano. Eu sou optimista e digo que o que sobe desce, e o que desce, um dia há-de subir. Bea diz que a arte de ler está a morrer muito lentamente, que é um ritual íntimo, que um livro é um espelho e que só podemos encontrar nele o que já temos dentro, que ao ler aplicamos a mente e a alma, e que estes são bens cada dia mais escassos.” Zafón, Carlos Ruiz - A sombra do vento. Lisboa: D. Quixote, 2004. ISBN 972-20-2709-3 p.397
Depois em Fevereiro de 2016 referi “O Jogo do Anjo” (2008) um livro sobre livros e escritores. Dos esquecidos e dos promovidos. Dos de folha de rosto e dos ghostwriter. E de livreiros por vocação e conhecimento e de editores que poderiam de igual forma ser açougueiros.
Fiz referência em Outubro de 2017 ao “O labirinto dos espíritos”, editado em Espanha pela Corelliana em 2016. Com a citação: “O que tem de começar a fazer, Fernandito, é evitar que sejam os outros a escrever-lhe o diálogo. Use a cabeça que Deus lhe plantou sobre as cervicais e faça você mesmo o libreto, que a vida está cheia de malandros hávidos de encher a cabeça do respeitável com as parvoíces que lhes convêm para continuarem montados no burro e de cenoura em riste” p . 575.
 
António Borges Regedor
publicado por antonio.regedor às 11:28
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Sexta-feira, 12 de Junho de 2020

Derrube de estátuas a copiar o Daesh

mw-860.jpg

Há uma onda de derrube de estátuas na Europa e nos Estados Unidos da América.

As estátuas hoje não são mais que documentos históricos. O que essas pessoas representam não pode ser percebido sem contextualização histórica.

A escravatura é das condições mais antigas da história. Na antiguidade passava-se da condição de ser livre possuidor de terra, para a condição de escravo por incumprimento de dívidas por exemplo. O indivíduo livre passava a escravo porque ficava sem a propriedade da terra, mas continuava nela, na sua casa, a cultiva-la como dantes.. Não raro os escravos eram cultos e tinham razoável condição social. A educação de muitos cidadãos na Grécia, criadora da democracia, era feita por escravos. Era frequente ver escravos e homens livres a trabalhar lado a lado. Com os descobrimentos e a importação de escravos, qualquer pedreiro proprietário de escravos trabalhava lado a lado com os seus escravos. Comerciantes tinham escravos que vendiam mercadorias por Lisboa. A história regista escravos brancos, louros nórdicos, morenos árabes, negros africanos, ou de qualquer outra origem cor de pele. Durante muitos séculos a História da Humanidade regista a condição de escravo no seu contexto social. Isso corresponde a um tempo que não é o de hoje. As luzes, as ciências, o conceito de humanidade e cidadania da revolução francesa, os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade, os direitos humanos, e muito também a revolução industrial, deram fim à escravatura como condição social.

Apesar de ditar o fim da escravatura os problemas económicos, sociais e de mentalidade não foram extintos. E o facto é que ainda há actualmente bolsas de sociedades islâmicas que praticam a escravatura. Gostava de ver os ignorantes que andam a derrubar estátuas a serem mais diligentes quanto a esta aberração na actualidade. Mas era pedir demais à sua inteligência.

A História está cheia de personalidades controversas que se as víssemos fora dos contextos históricos estaríamos estupidamente a apagar toda a História.

Os Faraós do Egipto tinham por prática os casamentos incestuosos, e tinham escravos, acaso derrubaremos as pirâmides?. Platão participou num governo de tirania em Atenas, e tinha escravos, acaso derrubaremos o Partenon e as estátuas de Platão ? E deixaremos de o estudar?

Os esclavagistas que levaram escravos africanos para as Américas não andavam a caçar escravos. Compravam-nos nas feitorias do litoral a escracocratas que eram igualmente negros e com isso enriqueciam. (Pelógia 2013) e (Souza 2006 apud Mocelin; Camargo 2010)

Ver hoje europeus e americanos a derrubar estátuas copiando os comportamentos dos terroristas islâmicos do Daesh é ver ignorantes de história, gente que age por impulso, irracionais, que se limitam a usar o cérebro reptíliano ( MacLean 1990).

