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Vendo como muitas das árvores são tratadas em meio urbano, alguém poderá questionar o porquê de plantar árvores nas cidades.
Na verdade, a saúde das cidades e dos seus habitantes depende da quantidade e saúde das árvores que tem plantadas.
Àrvores nas cidades, com boa saúde, são fundamentais para a saúde pública dos seus habitantes.
Desde logo a função mais visível das árvores. A sua função de sequestro de carbono. Num tempo em que cresce a preocupação com o aquecimento global e a necessidade de reduzir os gases com efeito de estufa, nomeadamente o carbono, as árvores cumprem essa tarefa.
Não apenas nas ruas e avenidas, mas também em parques e jardins. Aqui, são espaços de valor estético e ambiental. Espaços de permeabilização para reposição das águas no subsolo e em lençois freáticos. Espaços de diversidade da flora e de abrigo a variada fauna. Espaços de lazer e saúde pública. O exercício físico pode combater tanto problemas psicológicos como a depressão como problemas físicos como a obesidade entre muitos outros benefícios para a saúde.
As árvores filtram o ar, retêm agua da chuva, produzem oxigénio, reduzem gases de efeito estufa, e amenizam temperaturas. Reduzem as temperaturas no verão, tornando mais amenas as cidades.
Obviamente que têm de ser árvores saudáveis, crescidas, com ramagens e copas. Não alguns troncos que é habitual ver em cidades onde são mal tratadas. Onde em vez de podas de correcção, lhes fazem cortes de madeireiro. Árvores deformadas, atarracadas, sem copas, autenticos paus ao alto, sem estética nem préstimo. Essas são árvores mal tratadas que em muitos casos as leva á morte. E isso devia ser considerado crime contra a saúde pública.
António Borges Regedor
Recentemente parece que todos acordaram para se darem conta das alterações climáticas. O que era um traço dominante de indiferença passou, e ainda bem, a ser uma preocupação. Um paradigma de pensamento de uso despreocupado da natureza e dos seus recursos energéticos deu lugar a um paradigma de consciência da finitude dos recursos e, pior ainda, das alterações, que ameaçam ser irreversíveis, produzidas no planeta. No entanto, é ainda um momento de transição. Há ainda sectores vinculados aos interesses económicos do modelo anterior, que se recusam a aceitar a evidência das alterações climáticas e do fim da energia fóssil. A constatação no plano científico, passou já para preocupação de largos sectores sociais, especialmente dos mais jovens que percebem o futuro carregado de mais riscos. No plano político, uma boa parte dos partidos assumiram já as questões ambientais, e ainda bem. São fundamentais para a mudança paradigmática. Até se formou um partido dos que, distraídos com questões menores, só agora acordaram para o problema. O carbono corre o risco de se tornar a medida de todas as coisas, só porque o homem está em risco de o ser.
A percepção do aquecimento global, subida das águas do mar, aumento da amplitude das marés, frequência de fenómenos extremos surgiu, para muitos, recentemente. Diremos que mais vale tarde que nunca, mas em boa medida por evidente situação alarmante. Uma imagem recente de um estudo científico tem vindo a produzir enorme impacto. É o mapa com o desenho das áreas que até 2050 previsivelmente serão inundadas.
António Borges Regedor
Desde a revolução industrial, há cerca de duzentos e cinquenta anos, que são consumidos combustíveis fosseis que necessitaram de milhões de anos para de formarem. Primeiro o carvão, depois o petróleo e o gás. Se outra razão não houvesse para preocupação, esta seria suficiente. Estes duzentos e cinquenta anos são, entre outras, causa do aumento de alterações climáticas que são preocupantes e que se podem tornar irreversível e mudar a forma de vida na terra, tal como a conhecemos. Desde a revolução industrial a temperatura média da terra aumentou 1,5 graus centígrados. Até meados deste século pode aumentar mais 1 grau, o que poderá tornar irreversível o aquecimento. Há factores combinados que concorrem para as alterações climáticas que todos já testemunhamos no nosso quotidiano e que balizamos temporalmente e de forma evidente, na última década. A par da notícia de degelo, de recuo da costa por aumento do nível da água do mar, sentimos os fenómenos climáticos mais extremos. Os picos de calor cada vez mais fortes e frequentes no verão, e os picos de frio, a velocidade dos ventos, a intensidade das chuvas com cada vez mais inundações no inverno. Ou ainda a desregulação e descaracterização das estações dos equinócios, tendencialmente mais moderadas.
Sem dúvida que o planeta não tem capacidade de regeneração ambiental dos enormes consumos de combustíveis fósseis, essencialmente hidrocarbonetos. Sem dúvida que é um dos factores de maior desequilíbrio ambiental. Há que substituir urgentemente os combustíveis fósseis por outra energia renovável. As fontes são conhecidas e as tecnologias conhecidas e em constante aperfeiçoamento.
De há muito se usam painéis solares para aquecimento de água e agora estão disponíveis painéis fotovoltaicos para produção de energia eléctrica. Há que aumentar a produção de energia do vento, não apenas em eólicas de pás horizontais, mas também em helicoidais que se adaptam a dimensões mais reduzidas e a espaços domésticos. Aumentar a produção de energia hídrica, mesmo em mini-hídricas não apenas para produzir energia, mas também para a armazenar em energia potencial. Ao mesmo tempo faz-se reserva de um bem que é cada vez mais escasso, regulam-se caudais e pode mesmo gerir transvase. Há ainda a energia das marés e das ondas.
O novo paradigma energético deve passar a usar energias renováveis. Produzidas não apenas em regime de monopólio de grandes grupos geradores, mas também e essencialmente em auto produção de pequenas comunidades e em regime doméstico. A legislação vai neste sentido. A mobilidade terá de ser alterada para modos suaves, para a motorização eléctrica e de cada vez maior eficiência. A mobilidade terá de se reduzir no transporte individual em favor do transporte público. Com maior rede, frequência e qualidade. Devendo ter condições para comutar com a mobilidade suave (as bicicletas e outros meios nas suas formas clássicas ou eléctricas.
António Borges Regedor
A Greta tem o mérito de ter colocado muita gente a falar de ambiente, que de outra forma continuaria acomodada. Principalmente uma nova geração que não conhece a terra e o seu cheiro. Não se sabe orientar no campo ou na montanha sem o GPS instalado no telemóvel. E que se perde e pede socorro quando a bateria se acaba. Que conhece o mundo, mas nunca fez caminhadas a pé, ou acampou na serra e não distingue um medronho comestível do azevinho com que a mãe decora o natal lá em casa.
É bom que a Greta mobilize a nova geração para a necessidade das grande mudanças, absolutamente necessárias para um planeta sustentável e sadio.
Não é , no entanto, a única nem a primeira. Muito antes dela, muitos activistas lutam quotidianamente e de forma consistente pela defesa do planeta numa perspectiva ecológica. Quer dizer: científica, racional, estudada e de soluções sustentáveis.
A minha geração lutou pela democracia, pela possibilidade de se manifestar e mobilizar pelas causas necessárias à vida com direitos e deveres de cidadania. Lutou contra a guerra e o nuclear que lhe está intimamente associado na produção de plutónio para as bombas e de urânio 238 para as munições. Na minha geração já muitos lutam contra a desflorestação, pela reciclagem, pelas energias renováveis e pelo direito dos cidadãos produzirem a energia de que necessitam. Não é suficiente.
Ainda bem que a Greta alerta uma nova geração que terá de alterar os hábitos de consumo, de substituir o automóvel pelo transporte colectivo e por formas de mobilidade suave (a bicicleta por exemplo). De abandonar o consumo de combustíveis fósseis para reivindicar mais armazenamento de água e mais produção de energia a partir do vento, do sol, do mar e das ondas. A substituir o avião pelo comboio. O carro pela bicicleta. O descartável pelo duradouro.
A Greta é fruto da circunstância e conjuntura. Já há algum tempo que a ciência faz avisos alarmantes. A Greta resulta de se ter aberto uma perspectiva de negócio na era pós carbono. E de haver um conjunto largo de países industrializados favoráveis a enveredar pelo novo paradigma.
Mas a mudança não se faz individualmente tanto a gosto do modelo liberal. A mudança exige acção colectiva e de forma organizada. Há resistência de grandes interesses instalados, de grandes corporações que assentam a sua actividade na venda de hidrocarbonetos, de Estados capturados por estes interesses contrários ao paradigma da sustentabilidade ambiental. Estes poderes só podem ser combatidos com êxito se do lado dos que querem salvar o planeta houver forte consciência ambiental, conhecimento científico, organização determinada a mudar o comportamento dos Estados e das políticas públicas. Só a força de grandes organizações de cidadãos será capaz de impor mudanças políticas favoráveis ao ambiente, e que nalguns casos parecerão contrárias ao interesses individuais e egoístas. E isso exige razão consciente e não emoção lúdica e inconsequente.
A greta tanto pode ser uma ruptura (geologia), como pode dificultar os movimentos. (veterinária).
Quis o comboio que me fizesse mais tempo apeado nessa terra de Santa Maria. Como sempre acontece, aproveito razoáveis lapsos de tempo para visitar as bibiotecas dos Concelhos por onde passo. Por várias razões decidi visitar a de Santa Maria da Feira. Já não a via há bastante tempo, sou amigo da bibliotecária que conheço há cerca de três décadas e porque sempre gostei daquele espaço.
A revisitação leva-nos a pelos pormenores do balcão de atendimento, bar e sala de leitura. Reparei de imediato que a iluminação da recepção era nova. Criativa, de complexa concepção mas de simples realização. A sala de leitura tem a particularidade de beneficiar de um pé-direito que sustenta um mezanine. O peso dos livros e da sua história assentam firmes no piso da sala, enquanto a leveza digital é teclada nessa posição superior que a altura do mezanine confere.
E mais uma vez com novo olhar, há aspectos e imagens ainda não experimentadas.E elas sempre lá estiveram. Chamou-me à atenção a entrada de luz pelas claraboias da sala de leitura. A claraboia oferece o desenho de uma cruz. Um símbolo bem adequado para as Terras de Santa Maria. Um pormenor simbólico. A Bibliotecária, Etelvina Araújo, que entretanto se aproximara deu nota da inovação introduzida na sala destinada à infância. O recanto da puericultura. Mães ainda em período de amamentação dos seus filhos têm cadeiras em espaço próprio e recatado com vista para a paisagem exterior. A biblioteca pública sempre a inovar.
António Borges Regedor
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