E triste é também ver políticos indignos da responsabilidade inerente aos cargos, a pactuar cobardemente com as hordas de arruaceiros, ignorantes e imitadores da mais profunda e repugnante fobia à cultura.

A História não se apaga nem de destrói. A História tem de ser estudada, compreendida, discutida. O curso da História implica corrigir o que for de corrigir e louvar o que for de louvar. A História é apenas a memória de um caminho percorrido que permite reflectir e orientar no caminho a percorrer.

 

Ver também:

Barroco Tropical – de José Eduardo Agualusa

 

http://www.rfi.fr/br/africa/20160522-mulheres-de-angola-lideravam-trafico-de-escravos-para-o-brasil

Rosa Aparecida Pelógia - A ESCRAVIDÃO ENTRE OS PRÓPRIOS AFRICANOS, 2013.

 

 

Fonte da Foto : NUNO FOX / Expresso

publicado por antonio.regedor às 13:20
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Terça-feira, 9 de Junho de 2020

A qualidade do mercado livreiro

 

 

dia do livro meus 001.JPG

 

 
Nem todos os livros publicados terão de figurar nos clássicos imprescindíveis. Nem todos os livros terão de ser bestsellers. Nem todos os escritores terão de receber prémios de todos os seus livros. Mas é bom que os recebem. E é bom que haja prémios para dar notoriedade a um livro e a um escritor. Os prémios fazem distinguir os autores e as suas obras. E dão-nos pistas para a compra.
Quando a Fundação Calouste Gulbenkian tinha a rede de bibliotecas, tinha também um painel de especialistas que lhe fornecia recomendações de compra. Agora temos de encontrar outras formas de recomendação. O critério das editoras não é viável, porque o livro já não é apenas um objecto de literatura. No tempo do Garrett o livro passava primeiro pelo crivo do folhetim em jornal. Aí era afinado, reformulado ou alterado de acordo com os comentários e a audiência. Só depois passava a livro. Hoje esse crivo funciona algumas vezes e pela acção das séries em televisão ou cinema. O livro actualmente é uma mercadoria como qualquer outra. Vende-se para ser consumido rapidamente e dar lugar a outra venda o mais rápido possível. Não basta ser bestseller porque há muita má qualidade que se vende. Não é suficiente aparecer nos mais vendidos porque essas listas são feitas por critério comercial e não de qualidade. Não é seguro decidir apenas pela exposição em montra ou lugar de destaque porque também aí o critério não é a qualidade. O melhor critério de escolha do que comprar para ler é do gosto pessoal e o conhecimento do autor e da obra, mas não podemos comprar tudo para escolher o que gostar de ler. Precisamos de referências. E os amigos e as suas recomendações são a melhor opção. E há também a tomada em consideração por muito criticável que seja é a das distinções. Há no mínimo um júri que leu e considerou distinguir. Ou então ter muito dinheiro e tempo para andar à descoberta.
 
António Borges Regedor
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publicado por antonio.regedor às 13:02
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Segunda-feira, 8 de Junho de 2020

Passadiços em meio rural

pass pitoes.jpg

Talvez se lembrem a polémica inicial da construção de passadiços ao longo das praias. Diziam os críticos que iam provocar grandes impactos, alterar a paisagem e outros argumentos. O que na realidade aconteceu é que as dunas ficaram mais protegidas, aumentou a retenção de areia reforçando as dunas, promoveu o exercício físico e um mais ordenado usufruto do litoral.

A construção de passadiços tem vindo a ser realizada em meio rural. Tal como antes, aparecem agora críticos a estes novos passadiços.

É bom saber que estes passadiços levam realmente as pessoas da cidade a conhecer espaços que de outra forma jamais o fariam, muitas por falta de condição física e saúde para fazer trilhos de natureza. Educam para a sensibilização da natureza, mobilizam pessoas, promovem o exercício físico e o turismo local o que não é um motivo menor.

Para os que contrapõem aos passadiços o percorrer trilhos de montanha, é bom que recordem que também há impacto ambiental, ou pegada ecológica ao percorrer os trilhos ou a fazer como alguém diz que percorre esses lugares de forma selvagem. Pois também essa forma de usufruto da natureza tem impactos e alguns poderão até ser maiores que o provocado pelos percurso dos trilhos.

Já percorri boa parte da costa norte do país em passadiços do litoral, conheço muitos trilhos de montanha e já fiz trilhos no Parque natural de Montesinho, na zona de Arouca, no Barroso e no Parque Nacional da Peneda Gerês que conheço razoavelmente. Nalguns casos já fiz o trilho com e sem passadiço. É o caso da descida à Cascata de Pitões da Júnias no Barroso, Parque Nacional da Peneda Gerês, num percurso que vai da aldeia passando pelo Mosteiro e que continua para a cascata para terminar de novo na aldeia. O miradouro inferios da cascata é de tal modo íngreme que inviabilizava muitos de a observar. A alternativa era aceder por um plano superior francamente perigoso e onde se desincentiva a ida. A descida está agora amenizada com um passadiço. E ainda bem. Os pais podem educar os filhos no gosto de observação da natureza sem os levar de escorregão, literalmente o que podia acontecer, pela colina abaixo. Também dessa forma se preserva o estado natural dos percursos sem a pressão do pisoteio. Sim, os passadiços são para facilitar que muita gente possa usufruir da natureza. Sem contra esta forma de acesso à natureza esta ficaria reservada a uma certa élite.

Ao contrário do que dizem os críticos os passadiços em meio rural, protegem a paisagem, aumentam o conhecimento, promovem o exercício físico, facilitam a relação litoral interior, são factor de desenvolvimento económico local. Criam emprego, fixam populações, dão sustentabilidade a territórios isolados e vulneráveis.

Na balança das vantagens e inconvenientes ganha largamente o factor do ambiente, do social, da economia e da coesão territorial.

 

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 19:29
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Sexta-feira, 5 de Junho de 2020

São Bento da Avé Maria

azulejos S. Bento.jpeg

 

Da estação de São Bento se diz das mais bonitas.  E assim é a obra do Arquitecto Marques da Silva.  Da mesma forma não  ficamos indiferentes aos painéis de azulejos da autoria de Jorge Colaço datados de 1905/1906. Um evocativo do que ficou conhecido por Torneio dos Arcos de Valdevez em 1140. Um  facto importante no restabelecimento da paz entre Afonso I de Portugal e Afonso VII de Leão e Castela.  O jovem rei português tinha invadido a Galiza e em resposta Afonso VII invade pelo Soajo e encontra as posições de Afonso Henriques acampado e cortando o passo na Portela de Vez. Após algumas escaramuças e vendo que maiores prejuízos haveria no confronto, os contendores decidiram a contenda em torneio. Na Idade Média a arte da guerra envolvia muitos participantes. Cavaleiros que os senhores locais se obrigavam a armar, muitos camponeses feitos soldados de tempos a tempos para efectuar escaramuças, rapinas, cercos mais ou menos demorados e alguns combates. Curiosamente e ao contrário do que vulgarmente se supõe, não se morria muito. E esta disputa em Arcos de Valdevez é um exemplo disso. Com a mediação do Arcebispo de Braga João Peculiar foi retomada a paz.

Um outro painel  evoca a entrada de D. João I, em 1387 no Porto,   para o casamento com D. Filipa de Lencastre. A noiva já o esperava desde Novembro do ano anterior, vinda directamente de Inglaterra, de acordo com o estabelecido com o Tratado de Windsor que combinou o casamento. D. Filipa de Lencastre ficou alojada no Paço Episcopal aguardando o Rei, seu noivo que entrou no Porto e se alojou no convento de S. Francisco. O casamento foi celebrado na Sé Catedral a dois de Fevereiro de 1387.

A  conquista de Ceuta em 1415 está também representada nos azulejos da estação de S. Bento. O facto é de enorme significado para a cidade e para o país. Foi nos estaleiros de Miragaia que se construiu cerca de metade da armada que conquistou Ceuta. À época Miragaia era um praia de extenso areal onde se instalavam estaleiros navais. Dá também origem à denominação de tripeiros pelo facto do Porto ter abastecido de carne a armada e sobrarem as vísceras não utilizáveis na viagem, mas que o povo não deixou de consumir.

Para final fica a referência do painel que resulta de um mito e mistificação da história de portugal. É o mito de Egas Moniz. Mito criado pelo  trovador João Soares Coelho  que tentando para si projecção social  se dizia descendente por via bastardo de Egas Moniz.   Vivendo já no século XIII João Soares Coelho     procurando glorificar o seu possível tetravô glorificava-se a si próprio.

Na verdade, documentos da época referem que Afonso Henriques cedeu ás exigências de Afonso VII.  Não há certeza do cerco a Guimarães. E o aio de Afonso Henriques deverá ter sido Ermígio Moniz de Ribadouro, irmão mais velho de Egas Moniz, que nos documentos assina em primeiro lugar e  que foi  o primeiro conselheiro de Afonso Henriques e desempenhou funções políticas como membro mais importante da corte.

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 18:58
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Quinta-feira, 4 de Junho de 2020

Do Porto ao Pinhão a pensar em Salamanca

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Com a partida a poder fazer-se na estação de São Bento podemos iniciar uma viagem que gostaríamos fosse mais longa. Apanhar o comboio numa bela estação. Por passe de magia entra-se na escuridão de um túnel e em pouco somos colocados na grande estação de Campanhã e no comboio da Linha do Douro. À medida que se vai afastando do Porto, a paisagem urbana e suburbana vai dando lugar à ruralidade e a impressão estética e cromática impõe-se ao longo do Vale do Douro. A linha de caminho de ferro acompanha quase fielmente a sinuosidade do rio. Parece querer ir com ele ou através dele. Uma parceria perfeita. O rio traçou o vale a seu custo e gosto. O comboio acompanha-o a seu gosto e custo. Em alguns momentos o comboio deu o seu toque de pormenor como a fazer adorno em paisagem já de si bela. Escavou túnel numa rocha mais saliente que fica como brinco na orelha do rio. Uma ponte de ferro na passagem de um afluente como alfinete que liga peças coloridas unindo a paisagem. Uma estação e seus complementos como apontamento no padrão tecido da natureza. O marulhar das águas e o som das rodas nos carris são o compasso e harmonia que rasga em sinfonia heróica o silêncio da paisagem. De um e outro lado do rio e do comboio tudo é vinhedo que o braço humano moldou na paisagem agreste sulcada a socalcos. O comboio avança pela Régua, Pinhão, Tua e pode mesmo chegar ao Pocinho. A Barca d’Alva já não vai desde 1988. E entrar por Espanha até Salamanca seria desejável.
É a viagem ao coração do "terroir" que produz o néctar com que se fazem as libações nos mais variados momentos solenes.
 
António Borges Regedor
publicado por antonio.regedor às 11:04
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Quarta-feira, 3 de Junho de 2020

Cidades impermeáveis

espinho.jpgUm dos problemas que se colocam às cidades é o da impermeabilização dos solos que provoca inundações e rupturas nos sistemas de escoamento de águas pluviais. Durante anos o modelo de casa com quintal cumpria essa função essencial dos solos urbanos, juntamente com parques e jardins.

A pressão urbanística foi ocupado os espaços de infiltração das águas pluviais que evitam inundações, sobrecarga dos sistemas de canalização e são necessários à reposição do lençol freático.

Os políticos e gestores urbanísticos foram cedendo a essa pressão e não têm cuidado de reservar entre núcleos de construção espaços de parques e jardins para cumprir entre outras a função de redução da impermeabilização do solo.

Mesmo nas urbanizações onde poderia haver espaços verdes, aparecem as chamadas pracetas completamente impermeabilizadas, o que constitui um dos maiores erros urbanos.

E este problema não se resolve com grandes parques urbanos de um lado e de outro núcleos urbanos completamente impermeabilizados, sem parques de médias dimensões, arborizados. A cidade precisa tanto de parques como de habitações. Todos temos vindo a perceber que as cidades sem arborização, sem parques, se tornam insuportáveis para viver.

António Borges Regedor

publicado por antonio.regedor às 14:13
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